Portugal é o vencedor da Liga das Nações de 2024/25! A formação lusa não entrou como favorita ante a poderosa equipa de Espanha, considerada a melhor selecção do Mundo, mas elevou-se a grande altura, anulou grande parte dos pontos fortes da “la roja”, em especial Lamine Yamal, recuperou duas vezes de desvantagem e depois decidiu no desempate por grandes penalidades. Diogo Costa e Rúben Neves foram aqui decisivos, mas não há palavras para a exibição de Nuno Mendes.



Para a eternidade
As coisas não correram na primeira parte, num jogo animado e de qualidade, com alguns bons momentos. Portugal entrou bem, mas rapidamente a Espanha pegou no jogo, limitando as transições lusas. Nico Williams ia fazendo o que queria de João Neves, o insistente “lateral-direito”, e aos 21 minutos, numa sobra de bola na área, Zubimendi (21′) inaugurou o marcador. A resposta portuguesa não tardou e Nuno Mendes (26′) empatou num remate cruzado. Contudo, Espanha ia criando mais perigo e acabou por fazer o segundo por Oyarzabal em cima do intervalo.
Martínez mexeu ao intervalo, reforçou a intermediária com Rúben Neves e corrigiu o erro (insistente) de “casting” de colocar João Neves a lateral, e lançou Nélson Semedo. Portugal passou a pressionar melhor e a controlar os espaços nas alas com mais qualidade e, aos 61 minutos, novo empate. Nuno Mendes realizou uma jogada incrível na esquerda, cruzou e a bola chegou a Cristiano Ronaldo na área. O capitão encostou para o 2-2. A partir daqui houve equilíbrio, sem grandes ocasiões de golo, com as duas equipas sem arriscarem. Seguiu-se prolongamento.
Na primeira metade do tempo extra Portugal esteve claramente por cima, anulando o futebol espanhol e criando os melhores lances de perigo. No segundo tempo nenhuma das equipas arriscou verdadeiramente e tudo foi decidido nos penáltis. Aqui, todos marcaram, menos Álvaro Morata. Rúben Neves fez o pontapé decisivo que deu o título a Portugal!
[ O jogo até esteve equilibrado nos posicionamentos médios ]

O Jogo em 5 Factos
1. Espanha mais perigosa, mas…
A “la roja” perdeu, mas até teve mais Golos Esperados (xG). Foram 2,1 contra 1,0 dos lusos e três ocasiões flagrante, para duas de Portugal. Contudo, a turma das “quinas” levou o “caneco”.
2. Espanha apostou no passe a rasgar
A formação espanhola tentou surpreender Portugal com passes de ruptura. Foram quatro (contra nenhum luso), máximo da equipa na competição. Contudo, os portugueses conseguiram quase sempre controlar esses lances.
3. Portugal castigado e com perdas
A formação lusa sofreu 19 faltas, o máximo da equipa na competição, tal como Espanha completou o número mais alto de infracções. Ao mesmo tempo, os lusos contabilizaram 19 perdas de posse no terço defensivo, também recorde. Vá que não teve grandes consequências no final.
4. Portugal deixou a Espanha jogar
De forma propositada ou não, houve grandes períodos em que Portugal deixou Espanha jogar. “La roja” terminou com 93% de eficácia de passe e os lusos permitiram 24,4 entregas espanholas até realizar uma acção defensiva (PPDA). No final, quem se ficou a rir foi Portugal.
5. Pressão espanhola sem efeito
A Taça é nossa, as estatísticas até querem contrariar o feito, mas é o que é. Espanha realizou 23 acções defensivas no meio-campo contrário, contra apenas oito de Portugal. São estratégias…

MVP GoalPoint: Nuno Mendes 
Que jogo incrível de Nuno Mendes, arriscamos a dizer que é o melhor lateral-esquerdo do Mundo. Não deu para nota máxima, algo raro em jogos deste calibre, mas o jogador do PSG não só foi eleito o melhor da final e da “final four”, como foi também o MVP GoalPoint. O defesa meteu Lamine Yamal “no bolso”, esteve impecável a defender e portentoso a atacar. Além do golo que marcou na primeira parte, esteve na génese do tento de Cristiano Ronaldo. Além disso criou uma ocasião flagrante, completou quatro de cinco tentativas de drible, fez seis conduções progressivas e duas super progressivas, registou três desarmes e um corte decisivo.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques de Portugal
Rúben Dias 6.1
Belíssimo jogo do central. Rúben Dias ganhou sete de 11 duelos individuais, incluindo três de quatro aéreos defensivos, e ainda realizou um corte decisivo.
Cristiano Ronaldo 5.8
O capitão esteve sempre muito vigiado, mas praticamente na única vez que teve espaço, marcou um golo e voltou a escrever mais um capítulo para a lenda.
Diogo Costa 5.6
Herói no desempate por penáltis, Diogo Costa fez quatro defesas, uma delas, na segunda parte, num voo espectacular..
Nélson Semedo 5.5
A sua entrada impunha-se, dadas as dificuldades de João neves a lateral. Semedo veio dar equilíbrio e fechou o seu flanco, e só não tem melhor nota porque desperdiçou uma ocasião flagrante. Apesar de ter entrado apenas ao intervalo do tempo regulamentar, foi o jogador com mais recuperações de posse (8).
João Neves 3.7
Muito mais vítima que réu. A sua colocação a lateral não só o penaliza, como se vê pelo rating, como também castiga a equipa. João Neves esforçou-se, mas teve muitas dificuldades perante o veloz Nico Williams, tendo cometido um erro que ditou o 1-0.
Destaques do Espanha
Martín Zubimendi 7.7
O organizador de todo o futebol espanhol marcou um golo e foi o melhor da la roja. O basco acertou 94% dos 105 passes que realizou, somou 118 acções com bola, sete conduções progressivas e ainda fez quatro acções defensivas no meio-campo contrário.
Lamine Yamal 6.4
O jovem de 17 anos até acabou com boa nota, mas também “no bolso” de Nuno Mendes, tendo perdido cinco dos nove duelos com o lateral, e foi vê-lo a fugir muitas vezes do seu flanco para se libertar. De positivo uma ocasião flagrante criada, um passe de ruptura, dois remates enquadrados em quatro e também o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (5). Contudo, tentou apenas duas vezes o drible, com sucesso num, registou o valor mais alto de perdas de posse (21), sofreu cinco desarmes e acumulou quatro maus controlos de bola, tudo máximo.