Muito difícil para o Benfica. A formação “encarnada” recebeu um Vitória de qualidade, justificou a vantagem de 1-0 conseguida na primeira parte, mas na segunda os vimaranenses foram mais equipa, dominaram, deixaram a plateia da Luz nervosa e estiveram mais perto do empate do que os da casa ampliarem. Os comandados de Bruno Lage mostraram-se sem intensidade na etapa complementar, sem frescura e, talvez, a pensar já no próximo compromisso da Champions. O Benfica fica assim a dois pontos do Sporting e com um jogo a menos.
Apenas de olho no resultado
O jogo começou animado, com intensidade e ataques de parte a parte, com os vimaranenses a chegarem com frequência à área benfiquista. As “águias” mostravam-se pacientes, a tentarem chamar o seu adversário para depois iniciarem transições rápidas, e foi um desses lances, numa boa combinação colectiva, que a bola chegou a Kerem Aktürkoğlu, solto na esquerda da área, após assistência de Pavlidis. O turco rematou de primeira para o 1-0 e foi assim que se chegou ao intervalo.
O Vitória assumiu as rédeas do jogo no segundo tempo, mais forte no meio-campo, a rematar mais, a controlar a posse e a não deixar o Benfica sair em contra-ataque. Ao longo desta etapa complementar os minhotos mostraram-se sempre mais perto do empate do que os “encarnados” de ampliarem, mas os comandados de Bruno Lage souberam sofrer e segurar a vantagem magra, esperando sempre pela subida minhota.
[ Otamendi (30) e Tomás Araújo (44) tocaram 44 passes entre si ]
O Jogo em 5 Factos
1. Benfica com muitas perdas no 1º terço
Trocar a bola em zonas recuadas à espera do adversário dá nisto e até provocou calafrios aos seus adeptos. O Benfica registou 16 perdas de posse no primeiro terço, batendo por larga margem o seu anterior recorde na prova, que era de 11, sendo que até este jogo apresentada uma média de 8,5. Curiosamente, o Vitória também fixou novo máximo desta estatística, com 19 (a média era de oito).
2. Vitória mais pressionante
Os minhotos instalaram-se no meio-campo benfiquista na segunda parte e pressionaram em zonas bem adiantadas, terminando com 22 acções defensivas no meio-campo adversário, contra apenas 16 dos homens da casa.
3. Minhotos muito bem no drible
Ao todo o Vitória tentou por 26 vezes o drible, máximo da equipa na prova (média era de 13 por jogo) e teve sucesso em 14, mais do que duplicando o seu anterior máximo (6) e pulverizando a média até agora (4). Aos invés, o Benfica não conseguiu ter sucesso em 20 das 31 tentativas de drible, máximo negativo da época para os “encarnados”.
[ Todos os dribles vitorianos, a azul os completos ]
4. ´Número mais baixo de enquadrados
Nem parece um jogo entre um dos grandes e o forte Vitória. O jogo na Luz teve apenas três remates enquadrados, um para o Benfica (e deu golo) e dois para os minhotos, igualando o valor mais baixo do campeonato, fixado no Famalicão-Arouca.
5. Vitória com mais presença na área
Outro indicador do bom jogo vitoriano foi o número de acções com bola na área contrária. Os minhotos assinaram 20, mais três que o Benfica.
MVP GoalPoint: Manu Silva
Segundo jogo consecutivo em que Manu é o melhor em campo. Perante um Benfica que optou por atrair o futebol vimaranense, o médio acabou por ter uma grande preponderância no corte das transições “encarnadas”. Ao todo, Manu fez 12 recuperações de posse, máximo do jogo, ganhou nove de 12 duelos individuais e contabilizou 11 acções defensivas (três no meio-campo contrário), com destaque para quatro desarmes e seis alívios.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Kerem Aktürkoğlu 6.5
O melhor elemento do Benfica. O turco fez o único remate enquadrado do Benfica no jogo e decidiu a partida, tendo concretizado o tento solitário do desafio. Destaque ainda para uma ocasião flagrante criada e três dribles completos em cinco. De negativo as 22 perdas de posse, quatro no primeiro terço, ambos máximos.
Otamendi 6.1
Jogo de entrega do argentino, como prova o lance em que chocou com o poste para evitar o golo minhoto. Otamendi ganhou sete dos nove duelos que disputou, acertou sete dos oito passes longos que tentou, registou sete alívios e um corte decisivo.
Carreras 6.1
O espanhol lê muito bem o jogo, o que lhe permite realizar cortes importantes, mas corre também riscos e, por isso, viu amarelo que o afasta do próximo jogo. Carreras completou quatro de sete tentativas de drible, fez quatro desarmes e um corte decisivo.
Florentino 6.1
O pêndulo do costume. Praticamente sem presença ofensiva, o médio acumulou sete intercepções, novo máximo desta Liga. Cometeu, contudo, um erro que deu em remate minhoto.
Bah 6.0
Menos integrado no ataque do que em outros jogos, o dinamarquês foi o elemento que, contudo, mais vezes tentou o cruzamento, com oito, e com eficácia em somente um. Destaque para sete passes progressivos e 82 acções com bola.
Tomás Araújo 5.8
O central é muito veloz e não deu veleidades aos atacantes minhotos. Muito bem no passe, teve uma eficácia de 92% nas entregas, fez 13 passes longos, nove completos, registou dez progressivos e terminou com o máximo de acções com bola (87).
Destaques do Vitória SC
Óscar Rivas 6.2
Muito bem o central espanhol. Além de ter ganho os dois duelos aéreos defensivos em que participou, acumulou 11 acções defensivas. De negativo as quarto perdas de posse no primeiro terço.
Alberto Baio 6.2
O lateral-direito deu poucas veleidades a quem lhe apareceu pela frente. Ao todo acumulou 13 acções defensivas (cinco no meio-campo contrário, máximo do jogo), com destaque para seis desarmes (valor mais elevado) e quatro intercepções.