Marcus Edwards: o intenso brilho do intermitente

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“O potencial do Edwards é para selecção inglesa, mas ele tem de dar ao ‘pedal’ e ganhar consistência”. As palavras são de Rúben Amorim, proferidas há algumas semanas quando questionado sobre o potencial e o rendimento do extremo inglês do Sporting, Marcus Edwards. Se as declarações o técnico leonino colhem quando observamos o percurso do britânico, os analytics ajudam-nos a perceber o porquê da confiança de Amorim no potencial de Edwards.

O inglês tem fases de grande exuberância e outras de relativo apagamento, tanto durante os jogos, como em determinadas fases das épocas. Daí advirá, certamente, as palavras do treinador, que tem puxado por Edwards de forma a que este suba mais um patamar nos seus desempenhos. Porém, esta crítica – cremos que construtiva – encerra também momentos de grande brilhantismo, que os números da Primeira Liga 2023/24 vêm confirmar.

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Mais produtivo do que (por vezes) parece

Em três dos principais momentos de criação ofensiva, Marcus lidera em dois e é vice-líder noutro – isto entre jogadores com mais de 405 minutos jogados, metade do total possível. Falamos de ocasiões flagrantes criadas, passes para finalização e passes de ruptura por cada 90 minutos. Os primeiros dependem, naturalmente, dos segundos, mas a relação entre ambos os detalhes no jogo de Edwards é de assinar.

No total, Marcus fez 18 passes para finalização nesta Liga, sendo que sete criaram ocasiões flagrantes. Trata-se de uma flagrante criada a cada 2,6 passes para remate, cerca de 39% de total as entregas para disparo. Não espanta por isso que o “leão” lidere, destacado, na média de flagrantes criadas a cada 90 minutos à nona jornada da Liga, excelentes 1,3, quase o dobro do segundo jogador com mais destes lances, o benfiquista Rafa Silva.

Contudo o jogador formado no Tottenham não se fica por aqui. Os passes para finalização são 3,2 a cada 90 minutos, também valor mais alto da Liga, ligeiramente acima (por centésimas) do que faz Alan Guimarães, médio do Moreirense. Só no passe de ruptura o inglês perde marginalmente a liderança, para o portista Pepê Aquino, que comanda com 1,2, contra 1,1 do sportinguista.

[ Ocasiões flagrantes criadas (esq.), passes para finalização e passes de ruptura (dta) de Edwards na Liga 2023/24]

Os mapas acima mostram precisamente esses três momentos de Edwards, criados quase em exclusivo a partir do lado direito do ataque, apesar da capacidade que demonstra em deambular por diversas zonas do terreno. Amorim pode ainda não estar plenamente satisfeito com o rendimento do extremo, mas nas intermitências que caracterizam os seus desempenhos há um brilho intenso que justificam as palavras de incentivo do treinador leonino.

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Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.