O Benfica manteve o bom andamento desde a chegada de Bruno Lage e venceu no Bessa, por 3-0. Um triunfo construído essencialmente durante a primeira parte, com golos de Pavlidis e Kökçü, fase em que a equipa da Luz conseguiu alguns bons momentos de futebol ofensivo, com trocas de bola rápidas e combinações que o Boavista não conseguia travar. O segundo tempo foi de mau futebol e o terceiro tento surgiu apenas nos descontos, por Arthur Cabral. Esta foi a primeira vitória do Benfica fora de portas na Liga 24/25.
Valeu pela primeira parte
Desequilibrado. Foi assim o primeiro tempo no Bessa, com o Benfica a pegar no jogo e a nunca o largar, perante um Boavista com limitações, mas que nunca virou a cara à luta. Rápidas trocas de bola, triangulações, jogadores soltos e um Kerem Aktürkoğlu endiabrado iam criando vários lances de perigo, e o turco fez mesmo as assistências para os dois golos das “águias”, o primeiro para Pavlidis, o segundo para o compatriota Kökçü.
Os “axadrezados” equilibraram um pouco as operações no segundo tempo, sendo capazes de fechar algumas das vias que o Benfica usou na primeira metade para causar perigo. Ao mesmo tempo as “panteras” iam construindo alguns lances de contra-ataque, mas a má definição no último passe não permitia grandes ocasiões de golo. Os “encarnados” passaram a contar com mais espaços, mas tal como os da casa, definiam mal na frente, pelo que o jogo se arrastou com muita precipitação de parte a parte e nenhum golo.
[ Otamendi (30) esteve em todas no passe ]
O Jogo em 5 Factos
1. Poucas faltas no Bessa
Este foi um jogo relativamente disciplinado, tendo em conta o habitual da Liga portuguesa. Ao todo foram cometidas 20 faltas (dez para cada lado), apenas mais três que o jogo menos faltoso, curiosamente outro encontro no Bessa, o Boavista-Braga.
2. Inspiração “encarnada” no drible
Apenas o Famalicão (ante o Benfica) e o Sporting (frente ao Arouca), ambos com 17, tiveram mais dribles eficazes que as “águias” neste desafio. A formação de Bruno Lage tentou 27 vezes este gesto, terminando com 16 eficazes. Di María liderou com quatro.
[ Os 27 dribles do Benfica, a azul os eficazes ]
3. “Águia” atraída pelo fora-de-jogo
O Boavista subiu muitas vezes as linhas para complicar o jogo do Benfica e esse facto originou cinco foras de jogo para a formação visitante, apenas menos um que o máximo da Liga, que pertence ao… Boavista na recepção ao Braga. Pavlidis caiu duas vezes em situação de “offside”.
4. Muitas ocasiões flagrantes
O Benfica conseguiu criar cinco ocasiões flagrantes, bem acima da média de 2,6 que registava até este jogo e o máximo que a equipa conseguiu esta temporada na Liga. Dessas desperdiçou três.
5. Mudanças de flanco e passes longos
Os “encarnados” apostaram muito nas mudanças de flanco, algumas com passes longos. Ao todo foram 15 dessas variações de flanco, o triplo da média que a equipa tinha por jogo até ao momento, e 42 passes longos certos em 55, igualmente máximos da temporada para as “águias”.
MVP GoalPoint: Ángel Di María
O argentino conseguiu o primeiro destaque de melhor em campo esta temporada, com um GoalPoint Rating de 7.4. Não marcou nem assistiu, mas Di María terminou com números que lhe são habituais, dada a sua qualidade ofensiva. Destaque para uma ocasião flagrante criada, três passes para finalização, um de ruptura, dois cruzamentos eficazes em três, sete passes longos concluídos em oito, 11 progressivos, três super progressivos, quatro dribles eficazes em cinco tentados e quatro conduções progressivas.
[ A análise rápida ao jogo de Bruno Francisco, com recurso a alguns mapas e dados GoalPoint ]
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Boavista
Seba Pérez 5.9
O capitão tem uma qualidade extra e nunca vira a cara à luta. Seba foi o melhor dos “axadrezados”, com 27 passes certos em 29, seis passes progressivos e três intercepções.
Tomé Sousa 5.2
A nota do jovem de 17 anos acaba afectada pelo facto de ter sofrido três golos, mas mostrou personalidade e realizou cinco defesas, quatro a remates na sua grande área.
Destaques do Benfica
Orkun Kökçü 7.0
Muitos já o davam como perdido no final da época passada, mas a verdade é que vai assumindo papel fundamental no miolo “encarnado”. No Bessa voltou a estar muito bem e foi até o MVP oficial da partida. Terminou com um grande golo, dois remates enquadrados em três e sete passes longos certos em nove.
António Silva 6.9
Os analistas não o vão destacar, mas num jogo em que não contou com um “lateral verdadeiro” à sua direita, foi ele a assumir a rápida entrega da iniciativa ofensiva, terminando com 11 passes progressivos, a maioria para Di Maria. Contudo, a sua assistência foi para o tento de Arthur Cabral, terminando ainda com 94% de eficácia de passe e dez passes progressivos.
Aktürkoğlu 6.7
O extremo chegou ao intervalo na liderança dos ratings, com duas assistências, porém o cansaço tomou conta do turco na segunda etapa, com consequências penalizadoras (duas ocasiões flagrantes perdidas) para o seu rating final. Terminou com três passes para finalização e 12 acções com bola na área contrária (máximo).
Otamendi 6.6
Mais uma vez em excelente nível, o argentino esteve nas principais ligações de passe do Benfica. Terminou com 92 entregas certas em 96 tentadas (ambos máximos), 105 acções com bola (valor mais alto do jogo), três duelos aéreos defensivos ganhos em três e oito recuperações de posse.
Pavlidis 6.5
O atacante regressou finalmente aos golos e esteve muito activo na frente de ataque. O grego fez ainda três passes para finalização e somou dez acções com bola na área contrária.
Carreras 6.3
Cada vez mais confiante, o lateral espanhol impõe a sua presença e não tem medo de atacar. Completou três de quatro tentativas de drible, fez quatro conduções progressivas e seis recuperações de posse.