Gil Vicente 🆚 Benfica | Águia domina e pousa no topo

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Sétima vitória consecutiva para os “encarnados” mantém a luta pelo título mais quente do que nunca. Desta vez o Benfica materializou a sua superioridade sem passar pelos calafrios das partidas anteriores, num jogo onde Bruno Lage promoveu alguma rotação fruto do regresso das selecções.

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Sem facilitismos

O Benfica foi para o intervalo a vencer o Gil Vicente por 0-1, numa primeira parte marcada pelo domínio claro dos “encarnados” em praticamente todos os aspectos do jogo. A equipa de Bruno Lage realizou 13 acções na área contrária, contra apenas uma do Gil Vicente, o que ilustra bem a presença constante junto à baliza adversária. A superioridade territorial foi tão evidente que o field tilt (posse no último terço) registou uns impressionantes 90,6% a favor do Benfica. O golo surgiu aos 22 minutos, numa jogada bem trabalhada por Bruma, que cruzou da esquerda para Aursnes finalizar de primeira na zona de penálti. O norueguês, a par de Amdouni, foi uma das figuras em destaque no ataque, com o suíço a somar três remates e a estar directamente envolvido em várias jogadas perigosas, incluindo a criação de uma ocasião flagrante. Os “encarnados” terminaram a primeira parte com nove remates (quatro enquadrados), contra apenas um do Gil Vicente, que surgiu aos seis minutos num cabeceamento de Pablo, defendido por Trubin. Resultado justo ao intervalo, mas algo curto face à clara superioridade evidenciada pelos “encarnados”.

A segunda parte começou da pior forma para os “galos”, que antes de conseguirem esboçar qualquer tipo de reacção sofreram o segundo golo logo aos 51 minutos, numa finalização oportuna de Belotti após jogada de bola parada iniciada por Kökcü e assistida por António Silva. Os “encarnados” ficaram mais tranquilos e passaram a gerir o ritmo do jogo com mais tranquilidade, ao contrário das partidas anteriores onde permitiram a reacção contrária, e foram mantendo a ameaça com várias remates de longe sem necessidade de se expor demasiado. O Gil Vicente tentou subir no terreno, mas a turma de César Peixoto foi incapaz de reagir. A partida acabaria por animar com o regresso de Di Maria, que fechou o resultado em 0-3 na conversão de um penálti que ele próprio sofreu, dando um volume ao resultado mais de acordo com os acontecimentos.

[ Benfica sempre mais subido no terreno ]

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[ A análise de Bruno Francisco à vitória do Benfica ]

O Jogo em 5 Factos

1. Manutenção da posse de bola

Os 821 passes completados pelas duas equipas entram directamente para o top 5 dos jogos com mais passes certos da Liga. Uma estreia para os “encarnados”, segunda partida dos “gilistas”.

2. Poucos duelos…

Os 46 duelos ganhos pelos “encarnados” é um novo mínimo da equipa na Liga, recorreu-se pouco aos duelos individuais dando-se primazia à circulação de bola. O Gil venceu 45.

3. …muitos remates de longe

Ambas as equipas igualaram os seus anteriores máximos de remates de fora da área, seis para os “gilistas”, dez para os “encarnados”.

4. Inclinação do campo

Com 79% de field tilt a favor dos “encarnados” fica bem evidente o seu domínio territorial, bem como a incapacidade dos gilistas de chegar à área benfiquista.

5. “Galo” rasteiro

Os gilistas apenas disputaram um duelo aéreo ofensivo, novo mínimo da equipa (anterior cinco), com o respectivo duelo aéreo defensivo dos “encarnados” a constituir também um mínimo da equipa (anterior três). Os visitantes venceram esse lance.

MVP GoalPoint: Orkun Kökçü 👑

As boas exibições do turco continuam. Desta feita em apenas 80 minutos foi o elemento mais em jogo, perfazendo 81 acções, circulando a bola por 65 ocasiões (máximo da partida), destacando-se nas três ocasiões de remate criadas e nas três tabelas progressivas. Foi o jogador com mais recuperações de posse (dez) e realizou quatro desarmes (dois deles no meio-campo adversário).

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Gil Vicente

Andrew 5.8

Sofreu três golos e deixou as contas dos golos evitados (defesas – xSaves) no zero. Logo aos três minutos travou uma ocasião flagrante de Aursnes com o peito e defendeu uma “bomba” de Kökçü de bola parada, totalizado quatro defesas.

João Teixeira 5.1

É dele a ocasião flagrante criada desperdiçada por Pablo, tentou levar a equipa para a frente, acumulando 133m de progressão em condução (máximo do Gil Vicente), com duas conduções progressivas, uma delas super progressiva. Apesar de ter disputado bastantes duelos (10) apenas ganhou três deles.

Destaques do Benfica

Bruma 6.8

Maninho…“, tudo isto em 70 minutos. Kökçü ainda igualou os passes para remate (ainda que de bola parada) e António Silva chegou aos dez passes progressivos (em 90 minutos). Trabalhou bem na esquerda na assistência para Aursnes, mostrando mais uma vez que quando define bem é realmente diferenciado.

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Florentino Luís 6.8

O jogador com mais passes certos na partida (59), seis deles progressivos, ofereceu dois passes para remate. Apesar de ter sido o jogador com mais desarmes (5), acabou por ser também o que mais dribles consentiu (três), reflectindo-se nos apenas cinco duelos ganhos em 11 disputados.

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Amdouni 6.3

O suíço continuar a (querer) mostrar serviço. Excelente na dinâmica com Aursnes e Tomás Araújo, é dele a combinação para a primeira grande oportunidade do Benfica. Rematou por três ocasiões, mas o grande destaque da noite vai para o seu compromisso com a equipa, disputou 13 duelos (máximo da partida), ganhando oito deles (também máximo), e com quatro desarmes e um alívio somou cinco acções defensivas.

Carreras 6.3

O segundo jogador mais em jogo da partida, com 80 acções, dinamizou o flanco esquerdo com seis tentativas de drible, oito passes progressivos, três tabelas e três conduções progressivas, tendo totalizado 111m em condução.

Belotti 6.2

O italiano voltou a marcar, o seu segundo golo na Liga, foi o mais rematador, com quatro disparos, dois enquadrados, mas desperdiçou uma ocasião flagrante. Falhou somente um de 12 passes e recebeu dez progressivos.

André Viegas Simões
André Viegas Simões
Treinador e Scout no Futebol Feminino, detém um Master em Big Data aplicado ao Futebol pela UCAM. Apaixonado por Fantasy Leagues há quase 20 anos, transforma dados em estratégias, tanto em campo como no digital.