Estrela A. 🆚 Porto | Taremi resolve caso bicudo na Reboleira

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SÉRGIO Conceição revolucionou, apostou num novo sistema táctico, promoveu oito entradas no “onze”. Marcano e Evanilson lesionaram-se na fase inicial do jogo e Taremi saltou do banco para resolver um duelo difícil, equilibrado e que foi dominado pelo Estrela a partir dos 60 minutos. Nesse período, os da Reboleira não foram eficazes nas diversas oportunidades que tiveram, algumas bem importantes.

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Alta voltagem no embate da Amadora

Antes do apito inicial, enquanto Sérgio Vieira apenas fez uma alteração, com a chamada de João Reis, já Conceição surpreendeu e apostou num novo desenho táctico. O 1x3x5x2 substituiu o habitual 1x4x4x2 e, com isto, apenas Diogo Costa, Marcano e Galeno continuaram no “onze” relativamente ao empate ante o Arouca. David Carmo – que não era titular desde Outubro do ano passado – foi o líbero, Marcano actuou pela esquerda, Pepe pela direita, Galeno fez o corredor esquerdo, Gonçalo Borges surgiu pela direita, Alan Varela era o vértice mais recuado, André Franco e Iván Jaime foram os outros médios e Evanilson e Fran Navarro formaram a dupla de ataque. O jogo começou de forma muito atribulada e, nos primeiros 15 minutos, Marcano e Evanilson já tinham sido substituídos devido a lesões e o árbitro João Pinheiro, após ter tido o auxílio do VAR, reverteu uma grande penalidade que tinha assinalado por suposta falta de Pepe sobre Léo Jabá.

Ronald desperdiçou a primeira ocasião perigosa, na resposta, o “suplente” Taremi fez o primeiro golo nesta temporada, com um tiro seco e colocado. Instantes depois, Fran Navarro falhou a hipótese de dilatar a vantagem.

Até ao intervalo, Gonçalo Borges atirou por cima quando tinha a baliza à mercê e, no último suspiro, Ronald tirou tudo e todos do caminho, mas embateu num muro chamado Diogo Costa. Em cinco jornadas, esta foi a primeira vez que os da Invicta chegaram ao intervalo sem estarem empatados.

Taremi destacou-se com um remate, um golo, 18 acções com a bola, cinco recuperações de bola e um GoalPoint Rating de 7.2.

No recomeço, os “azuis-e-brancos” controlaram o duelo, mas perderam gás a partir dos 60 minutos. O Estrela subiu as linhas, começou a ganhar mais duelos no meio-campo e segundas bolas, e foi ameaçando o empate. O FC Porto tinha dificuldades em ter a bola e a falta de rotinas nesta nova roupagem táctica iam-se acentuando. Os lances de perigo foram vários: aos 68 minutos, Alan Varela quase fazia autogolo de forma caricata, quatro minutos volvidos Ronaldo Tavares cabeceou sem acerto já na área, aos 85, Ronald não decidiu com precisão.

Aos 90, Diogo Costa saiu em falso da baliza, a bola sobrou para N’do e valeu a presença de Varela a tirar a bola em cima da linha de golo. Apesar do sufoco, o FC Porto sai da Reboleira sem sofrer golos – a primeira vez que ocorre na Liga – e com os três pontos na bagagem, já o Estrela voltou a escorregar, após ter somado quatro pontos consecutivos.

[ O Estrela subiu e empurrou o Porto na segunda parte ]

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MVP GoalPoint: Mehdi Taremi 👑

Saltou do banco ao quarto-de-hora e foi com ele em campo que o ataque portista começou a ter outra fluidez. O iraniano baixava no terreno para organizar as ofensivas e depois aproximava-se das zonas de finalização. Aproveitou o lançamento de Pepe para fazer o primeiro golo nesta época. O avançado saiu de cena com dois remates, um golo, 48 acções com a bola, venceu dez duelos, perdeu oito, recuperou a bola em nove ocasiões, desperdiçou-a em outras tantas e foi responsável por excelentes 11 acções defensivas. Taremi foi o MVP e obteve um espectacular GoalPoint Rating de 9.0.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Estrela da Amadora

João Reis 7.1

Foi a única novidade no “onze” e justificou a aposta com um remate, dois cruzamentos, cinco passes longos eficazes, seis passes progressivos, ganhou 17 duelos, perdeu apenas quatro e carimbou 13 acções defensivas.

Ronald 6.4

Tivesse tido outra serenidade a decidir… Não parou um segundo e foi o principal agitador do tricolor com três remates (dois enquadrados), chegou às 54 acções com a bola (nove na área contrária, um máximo no jogo), venceu dez duelos, perdeu 12, foi eficaz em cinco dos oito dribles que arriscou e sofreu cinco faltas.

Régis N’do 5.3

Refrescou o ataque e foi mais um dos protagonistas na recta final, acumulando dois remates – o último que Varela salvou em cima da linha -, foi eficaz em dois dos três dribles que fez e realizou três acções com a bola na área adversária.

Destaques do Porto

Pepe 7.6

Foi o patrão e salvou a equipa em diversas situações, mormente na fase de maior ascendente do Estrela. O corte aos 80 minutos, que impediu que Ronald se isolasse perante Diogo Costa, é disso exemplo. Acabou o jogo com 14 acções defensivas. Foi dele a assistência para o único golo da noite.

David Carmo 6.2

De volta ao “onze”, foi a terceira melhor peça dos portistas. Acusou a falta de ritmo no início, mas depois estabilizou e contou com a ajuda de Pepe. Foi autor de seis recuperações de posse, oito perdas e de nove acções defensivas. 

Alan Varela 5.9

Aproveitou o espaço que lhe foi concedido para iniciar a construção dos lances de ataque da equipa, apesar de nem sempre ter sido eficaz nesse capítulo – dez passes falhados em 51 tentados (80% de eficácia). Começou a acusar a falta de ritmo à passagem da hora de jogo, ia comprometendo com um passe de risco que quase redundava num autogolo, mas salvou a pele da equipa com um corte salvador aos 90 minutos.

Eustáquio 5.9

Lançado aos 70, refrescou a zona do meio-campo, levou a melhor nos dois duelos aéreos ofensivos em que interveio e contabilizou seis acções defensivas.

Diogo Costa 5.7

Pouco afinado com a bola nos pés – 12 passes falhados em 26 tentados (eficácia de apenas 54%) –, fez duas defesas e ia borrando a pintura com uma saída dos postes mal calculada.

Iván Jaime 5.5

Com liberdade para construir, o espanhol esteve em foco, principalmente após a entrada de Taremi, foi perdendo frescura e acabou por sair aos 70 minutos. Até lá, destacou-se com dois remates, 44 acções com a bola, seis recuperações de posse, mas perdeu 14.

Galeno 5.5

Ao intervalo parecia que tinha esgotado o combustível no depósito no vaivém entre o ataque e defesa no lado esquerdo, mas recuperou na etapa final. O melhor que fez foram três centros (todos ineficazes), um remate e sete acções defensivas.

Fran Navarro 5.0

Muito escondido, o espanhol pouco se deu ao jogo. No único remate que fez falhou o 0-2 aos 32 minutos, registou apenas 22 acções com o esférico, perdeu 11 duelos e permitiu três dribles.

Gonçalo Borges 3.8

Foi o ala direito na primeira titularidade na equipa principal, deu profundidade ao corredor, mas foi pouco feliz a decidir. Com tudo para marcar aos 45 minutos atirou por cima do alvo, acumulou três passes de risco, perdeu 14 duelos, foi eficaz em apenas dois dos sete dribles tentados e cometeu três faltas.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.