Dérbi : os feios números do Benfica – Sporting dos mínimos

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O futebol que assistimos no empate 1-1 no dérbi entre Benfica e Sporting foi tão insonso quanto o resultado. Os primeiros minutos foram de tal forma parados, com as duas equipas em estudo mútuo, que mesmo as melhorias graduais não evitaram que os rivais de Lisboa terminassem com alguns números pouco condignos com a qualidade das equipas, das mais fortes da Primeira Liga. Todavia, eles mostram o perfil do que foi o futebol praticado pelas duas formações neste dérbi.

Dérbi com poucas acções na área

Benfica e Sporting têm potencial ofensivo para bem mais. As cautelas e o pouco risco acabaram por condicionar o espectáculo e a verdade é que as duas equipas tiveram pouca bola onde interessa, em especial o “leão”. Em conjunto os dois emblemas totalizaram apenas 22 acções com bola na área contrária. A turma de Alvalade não passou das nove. O anterior mínimo da equipa de Rui Borges na Liga era 21.

[ As acções na área contrária de Benfica e Sporting ]

Jogo parco em remates

Tal como nas acções com bola na área contrária, também no capítulo do remate era de esperar mais. Só houve 15 disparos neste encontro, cinco deles do Sporting, cujo anterior mínimo na competição era nove. De referir que os “leões” não fizeram um único remate na segunda parte e o último que realizaram foi aos 26 minutos, um minuto antes do tento do empate benfiquista. Só se verificaram seis enquadrados (4-2).

Muitas faltas, em especial do “leão”

Um dérbi ou “clássico” costuma ter sempre muita luta. O Benfica acabou por ser mais feliz neste capítulo, uma vez que ganhou 70 duelos individuais contra 55 do Sporting. A formação leonina, que teve de defender durante grande parte do tempo, acabou por recorrer muito à falta, terminando com 20, máximo da equipa na prova. O jogo, ao todo, teve 35 infracções.

[ As faltas cometidas pelos dois rivais ]

Benfica com novo mínimo de posse

Pode parecer um contra-senso, uma vez que o Benfica teve ascendente e até criou mais perigo. Contudo, o mau arranque de partida da equipa de José Mourinho, completamente ausente durante os primeiros 25 minutos, acabou por ter um peso nesta estatística. Os “encarnados” registaram apenas 42% de posse de bola, novo mínimo da equipa na prova (o anterior havia sido 48%). Aliás, os da casa chegaram a ter, nesse período inicial, apenas 25% de “field tilt” (posse no terço ofensivo), sensivelmente quando sofreram o golo de “Pote”. As “águias” acabaram por reagir e, em contraponto com a posse global, acabaram com 54% de posse nesse mesmo terço atacante.

[ Os heatmaps de Benfica (à esquerda) e Sporting ]

“Encarnados” bem mais pressionantes

A análise termina com um dado que é positivo para o Benfica e menos para o Sporting. A tal pressão que os “encarnados” aplicaram sensivelmente a partir dos 25 minutos traduziu-se em muitas acções defensivas no meio-campo leonino, algo que reflecte um pouco do que foi o encontro. Os homens da Luz acumularam 21, igualando o seu máximo na prova. Os “leões” assinaram nove.

[ As acções defensivas de Benfica e Sporting ]

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.