Moreirense 🆚 Benfica | Águia presa na gaiola minhota

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Alto e pára o baile. O Benfica foi travado em Moreira de Cónegos, onde não foi além de um nulo. Após Roger Schmidt ter elogiado o momento “encarnado”, a verdade é que os lisboetas estiveram muito longe dos melhores momentos e não tiveram arte nem engenho para derrubar a muralha defensiva do Moreirense, que se fechou bem, ainda conseguiu criar perigo na primeira metade, mas na segunda limitou-se a destruir. Segundo empate da equipa da Luz na Primeira Liga. O Sporting pode voltar a isolar-se no comando do campeonato.

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Benfica sem ideias

O Moreirense entrou muito forte em jogo, com os primeiros seis remates, dois enquadrados, apesar de ter menos bola. Os contra-ataques eram velozes e muito perigosos e, aos 12 minutos, Madson atirou com estrondo à barra. Os “encarnados” só realizaram o primeiro disparo em cima do primeiro quarto-de-hora e, aos 17, Florentino falhou o 1-0 de forma incrível.

O Benfica continuou a dominar a posse e a iniciativa e a sentir algumas dificuldades para furar a coesa defesa cónega e, depois, travar as correrias da casa nos contra-ataques, e não espantaria se o marcador tivesse funcionado na primeira metade, mas a verdade é que tal não aconteceu, apesar das ocasiões. Uma delas, flagrante, foi criada por Fredrik Aursnes, o melhor nesta fase, com um GoalPoint Rating de 7.2 que incluía também dois passes para finalização, dois dribles completos em dois tentados e duas intercepções.

A toada manteve-se no segundo tempo, mas com um futebol mais confuso de parte a parte. O Benfica, a necessitar de dar mais velocidade ao seu futebol, não o conseguia fazer e era presa fácil para a organização defensiva dos minhotos. Aos 72 minutos, João Mário marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo de Kökçü, que havia assistido o médio luso.

Não havia volta a dar. O Benfica foi tentando tudo, mas o Moreirense mostrou sempre uma consistência defensiva à prova de todas as experiências de Roger Schmidt, em especial na grande área, onde os defensores da casa anulavam praticamente todas as acções benfiquistas. Quarto jogo seguido dos minhotos sem sofrerem golos.

[ Benfica muito subido, mas em vão ]

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MVP GoalPoint: Fredrik Aursnes 👑

Mesmo fora da sua posição, o norueguês continua a dar cartas, graças à inteligência como lê o jogo. Em Moreira de Cónegos foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.8, fruto de uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, 95 acções com bola, três dribles completos em quatro tentados e quatro intercepções

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Moreirense

Gonçalo Franco 6.7

Belíssimo jogo do médio cónego. Além de seis passes longos certos em dez, acumulou o máximo de recuperações de posse (13) e incríveis 19 acções defensivas, com destaque para o máximo de desarmes (7), mais quatro intercepções e cinco bloqueios de passe/cruzamento (também valor mais alto) – seis dessas acções defensivas aconteceram no meio-campo benfiquista. De negativo os sete dribles consentidos, três no primeiro terço.

Alan Guimarães 6.6

Talvez a estrela da companhia, o brasileiro somou três passes para finalização, completou as três tentativas de drible, acumulou dez recuperações de posse, quatro desarmes e três bloqueios de passe.

Marcelo 6.2

Jogo sólido do central, que ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos e realizou 13 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções e três bloqueios de remate.

Destaques do Benfica

António Silva 7.3

Imperturbável. O central benfiquista nunca vacilou, acertou 81 de 86 passes (94%), fez dez passes progressivos, acumulou 106 acções com bola (máximo), 12 recuperações de posse e três bloqueios de remate.

Otamendi 7.0

Um dos mais inconformados. O argentino criou uma ocasião flagrante de golo, acertou seis de oito passes longos, dois de quatro dribles, somou quatro conduções progressivas e nove acções defensivas.

Chiquinho 6.0

Entrou ao intervalo para dar mais dinâmica ao “miolo” benfiquista. Não se pode dizer que o tenha conseguido, mas esteve muito certo, com três passes para finalização em apenas 45 minutos.

Rafa Silva 5.9

A ausência de profundidade no ataque, devido ao recuo cónego, complicou-lhe a tarefa, pelo que não teve grande impacto no jogo. Destaque para o máximo de passes progressivos recebidos (15), para as sete acções com bola na área contrária (valor mais alto), os três dribles completos em cinco e as quatro faltas sofridas, três delas a arrancar cartões amarelos.

Trubin 5.9

Praticamente só teve trabalho na primeira parte, altura em que teve de se aplicar. Ao todo realizou três defesas e evitou 0,7 golos (defesas – xSaves).

João Neves 5.7

O jovem saiu ao intervalo com oito recuperações de posse e nove duelos ganhos em 13.

Di María 5.7

Pouco fresco e sem explosão, foi, ainda assim, o mais rematador do jogo, com cinco disparos, criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização, teve eficácia em três de cinco cruzamentos e completou incríveis sete dribles em 11 tentados (máximos). De negativo uma ocasião flagrante falhada e (de longe) o máximo de perdas de posse (25), cinco delas no primeiro terço.

Kökçü 5.3

Está claramente sem ritmo. Muito bem no passe, com seis longos certos em nove e dez progressivos, mostrou-se lento e fez quatro faltas.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.