Sporting 🆚 Porto | Leão “tira as teimas” e foge à concorrência

-

Oporting foi o grande vencedor do “clássico” ante o Porto. Não assistimos, nem de perto, ao mesmo espectáculo que as duas equipas nos proporcionaram na Supertaça. Este foi um jogo mais táctico, com alguns momentos de equilíbrio, de alternância de ascendente, mas o “leão” acabou por ser mais forte a criar perigo, com diversas situações para marcar. Só conseguiu abrir o activo aos 72 minutos, pelo suspeito do costume, Viktor Gyökeres, de grande penalidade, e a partir daqui a equipa de Rúben Amorim nunca mais perdeu o controlo dos acontecimentos, fazendo o segundo nos descontos, por Geny Catamo.

GoalPoint-2024-08-31-Sporting-Porto-Primeira-Liga-202425-Ratings

Jogo muito táctico

O Porto surpreendeu o Sporting no arranque da partida. Em processo defensivo, os “dragões” apresentavam-se numa espécie de 5-4-1, com o lateral-esquerdo Galeno a fechar no meio e Pepê a fazer de lateral. Ao mesmo tempo, o meio-campo portista superiorizava-se ao leonino, com os “leões” sem conseguirem, assim, lançar as diagonais de Gyökeres. Porém, o Sporting terminou o primeiro tempo por cima e a criar diversos lances de perigo, com os da Invicta sem rematarem entre os minutos 16 e 41..

O Porto subiu mais no terreno na segunda parte, mais pressionante, mas os espaços que concedia permitiu a Gyökeres estar perto do golo aos 52 minutos, mas Alan Varela tirou a bola em cima da linha. Porém, o sueco marcaria mesmo, aos 72 minutos, de grande penalidade, a castigar uma falta na área de Otávio sobre o atacante. O Sporting assumiu o controlo o jogo e nunca mais o perdeu, fazendo o 2-0 nos descontos, por Geny

[ O Sporting empurrou o Porto para a zona intermediária ]

GoalPoint-2024-08-31-Sporting-Porto-Primeira-Liga-202425-pass-network

O Jogo em 5 Factos

1. Sporting criou muito perigo

Demorou, mas aos poucos o Sporting foi crescendo e criando lances de golo. Marcou dois, mas poderia ter marcado três, olhando para os Golos Esperados (xG) que amealhou na partida (3,1).

2. Porto apostou no passe longo

Recuado em diversos momentos do jogo, o Porto apostou no passe longo para tentar surpreender o “leão”. Ao todo realizou 49, quando a sua média até ao momento era de 35. Teve sucesso em 22 desses lances.

3. Leão pouco pressionante

Olhando para o encontro, é verdade que o Sporting jogou bem mais no meio-campo portista, mas em parte foi consentido pelos visitantes. Prova disso o facto de os lisboetas apenas terem realizado sete acções defensivas no meio-campo contrário, enquanto o Porto chegou às 12.

4. “Dragão” com pouco remate

Além de ter registado apenas 0,4 xG, o Porto terminou o jogo só com oito disparos. No primeiro tempo esteve sem o fazer entre os minutos 16 e 41 e na etapa complementar apenas realizou um remate entre os 63 minutos e o apito final.

5. Namaso, um avançado a defender pelo ar

Um número pouco habitual, mas aconteceu. Namaso teve um jogo difícil, com ordens para recuar e ajudar a defender, tendo acabado com o pior rating da noite, um 4.4. Contudo, o que mais salta à vista é o facto de ter disputado seus duelos aéreos e ganho cinco, ambos máximos do encontro.

MVP GoalPoint: Pedro Gonçalves 👑

Mais um grande jogo de “Pote”, a realizar um arranque de temporada verdadeiramente imparável. O internacional luso foi o MVP do “clássico”, com números de excelência. Para início de conversa, assinou nove passes para finalização, batendo o recorde desta Liga que já lhe pertencia, a par de Ricardo Horta, com sete. Dois deles criaram ocasiões flagrantes de golo e um foi assistência para o tento de Catamo. Estupendo.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Viktor Gyökeres 7.5

Imparável. O seu tento foi de penálti, é verdade, mas a forma como o ganhou, rodando sobre Otávio e fugindo ao brasileiro numa “cavalgada” imparável, valeu metade do golo. Gyö leva sete em quatro jornadas e, nesta partida, foi o mais rematador, com cinco disparos, dois enquadrados, fez um passe de ruptura, oito acções com bola na área contrária, completou quatro de seis tentativas de drible e somou duas conduções progressivas. De negativo uma ocasião flagrante falhada.

Geny 6.8

O moçambicano gosta dos grandes jogos. Na época passada marcou ao Benfica, agora fez mais um excelente golo ao Porto. Começou na esquerda, terminou na direita e e registou uma ocasião flagrante criada e três faltas sofridas.

Hjulmand 6.1

Um lutador. O dinamarquês foi um líder, comandou as “tropas” leoninas e saiu de cena com o máximo de recuperações de posse (7) e com apenas seis perdas em 48 acções com bola. Ganhou oito de 12 duelos.

Diomande 5.9

Dono do máximo de passes completos (85), tentados (95) e de acções com bola (109), Diomande acumulou oito acções defensivas e esteve seguro.

Gonçalo Inácio 5.9

O central também esteve bem no passe e esteve muito em jogo (89 acções), mas o destaque vai para quatro intercepções e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário.

Destaques do Porto

Galeno 6.4

Jogo após jogo, Galeno vai sendo sempre o melhor jogador do Porto. Nesta partida fechou muitas vezes por dentro, qual central, tendo a ajuda de Pepê, mas conseguiu soltar-se amiúde, realizando dois remates, ambos enquadrados. Terminou com três intercepções e dois bloqueios de remate.  

Zé Pedro 5.9

Seguro e muito atento, o central português não esteve tão bem no passe, tendo acertado somente três de 11 longos, mas ganhou três de quatro duelos aéreos e somou dois bloqueios de remate, um deles um corte decisivo a disparo de Trincão.

Varela 5.9

Na retina aquele corte decisivo a remate de Gyökeres, em cima da linha de golo. O argentino foi muito importante tacticamente na ajuda aos centrais portistas.

Vasco Sousa 5.4

O jovem médio não se conseguiu soltar tanto quanto gosta, mas trabalhou muito e acumulou cinco desarmes, valor mais alto do jogo.

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.