O Porto foi ao Estádio do Bessa somar um suado triunfo por 2-1 sobre o vizinho Boavista. Cientes de que uma vitória praticamente garantia o terceiro lugar, os “dragões” entraram a dominar e abriram o activo num golaço (mais um) de Rodrigo Mora. O segundo não tardou, por Marcano, na sequência de um canto, e tudo parecia tranquilo para a turma de Anselmi. Só que um penálti caricato, por uma insólita mão na bola de Nehuén Pérez, permitiu ao Boavista reentrar no jogo. Os “axadrezados”, desesperadamente a tentarem sobreviver no escalão principal, lutaram até ao fim, mas não conseguiram evitar a derrota, mesmo depois de verem o Porto ficar reduzido a dez na parte final do encontro.



Magia de Mora abriu caminho ao triunfo
O Porto instalou-se desde cedo no meio-campo do Boavista, mas mostrava dificuldades em criar perigo. Até que, ao minuto 20, Rodrigo Mora fez o que em tantas outras ocasiões realizou esta temporada: um golaço, abrindo o activo com um fantástico remate em arco. O segundo golo surgiu volvidos apenas cinco minutos. Na sequência de um canto, Nehuén Pérez rematou, a bola desviou em Marcano, entrou, e os “dragões” pareciam caminhar para um triunfo tranquilo. Mas um lance inusitado valeu ao Boavista uma grande penalidade. Reisinho converteu e relançou o jogo no único remate dos “axadrezados” no primeiro tempo, ainda que tenham logrado 11 acções na área contrária. Já o Porto fez nove remates, três dos quais enquadrados, numa primeira parte em que teve 63% do tempo de posse de bola.
O segundo tempo começou de forma mais dividida, com a bola a rondar ambas as áreas. O Boavista dispôs de mais ocasiões flagrantes, às quais Diogo Costa respondeu com excelentes defesas, e Samu também ficou perto de marcar por duas vezes na outra grande área. Nos 15 minutos finais os “dragões” não efectuaram mesmo qualquer remate e, à entrada para os dez minutos finais, viram-se reduzido a dez elementos, mas o Boavista não conseguiu aproveitar nenhum dos três remates que fez no quarto-de-hora final e acabou mesmo derrotado. Os “axadrezados” terminaram o encontro com quatro remates na direcção da baliza, o Porto com sete.
[ Houve equilíbrio nos posicionamentos médios ]

O Jogo em 5 Factos
1. Boavista bateu recorde de foras-de-jogo… por larga margem
À meia-hora já eram quatro e o Boavista terminou o encontro com nada mais, nada menos do que 11. Ainda nenhuma equipa tinha caído tantas vezes em fora-de-jogo neste campeonato (o anterior máximo era de oito, do Rio Ave). Desses 11, cinco foram à conta de Róbert Boženík, que igualou o máximo de um só jogador na prova.
2. “Dragão” forte no drible
O Porto completou com êxito 14 tentativas de drible (de um total de 26), igualando o seu máximo da temporada na prova. Fábio Vieira e Francisco Moura completaram três cada um.
3. “Axadrezados” mais fortes pelo ar
O Boavista levou a melhor quer nos duelos aéreos defensivos, quer nos duelos aéreos ofensivos, ganhando respectivamente 56% e 58% desses duelos pelo ar.
4. Porto certeiro no passe
Os “dragões” terminaram a partida com uma eficácia de passe acima dos 85%. Dos 75 passes errados pelo Porto, ainda assim, 12 foram de alto risco.
5. Boavista com mais ocasiões flagrantes e xGoals
O Porto marcou por duas vezes, mas não criou nenhuma ocasião flagrante. Pelo contrário, o Boavista terminou com quatro (três delas no segundo tempo). Algo que se refletiu também nos xGoals: 1,72 para os “axadrezados”, 1,27 para os “dragões”.
MVP GoalPoint: Iván Marcano 
O defesa-central espanhol marcou o seu primeiro golo desde que regressou da longa lesão que o afastou dos relvados. Foi ainda o jogador com mais acções defensivas no encontro (11), com destaque para cinco alívios. Só falhou seis passes e perdeu apenas dois duelos.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Boavista
Tomás Vaclík 6.6
O guardião checo terminou o encontro com cinco defesas, 0,6 golos evitados e só falhou um passe.
Reisinho 5.3
Assinou o golo do Boavista, de penálti, e foi quem mais rematou do lado dos “axadrezados” (4), desperdiçando ainda uma ocasião flagrante. Foi o jogador com mais acções na área adversária.
Destaques do Porto
Diogo Costa 7.2
Voltou à baliza dos “dragões”, depois de dois jogos de ausência, e para ser decisivo: três defesas, todas elas a negar grandes oportunidades ao Boavista.
Francisco Moura 7.0
Mais uma assistência na temporada para o ala-esquerdo dos “azuis-e-brancos”, dois cruzamentos acertados em quatro tentados e 13 duelos travados (máximo do encontro) dos quais ganhou seis. Foi ainda o jogador com mais acções defensivas no meio-campo ofensivo.

Rodrigo Mora 6.9
Mais um grande golo, ao qual somou ainda dois passes para remate e um total de cinco acções na grande área do Boavista. Ganhou quatro dos dez duelos que travou.
Fábio Vieira 6.6
Quatro remates, três passes para remates dos colegas e três dribles concluídos com êxito em cinco ensaiados. Foi um dos jogadores do Porto com mais acções na área do Boavista e um dos que mais passes progressivos recebeu.
Stephen Eustáquio 6.1
Voltou ao meio-campo e acertou todos os três passes longos que tentou, sendo ainda o jogador do Porto que mais bolas recuperou (7).
Zé Pedro 6.1
Só falhou cinco passes, apresentando uma eficácia de 93% nesse capítulo, sendo o jogador que mais passes acertou no jogo, embora dois dos que falhou tenham sido de alto risco. Somou dez acções defensivas, das quais oito foram alívios.
Alan Varela 5.8
Regressou à equipa depois de cumprir castigo e ganhou cinco duelos em 12, destacando-se com duas conduções progressivas e apenas quatro passes falhados.
Samu 5.3
Após voltar aos golos na jornada passada, ficou desta feita em branco, apesar de ter sido o jogador que mais remates efectuou (cinco, três dos quais na direcção do alvo). Ainda assim, completou dois dos três dribles que tentou e recebeu dez passes progressivos.
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