Gil Vicente 🆚 Sporting | “Bomba” de Debast coloca leões nas “meias”

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Uma primeira parte muito desinspirada, uma segunda dominadora. Um Sporting ao contrário do que vem sendo hábito garantiu um lugar nas meias-finais da Taça de Portugal, onde vai defrontar o Rio Ave. No primeiro tempo valeu Rui Silva a negar por duas vezes o golo ao Gil Vivente. Depois, Viktor Gyökeres saltou do banco ao intervalo, o Sporting passou a dominar a partida e o sueco assistiu Zeno Debast, com o belga a coroar uma excelente exibição com um belo golo. O Gil ficou, depois, reduzido a dez, ainda colocou a bola no fundo das redes, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo.

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Desta vez o “leão” cresceu na segunda parte e ganhou

Os primeiros 45 minutos  foram para esquecer, sobretudo para o Sporting. Os “leões” pareceram sempre demasiado apáticos, sem imaginação e a arriscarem pouco. Terminaram a primeira parte com apenas cinco acções na grande área do Gil, dois remates (ambos para fora) e só três acções defensivas no meio-campo do adversário. Isto apesar de ter um pouco mais de posse de bola. O Gil Vicente pareceu estar mais vezes “por cima” no jogo e foi claramente a equipa mais perigosa no primeiro tempo, pois teve o dobro de acções na grande área contrária e criou duas ocasiões flagrantes de golo. Valeu aí Rui Silva ao Sporting.

Mas se, nos últimos tempos, a nota dominante das exibições do Sporting era adormecer nas segundas partes, desta vez aconteceu o inverso e os leões despertaram. Gyokeres saltou do banco e aos poucos a equipa de Rui Borges instalou-se no meio-campo do Gil Vicente. O golo surgiu num fortíssimo (e feliz) disparo de Debast, a passe do sueco, que por duas vezes viu depois o guarda-redes da casa negar-lhe o golo. O Sporting terminou o jogo com 22 acções na grande área gilista (ou seja, 17 na segunda parte) e quatro remates no alvo e 56% de posse de bola, mas mesmo com um jogador a mais ainda apanhou um grande susto. O Gil Vicente marcou, mas Ruen Fernandes estava três centímetros adiantado. 

[ O “leão” acabou com posicionamento médio mais adiantado ]

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O Jogo em 5 Factos

1. Poucas faltas

Cláudio Pereira, árbitro da partida, teve um critério largo, a pressão alta também não foi muita, sobretudo na primeira parte, e o jogo terminou com apenas 17 faltas assinaladas (sete cometidas pelo Gil Vicente, dez pelo Sporting).

2. Equilíbrio nos duelos, sobretudo pelo ar

O Sporting foi ligeiramente mais forte nos duelos, vencendo 47 contra 43 do Gil Vicente, mas pelo ar o equilíbrio foi total: 33% de duelos defensivos pelo ar ganhos para cada lado e, claro, 67% de duelos aéreos ofensivos conquistados também para cada.

3. Acerto no passe

De um lado e de outro não foram muitos os passes de risco falhados, também porque de ambos os lados não hoube muita a pressão alta. As duas as equipas terminaram o encontro com percentagens de precisão de passe bem acima dos 80% (83,6% para o Gil Vicente, 88,6% para o Sporting).

4. Poucas acções defensivas no meio-campo contrário

Na primeira parte foram apenas cinco as acções defensivas no meio-campo adversário (duas pelo Gil Vicente, três pelo Sporting). Na segunda o número subiu um pouco, mas não muito: o Sporting terminou a partida com dez, o Gil com oito.

5. Dribles pouco eficazes

No capítulo do drible não foi grande a inspiração de um lado e do outro. Ambas as equipas tentaram 15 dribles. O Gil Vicente só foi bem-sucedido em três delas. O Sporting esteve um pouco melhor, mas não muito, completando cinco desses 15 dribles tentados.

MVP GoalPoint: Rui Silva 👑

Se o Sporting pôde partir para a segunda parte com o resultado a zeros, depois de uma primeira parte muito pouco conseguida, deveu-o a Rui Silva. O guarda-redes travou uma ocasião flagrante do Gil no primeiro tempo, terminou a partida com quatro defesas, 0,9 de golos evitados (defesas – xSaves) e não falhou qualquer passe.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Gil Vicente

Brian 6.2

Se Rui Silva brilhou na baliza do Sporting na primeira parte, Brian destacou-se na do Gil Vicente na segunda. Três defesas ao todo, duas delas a negar o golo ao Sporting (e a Gyökeres) em ocasiões flagrantes.

Sandro Cruz 6.1

O defesa internacional angolano foi um dos jogadores que mais desarmes fez no encontro (5), ganhou seis dos 12 duelos que travou e ainda foi dele o passe para uma das duas ocasiões de golo flagrantes do Gil no jogo.

Destaques do Sporting

Gonçalo Inácio 7.0

No centro da defesa a três do Sporting, Gonçalo Inácio foi quem mais acções defensivas teve na partida (14, com destaque para seis alívios) e quem mais passes acertou no jogo e (79, ou 94% de eficácia), perdendo apenas três duelos ao longo dos 90 minutos.

Zeno Debast 6.8

Herói da partida, ao assinar o único golo do jogo. Além do fulminante remate com que desfez o nulo, Debast deu ainda nas vistas no passe, sobretudo nos passes longos, acertando nove em 11 tentados, totalizando ainda quatro passes super progressivos. Novamente a actuar no meio-campo, foi quem mais bolas recuperou (8).

Matheus Reis 6.4

Foi quem mais passes falhou no encontro (13, três dos quais de alto risco), mas compensou com dez acções defensivas (entre elas quatro alívios). Só perdeu três duelos em oito e foi o jogador do Sporting com mais conduções progressivas (3).

Maxi Araújo 6.3

O uruguaio foi o responsável pelo segundo amarelo (e consequente vermelho) a Zé Carlos, com uma excelente recepção de bola a passe longo de Debast. Destacou-se ainda com 12 passes progressivos, de longe o valor mais alto entre todos os jogadores em campo, e ainda somou quatro acções na grande área gilista.

Geovany Quenda 6.0

Cresceu na segunda parte e acabou o jogo com dois passes para remate e oito passes progressivos. Perdeu, contudo, a bola por 12 vezes e ficou-se por uma condução progressiva.

Ricardo Esgaio 6.0

Titular face às muitas ausências, o tantas vezes “patinho feio” Esgaio esteve certeiro no passe (terceiro jogador com mais passes certos no jogo: 61) e contribuiu ainda com quatro alívios num total de oito acções defensivas.

Viktor Gyökeres 5.5

Entrou ao intervalo e acabou como o jogador que mais passes progressivos recebeu (14) e o do Sporting com mais acções dentro da grande área adversária (5). Foi dele a assistência para o golo de Debast, mas falhou duas ocasiões flagrantes.

Conrad Harder 4.4

Tal como Gyokeres esteve 45 minutos em campo, os da primeira parte, mas “só” recebeu seis passes progressivos e teve menos uma acção na grande área contrária em relação ao sueco (4), não ganhando qualquer duelo enquanto esteve em campo, ficando-se pelas 12 acções no encontro (Gyökeres terminou com 23).

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