Esta sexta-feira arranca a 21ª jornada da Primeira Liga e já com um escaldante “clássico” no Dragão entre Porto e Sporting. Os “leões” chegam ao encontro com ampla margem pontual e com um futebol mais consolidado e vão tentar tirar da corrida do título uma formação da Invicta com treinador recém-chegado e que continua a mostrar carências individuais e colectivas. Quem sairá por cima? Olhemos alguns números.
O momento de forma das duas equipas, ou seja, os cinco últimos jogos, apontam para um Sporting bem mais consistente, com quatro vitórias e apenas um empate contra somente dois triunfos dos “azuis-e-brancos” e um desaire pelo caminho. Isto apesar de os “dragões” serem uma formação mais rematadora e com bem mais posse de bola. O diferenciador é mesmo a qualidade dos momentos ofensivos, que se vê em algo tão simples como os remates enquadrados ou os golos marcados. O “leão” fez oito golos contra seis nesta fase e sofreram menos golos, apesar de o perigo criado e permitido ser muito semelhante, quando olhamos para os Golos Esperados (xG). Contudo, nada como olhar para a época inteira.
1. Sporting bem mais perigoso
Os xG dizem-nos que o Sporting é uma equipa mais perigosa, e não apenas em relação ao Porto, mas sobre toda a concorrência. Os “leões” registam Golos Esperados acumulados de 46,2 e têm 56 tentos apontados, pelo que apresentam um “superavit” de quase mais dez golos (9,8), de longe o registo mais elevado da Liga. O Porto tem 39,6 xG e 44 marcados, ou seja, mais 4,4 tentos. Embora ambos apresentem saldo positivo, o Sporting tem diferença grande e esse facto pode ter um peso no confronto directo entre as equipas esta sexta-feira.
[ Porto com muito xG (círculos maiores) na pequena área e zona de penalti, Sporting com muitos golos de fora da pequena área ]
2. “Leão” mais rematador
O global da época contraria os dados recentes no que toca a remates, sendo ainda óbvio o efeito do Sporting de Amorim. Os homens de Alvalade fazem 20,7 remates por jogo desde o arranque da temporada, 15 de bola corrida, sendo que os portistas se ficam pelos 15,5 disparos (terceiro valor mais alto da prova) e apenas 11,1 de bola corrida. Ainda assim, os da Invicta apresentam uma taxa de conversão em golo superior (14,2% contra 13%).
3. Sporting com muita presença na área
A formação lisboeta mostra uma muito maior facilidade em entrar na área e somar acções nesta zona decisiva do terreno. Em média por jogo, o “leão” regista 39,9 acções com bola nas áreas adversárias, valor mais alto da Liga, contra apenas cerca de 28 do Porto, uma diferença assinalável. Ao cuidado de Martín Anselmi.
4. Semelhanças nas formas de pressão
Nem Porto nem Sporting lideram no futebol pressionante, algo que é mais “a praia” do Benfica. O Porto tem uma vantagem marginal em relação aos “leões” no que toca às acções defensivas no meio-campo contrário. Os “dragões” somam 13,2 por jogo, os “leões” 12,6. Uma diferença mínima que poderá apontar para o certo equilíbrio nestes momentos de jogo. Contudo, as duas equipas têm treinadores “recentes”, pelo que a abordagem a este jogo poderá ser uma surpresa.
[ As acções defensivas de Porto e Sporting até à J20… muitas semelhanças ]
5. Poucos remates consentidos
Tanto Porto como Sporting não permitem muitos remates aos adversários. Os “azuis-e-brancos” consentem 7,7 por jogo, os “verdes-e-brancos” um pouco menos, cerca de 6,6. A diferença, que pode ser decisiva, é mesmo os disparos consentidos na grande área. O Porto permite cinco por jogo, o Sporting não deixa mais de 3,5. Uma solidez que poderá fazer a diferença.
5. “Leão” fecha melhor a sua baliza
Também nos Golos Esperados (xG) contra, a balança pende a favor dos campeões nacionais. O Sporting permite apenas 11,9 xG aos oponentes, sendo que sofreu 15 golos (mais 3,1 do que deveria), o Porto consente 16 xG e sofreu 17. O que se depreende daqui é que defensivamente o “leão” é mais sólido, mas Diogo Costa tem sido mais competente entre os postos do que os guardiões leoninos. Como será no “clássico”.
Quem pode fazer a diferença?
O “duelo” mais óbvio na antevisão a este jogo é entre os dois goleadores das duas equipas. Samu chega a esta partida numa fase de seca, Gyökeres tem estado de fora por problemas físicos e tem sido poupado para chegar em condições a este encontro, pelo que terá menos ritmo competitivo que o espanhol. Quem será decisivo no Dragão?
Olhando para os números da época, o sueco é claramente um jogador com outra “pedalada”, sendo que o espanhol “ganha” nos valores de remates após cruzamento e na conversão de ocasiões flagrantes. Um dado fácil de explicar pelas características dos dois jogadores, Viktor com capacidade de condução, de drible, de surgir nos espaços, Samu bem mais jogador “de encostar” em situações mais simples. A forma como decorrer o jogo definirá quem terá mais oportunidades de decidir o “clássico”.
Em jeito de conclusão
O Sporting apresenta-se no Dragão não só com uma grande vantagem pontual sobre o Porto (oito pontos), mas também com superioridade em quase todos os indicadores acumulados ao longo da época.
