Goleada do Porto, “sem espinhas” e muito importante, pois aconteceu no derradeiro jogo dos “dragões” no seu reduto antes da paragem para os encontros das selecções e precisamente a uma semana da visita ao Benfica no Estádio da Luz. Os “azuis-e-brancos” entraram bem, aproveitaram os erros dos “canarinhos” na primeira parte e, apesar de não deslumbrarem na segunda, fizeram mais dois golos até final pelo recém-entrado Galeno.
“Dragão” tornou o jogo fácil
O Dragão assistiu a uma primeira metade muito movimentada e intensa, com o Porto a atacar e a dominar, mas o Estoril Praia a não se limitar a defender, terminando, inclusive, com mais acções com bola na área contrária do que o Porto do outro lado. Contudo, os erros pagam-se caro. O primeiro golo foi da autoria de Namaso, num lance no qual o guardião Joel Robles ficou mal na fotografia. O segundo tento surgiu por Pepê, após um erro crasso num atraso de bola de Kévin Boma. Destaque para o médio brasileiro que, ainda com 1-0 no marcador, ficou em boa posição para marcar ou assistir devido a uma lesão muscular de Pedro Amaral. Pepê não se quis aproveitar do azar do colega de profissão e parou o lance. Bravo!
O segundo tempo não o interesse da etapa inicial. O “dragão” não aplicou tanta intensidade na pressão, embora continuando a controlar e a dominar, as ocasiões foram menos, mas ainda assim surgiu o 3-0 por Galeno, que havia entrado apenas quatro minutos antes. O brasileiro entrou endiabrado e derrubou o que restava da resistência estorilista e bisou perto do fim para confirmar a goleada.
[ O Estoril tentou responder, mas foi envolvido pelo Porto ]
O Jogo em 5 Factos
1. Muitas e boas ocasiões
Por erros contrários ou por mérito próprio, a verdade é que o Porto terminou com seis ocasiões flagrantes no seu registo, número que é o terceiro valor mais alto da Liga (embora compartilhado com outras equipas).
2. Recorde de acções portistas
A superioridade dos homens da Invicta foi tal que o Porto fixou um novo recorde da equipa no número de acções com bola. Foram, ao todo, 863 (terceiro registo mais elevado da Liga), batendo o seu anterior máximo de 818 e pulverizando a média até aqui (695).
3. Muita qualidade no passe
Também nas entregas os “dragões” estiveram imparáveis. Os 672 passes são recorde portista na prova, bem como os completos, que foram 612, quando a média era de 433.
[ Todos os passes do Porto, a azul os completos ]
4. Uma brutalidade de passes longos certos
Ainda no capítulo das entregas, o Porto apostou muito no passe longo para aproveitar o atrevimento do Estoril e acumulou 56. Destes, 41 encontraram o seu destino, quando a média de longos completos da equipa portista era de cerca de 18 por encontro.
[ Os passes longos do FCP ]
5. Mais acções na área, mas…
O “dragão” terminou o jogo com 32 acções na área estorilista, mais dez do que o seu adversário, mas tal deveu-se à forma como se desenrolou o segundo tempo. No primeiro, o Estoril teve mais dessas acções, 14 contra nove.
MVP GoalPoint: Namaso
Grande jogo do atacante do Porto, talvez o melhor com a camisola “azul-e-branca”. Namaso terminou com um rating extraordinário, mesmo tendo desperdiçado uma ocasião flagrante. O inglês fez o primeiro golo do encontro, foi o mais rematador do desafio com cinco disparos, quatro enquadrados, falhou somente dois de 25 passes, acumulou o máximo de acções com bola na área contrária (9), completou duas de três tentativas de drible e ajudou com cinco acções defensivas, com destaque para duas intercepções.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Porto
Galeno 8.1
O brasileiro manteve-se quieto no banco até que entrou aos 73 minutos para o lugar do compatriota Pepê, para arrasar com o que restava da defesa estorilista. Galeno marcou quatro minutos após ser lançado, bisou perto do fim e terminou com dois remates enquadrados, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e três conduções progressivas.
Diogo Costa 7.9
O guardião acabou por ter algum trabalho devido à atitude desabrida do Estoril e acabou por ser fundamental na “clean sheet” do Porto. Costa fez cinco defesas e evitou 2,2 golos (defesas – xSaves).
Fábio Vieira 6.5
O médio pode não ter marcado ou assistido, mas esteve muito bem noutros momentos do jogo, nomeadamente no passe, com 30 certos em 33 tentados, seis progressivos e três super progressivos. Registou ainda duas intercepções.
Pepê 6.5
O primeiro destaque na exibição de Pepê tem de ir para o gesto de “fair play” que teve ainda na primeira parte, ao travar um lance em que poderia facilmente marcar ou assistir, uma vez que beneficiou de uma lesão de Pedro Amaral. Logo a seguir foi “premiado” com o segundo golo portista, aproveitando uma “prenda” de Kévin Boma. Pepê foi o jogador que mais passes progressivos recebeu (12), registou oito acções com bola na área contrária, duas conduções super progressivas e ainda três acções defensivas no meio-campo contrário. A nota é afectada por uma ocasião flagrante falhada.
Martim Fernandes 6.2
Excelente Martim Fernandes, em especial nos momentos ofensivos. Dono de 102 acções com bola, fez duas assistências em três passes para finalização, completou três de seis tentativas de drible e ainda realizou quatro conduções progressivas.
Eustaquio 6.0
O médio criou uma ocasião flagrante e fez um passe de ruptura. Além disso, falhou somente três de 46 passes. Esteve muito “certinho” ao logo da segunda parte (entrou apenas ao intervalo).
Nehuén Pérez 5.9
O central argentino esteve muito em jogo, tendo registado o máximo de acções com bola na partida, nada menos que 126, registo mais elevado num jogo da Liga a par do sportinguista Gonçalo Inácio ante o casa Pia e do bracarense Adrián Marín contra o Boavista. Foi ainda o jogador com mais passes certos (109) e tentados (114) e ainda somou quatro desarmes e dois bloqueios de remate.
Samu 5.2
Este não foi o jogo mais conseguido do atacante espanhol, longe disso. Discreto ao longo de toda a partida, terminou com o pior rating dos “dragões”, com apenas dois remates, nenhum enquadrado. De positivo os oito passes progressivos que recebeu e os dois duelos aéreos defensivos que ganhou em quatro.
Destaques do Estoril Praia
Joel Robles 6.2
O melhor elemento do Estoril-Praia, embora nem tenha começado bem, pois ficou mal na fotografia no golo de Namaso. Robles terminou com cinco defesas, uma a travar uma ocasião flagrante de golo.
Pedro Álvaro 5.9
O central “canarinho” ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e acumulou 12 acções defensivas, com destaque para seis alívios e três bloqueios de remate.