J ogo bem disputado na Luz com o Benfica a passar o Natal na liderança do campeonato, após vencer o Estoril por 3-0. Uma equipa da Linha que se foi mostrando organizada e atrevida, principalmente na primeira parte, foi perdendo gás na segunda, permitindo ao Benfica superiorizar-se. Pavlidis, com um golo, e o seu suplente Amdouni, com dois, fecharam o resultado a favor dos “encarnados”.
“Grinch” amarelo não consegue estragar Natal “encarnado”
Uma primeira parte interessante na Luz, com intensidade e ataques de parte a parte, com os “canarinhos” a chegarem com frequência ao último terço benfiquista, através das incursões do atrevido Fabrício. As “águias” entraram expectantes, mas foram crescendo ao ritmo da qualidade individual dos seus jogadores, com Pavlidis a desbloquear o nulo, aos 28 minutos, com um remate rasteiro de fora da área, assistido por Di Maria. Num jogo vivo e repartido, tudo igual em remates (sete) e enquadrados (dois).
Na segunda parte a toada manteve-se, no entanto os estorilistas não conseguiram materializar em remates as incursões à área “encarnada”, com o primeiro remate a surgir aos 78 minutos, já depois do segundo golo benfiquista. As “águias” acabaram por selar a vitória com um bis do recém entrado Amdouni, que aproveitou uma sobra dentro da área e uma falha de marcação numa bola parada.
[ O Estoril Praia até equilibrou nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
1. Quase tudo limpo
Os 39 alívios são um novo máximo na Liga por parte da turma da Linha, que foi tentando manter a bola longe da baliza de Robles face às investidas “encarnadas” através de cruzamentos e bolas longas.
2. Vontade de dividir o jogo
Os estorilistas quiseram discutir o jogo até ao fim e o novo máximo de desarmes da equipa na Liga (31) é reflexo do trabalho sem bola dos “canarinhos”.
3. Controlar os espaços
Os “encarnados” interceptaram 18 passes, um novo máximo da equipa na Liga, demonstrando que o Estoril tentou apresentar um jogo positivo na Luz.
4. Progredir na largura
Dos 51 passes progressivos do Benfica, 13 foram super progressivos, com os “encarnados” a tentarem aproveitar o espaço nas costas da defesa “canarinha” para chegar ao último terço. Por outro lado, a “águia” recorreu às variações do centro de jogo (13) para tentar desposicionar a defesa da equipa da Linha.
5. Pressão alta dos dois lados
Equilíbrio nas acções defensivas no meio-campo adversário, o Benfica com 15, o Estoril com 14. O estilo pressionante das duas equipas contribuiu para o bom espectáculo de futebol.
MVP GoalPoint: Zeki Amdouni
O “super sub” suíço ditou fim à incerteza que se ia mantendo no resultado. Em pouco mais de 20 minutos marcou dois golos nos únicos dois remates que efectuou. No primeiro aproveita um alívio incompleto de Pedro Álvaro, no segundo cabeceou sozinho na pequena área na sequência de um pontapé de canto.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Tomás Araújo 7.1
Excelente exibição do central português, que em diversas ocasiões teve de ajudar Bah a travar as investidas “canarinhas”, tendo efetuado 14 acções defensivas (máximo dos “encarnados”, em igualdade com Bacher e só ultrapassado por Pedro Álvaro). Importante nos duelos – ganhou 12 dos 15 que disputou – e na forma como também conseguiu ajudar a equipa a sair para o ataque, ora circulando por António Silva, ora colocando directamente em Bah ou Di Maria.
Carreras 6.8
As 15 recuperações posicionais são um máximo na Liga, em igualdade com o “insular” Luís Esteves. Foi o jogador mais em jogo, solicitado em 70 ocasiões pelas colegas, tendo sido um dos principais municiadores dos colegas mais adiantados, esticando o jogo ora através do passe progressivo, em 11 ocasiões (máximo na partida), duas delas super progressivas, ora através de variações do centro de jogo (cinco, também máximo da partida).
Kökçü 6.7
Foi à semelhança de Carreras, o municiador do ataque benfiquista, ficando apenas atrás deste em passes progressivos (nove), tentou esticar o jogo com sucesso em seis das dez tentativas de passe longo. Criou três ocasiões.
Pavlidis 6.6
Desbloqueou o marcador com um remate rasteiro de fora da área, pondo termo a um jejum que já perdurava há cinco partidas.
Di Maria 5.9
O argentino acabou a partida com três passes para ocasião, duas delas flagrantes e uma assistência.
Muito perdulário a nível do remate, com nenhum dos três remates a sair enquadrado com a baliza, destacou-se mais uma vez a descobrir os colegas no coração da área adversária, tendo realizado quatro passes super progressivos para esta zona do terreno.
Destaques do Estoril Praia
Bacher 6.4
Muito eficaz a defender, o austríaco totalizou 14 acções defensivas (em igualdade com Tomás Araújo, apenas atrás do colega de sector Pedro Álvaro), oito delas alívios. Efectuou dez recuperações posicionais, tendo tentado sempre sair a jogar com critério, falhando apenas um passe no seu meio-campo defensivo.
Fabrício 6.2
Dificultou bastante a vida a Bah, principalmente na primeira parte, fruto das suas perigosas incursões pelo flanco esquerdo. No início da segunda metade assustou ao “cavar” um penálti revertido pelo VAR. As cinco conduções progressivas, três delas super progressivas foram um máximo da partida, à semelhança da distância total progredida (225m). Foi o jogador que mais duelos travou na partida (17) e o estorilista que mais saiu vitorioso dos mesmos (9), fruto das quatro faltas sofridas e dos cinco desarmes realizados.
Pedro Álvaro 4.8
Exibição fica marcada pelo alívio incompleto que deixa a bola à mercê de Amdouni para o 2-0. Foi o “bombeiro” de serviço durante toda a partida recorrendo ao alívio em 15 ocasiões (o máximo da Liga são 16), totalizando 18 acções defensivas, o máximo da partida.