Benfica 🆚 Porto | Águia supera dragão com decisão de Di María

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O Benfica saiu vencedor do primeiro grande “clássico” da Primeira Liga 2023/24. Num jogo que esteve longe de ser brilhante, a expulsão de Fábio Cardoso, aos 19 minutos, acabou por condicionar sobremaneira a tarefa portista, com os “dragões”, ainda assim, a darem muito trabalho aos da casa até ao intervalo. Após o descanso praticamente só deu Benfica, que criou várias ocasiões para marcar e fê-lo por Ángel Di María, aos 68 minutos. Segundo triunfo seguido das “águias” sobre o Porto esta temporada, após o sucesso na Supertaça, e sempre sem sofrer golos. Primeira derrota dos “azuis-e-brancos” na prova.

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Vermelho com peso no jogo

Roger Schmidt arriscou tudo, tirou João Mário e lançou David Neres para jogar com Ángel Di María, forçando assim um Benfica de grande cariz ofensivo. Ao início, sensivelmente nos primeiros 12 minutos, os da casa pressionaram na frente, mas aos poucos o Porto fez valor a superioridade numérica no meio-campo – apesar do 4-4-2, Romário Baró flectia muitas vezes da direita para o meio – e começou a controlar o jogo, com mais posse e remates. Até que aos 19 minutos, Fábio Cardoso carregou David Neres em falta, quando este se ia isolar, e foi expulso – entrou Zé Pedro, em estreia absoluta na Liga.

E as “águias” voltaram a ter ascendente, mas só criaram a primeira situação de verdadeiro perigo aos 32 minutos, numa defesa estranha de Diogo Costa, que teve de afastar o “balão” que fez inadvertidamente. Aliás, o Porto até ia criando mais perigo, com Trubin a realizar duas boas intervenções, a primeira aos 29 minutos, a sair aos pés de Taremi, a segunda, aos 40, a fazer grande defesa após disparo de Pepê.

O intervalo chegou com o Benfica sem remates enquadrados, o Porto com dois e com Trubin como MVP. O ucraniano registava duas defesas e outras tantas saídas pelo solo eficazes, salvando os “encarnados” em algumas situações, apresentando um GoalPoint Rating de 6.4.

O Benfica entrou forte no segundo tempo, a pressionar em todo o campo e a atacar por todos os corredores e, aos 53 minutos, Kökçü rematou ao poste. Aos 56, grande trabalho de Neres na área e, com tudo para marcar, viu Diogo Costa fazer uma defesa milagrosa, e aos 57 foi Otamendi a desperdiçar novo lance de muito perigo. Cheirava a golo “encarnado”, que aconteceu aos 68 minutos.

Lance pela esquerda de Neres, Di María – até então discreto – rematou na direita, a bola bateu no chão e enganou Diogo Costa. Era o corolário de uma superioridade total dos homens da Luz desde o intervalo e que acabou por abrir um pouco o jogo. O Benfica passou a explorar mais as transições rápidas e continuou a criar perigo, mas o resultado não sofreria mais alterações.

[ O Benfica dominou por completo na segunda parte e subiu muito no terreno ]

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MVP GoalPoint: Alexander Bah 👑

Com o Porto recuado, em inferioridade numérica, a única alternativa do Benfica era mesmo apostar nas faixas laterais para abrir a defesa contrária e Bah esteve muito bem na partida, em especial a defender e no segundo tempo, altura de maior ascendente “encarnado”. O lateral foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.1, fruto de três duelos aéreos defensivos ganhos em cinco, nove recuperações de posse e outras nove acções defensivas, com destaque para três intercepções.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

Trubin 6.7

A primeira parte do guardião ucraniano vale esta nota. Mesmo com dez, o Porto atacou e criou perigo, com Trubin a fazer algumas intervenções de qualidade. Terminou com duas defesas, todas realizadas antes do intervalo, e com duas saídas pelo chão eficazes, uma delas fundamental.

Aursnes 6.5

Bom jogo do norueguês, embora não tenha sido propriamente um foco de futebol de ruptura pela esquerda. Ainda assim fez três remates, dois passes para finalização, 12 progressivos e seis super progressivos (máximos) e somou três bloqueios de passe/cruzamento.

António Silva 6.3

Que grande jogo do central, que esteve em todo o lado e no momento certo. António Silva terminou com oito recuperações de posse (segundo valor mais alto) e nove alívios.

Kökçü 6.3

Muito bem o turco a distribuir jogo. Acertou sete de oito passes longos, fez oito progressivos, somou 83 acções com bola e acertou uma vez no poste.

Ángel Di María 6.1

O argentino estava a ter uma noite pouco inspirada, mas foi crescendo com a equipa e acabou por marcar o golo que decidiu este “clássico”. Foi o mais rematador do encontro, com quatro disparos, recebeu 12 passes progressivos e fixou o máximo de bloqueios de passe/cruzamento (4). De negativo as 25 perdas de posse e cinco maus controlos de bola, ambos máximos.

João Neves 6.0

Eleito o melhor em campo pelo público, o médio fez, de facto, um grande jogo, estando em todo o lado para cortar os contra-ataques portistas. Criou uma ocasião flagrante, acertou 90% dos passes, acumulou o máximo de acções com bola (94) e, pasme-se, ganhou quatro de oito duelos aéreos defensivos.

Destaques do Porto

David Carmo 6.0

O central está a ganhar confiança e foi o melhor dos “dragões”. Carmo ganhou cinco de seis duelos aéreos defensivos, fez sete alívios e dois bloqueios de remate. Subiu no terreno para acumular sete acções com bola na área benfiquista.

Diogo Costa 5.7

Um erro resultante em remate corta-lhe a nota, mas a verdade é que o guardião portista esteve muito bem na segunda parte, altura de muito trabalho. Terminou com três defesas, pelo menos uma delas verdadeiramente decisiva, somou duas saídas pelo solo eficazes, bem como duas pelo ar, e acertou seis de 14 passes longos.

Wendell 5.6

Pouco afoito no ataque, devido à inferioridade numérica da sua equipa, o brasileiro teve de trabalhar arduamente em termos defensivos e terminou com nove recuperações de posse (máximo) e quatro desarmes.

Galeno 5.5

O único elemento do Porto que tentou esticar o jogo. Contudo esbarrou na excelente exibição de Bah. Terminou com três remates, dois passes para finalização, um passe de ruptura e dois dribles certos em cinco.

Zé Pedro 5.2

Estreia do central na Liga e logo num jogo de grande calibre. Não comprometeu e lutou muito, tendo mesmo ganho os três duelos aéreos defensivos em que participou.

Taremi 4.6

Praticamente não se viu no jogo. O iraniano terminou sem qualquer remate, apenas um passe para finalização, mas destacou-se pelo ar, com cinco duelos aéreos ofensivos ganhos em nove.

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.