Finalmente a primeira vitória do treinador Martín Anselmi em jogos da Primeira Liga no Dragão. O Porto recebeu o AVS e venceu com naturalidade por 2-0, num jogo em que dominou sempre, raras vezes permitiu ao ser adversário criar perigo e beneficiou de uma segunda parte em que jogou quase sempre em superioridade numérica. Rodrigo Mora, ainda na primeira parte, e Fábio Vieira, com um grande golo na segunda, estabeleceram o resultado final.



Porto sempre por cima
O jogo do Porto na primeira parte não foi brilhante, mas a superioridade “azul-e-branca” foi evidente, com a equipa a dominar em todos os aspectos do jogo, na posse, nos remates, nas ocasiões flagrantes (4) e na forma como limitou o AVS a apenas uma investida perigosa, desperdiçada por John Mercado. O “dragão” consumou a sua maior qualidade aos 18 minutos, por Rodrigo Mora, numa recarga a uma primeira defesa de Guillermo Ochoa.
A segunda parte começou com o segundo amarelo e expulsão do central uruguaio do AVS, Nacho Rodríguez. Vida fácil para os portistas que, contudo, e perante o cada vez maior recuo contrário, não conseguiam criar lances de perigo. Só que aos 61 minutos, o segundo golo surgiu mesmo, num grande remate de primeira de Fábio Vieira. Estava encontrado, bem cedo, o vencedor do encontro, embora o AVS, mesmo com dez, tenha estado perto de reduzir por Gerson Rodrigues, valendo Diogo Costa.
[ mapa de passes ]

O Jogo em 5 Factos
1. Facilidade em criar perigoso
O “dragão” criou seis ocasiões flagrantes neste jogo, quatro delas na primeira parte, sendo que na segunda, com mais um elemento, deparou-se com um AVS mais fechado. Outro indicador da facilidade portista em criar perigo foi o número de remates realizados após assistência de bola corrida. No total foram 15, novo máximo da equipa na Liga, num total de 20 disparos.
[ Os 15 remates do Porto realizados após assistência de bola corrida ]

2. Muitas variações de flanco
A forma fechada como o AVS encarou este jogo obrigou o Porto a circular a bola à procura de uma entrada na defesa contrária. Por esse motivo, os homens da Invicta terminaram com 12 variações de flanco, bem acima das cinco por jogo que registava de média até esta partida.

3. Desinspirados no drible
Este não foi um jogo com muitos dribles completos. O Porto fixou mesmo o seu número mais baixo da época na Liga no que toca a dribles eficazes, apenas um em 13. O AVS conseguiu três em dez.
4. Preocupação nos duelos?
Apesar da vitória relativamente tranquila, os jogadores do Porto não estiveram particularmente bem nos duelos individuais. Os portistas ganharam somente 43, contra 61 dos avenses.
5. Excelente PPDA para Anselmi ver
Martín Anselmi deverá ter ficado satisfeito com esta estatística. O Porto permitiu uma média de somente 5,6 passes ao AVS até realizar uma acção defensiva. O AVS consentiu 28,9 (!) aos “dragões”.
MVP GoalPoint: Fábio Vieira 
Terceiro jogo consecutivo a marcar para Fábio Vieira. O criativo foi o melhor em campo, graças a uma exibição cheia que teve, além do golo, dois remates enquadrados em três, uma ocasião flagrante criada em três, mais três cruzamentos eficazes em seis, somente quatro passes falhados em 56, o máximo de passes progressivos recebidos (11) e também de acções com bola na área contrária (10). Está, aos poucos, a mostrar a sua melhor versão.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Porto
João Mário 7.7
Enorme jogo de João Mário. O ala-direito esteve ligado à corrente, com muito futebol ofensivo, e terminou com o máximo de ocasiões flagrantes criadas (2) e de passes para finalização (6), realizou um passe de ruptura, teve eficácia em quatro de seis cruzamentos de bola corrida, falhou somente quatro de 52 passes e acumulou dez passes progressivos (valor mais alto).
Nehuén Pérez 6.8
A incapacidade do AVS em criar perigo teve também um culpado, o argentino Nehuén Pérez. O central esteve muito atento e integrou-se muito bem nos momentos de construção e de ataque. Realce para o máximo de acções com bola (104), de conduções progressivas (3), de recuperações de posse (7), de passes longos certos (7 em 8), bem como de passes certos (90) e tentados (96).
Francisco Moura 6.8
O lateral-esquerdo foi fundamental na vitória do Porto. Foi Moura que sofrer a falta que ditou a expulsão de Nacho e foi dele a assistência para o golo de Fábio Vieira. Moura somou ainda o máximo de intercepções (5) e de acções defensivas no meio-campo contrário.
Diogo Costa 6.3
O guardião do Porto teve pouco trabalho. Aliás, realizou apenas duas defesas, mas que defesas. Ambas travaram ocasiões flagrantes e evitaram um golo certo (defesas – xSaves).
Samu 6.3
O espanhol continua sem marcar, mas foi positivo o jogo que fez este sábado. É certo que falhou duas ocasiões flagrantes, mas foi o mais rematador, com oito disparos, três enquadrados, um ao ferro, registou nove acções com bola na área contrária e criou uma ocasião flagrante. Lutou muito.
Eustaquio 6.3
O canadiano começou a central, mas com a expulsão do jogador do AVS acabou a médio. Bons números de Eustaquio, nomeadamente um passe de ruptura, 90 passes certos em 96 e 101 acções com bola.
Rodrigo Mora 6.1
O atacante nem era para jogar, mas foi mesmo titular e regressou aos golos. A sua exibição não foi, contudo, extraordinária, destacando-se com nove acções com bola na área contrária, mas pouco mais.
Destaques do AVS
Guillermo Ochoa 7.6
O melhor elemento do AVS foi o “senhor Mundiais”. Ochoa terminou com oito defesas, três a travarem ocasiões flagrantes.
Cristian Devenish 5.9
O central colombiano foi o jogador com mais acções defensivas (13), entre elas três desarmes e seis alívios. Ganhou sete de oito duelos, incluindo os cinco que disputou com Rodrigo Mora.