Não foi fácil, mas com Viktor Gyökeres é sempre um bocadinho menos difícil. O sueco voltou a fazer a diferença em Alvalade e o Sporting somou a terceira vitória seguida por 3-1 no campeonato, ao bater o Famalicão num jogo em que acabou reduzido a dez. Gyökeres começou por fabricar o primeiro golo, assinado por Fresneda, mas o Famalicão reagiu e empatou, na transformação de um penálti cometido de forma algo despropositada por Diomande. Também de penálti, Gyökeres recolocou os “leões” na frente já no segundo tempo, mas a dez minutos do fim Maxi Araújo viu vermelho directo. Alvalade susteve a respiração, mas Gyökeres apareceu de novo, a assistir Geny Catamo para o 3-1 final.



Suspeito do costume serenou os ânimos
O encontro começou praticamente com o golo do Sporting. Grande arrancada de Gyökeres, bem ao seu estilo, cruzamento recuado, Trincão falhou o remate, mas Fresneda não e marcou mesmo. Aos poucos, porém, o Famalicão cresceu, com o Sporting a mostrar algumas dificuldades na saída a partir de trás. Os famalicenses equilibraram a posse de bola (foi de 54%-46% a favor dos “leões” no primeiro tempo) e empataram, de penálti. O Sporting voltou a acabar a primeira parte por cima (com 23 acções na grande área contrária), com Maxi Araújo e ficar por duas vezes perto de marcar, mas o empate manteve-se até ao intervalo.
O segundo tempo começou com o Sporting melhor e o Famalicão a não conseguir ter tanta bola. Quenda viu o guarda-redes do Famalicão defender para o poste um remate que levava selo de golo e Gyökeres marcou de penálti. E apesar da vantagem de apenas um golo, o jogo parecia controlado pelos “verdes-e-brancos”, que criaram mais algumas ocasiões flagrantes (foram seis, ao todo, no jogo). Só que um dos perdulários da noite, Maxi Araújo, borrou ainda mais a pintura e com uma entrada dura sobre Gustavo Sá viu vermelho directo. Brilhou então Rui Silva a negar o 2-2 a Sorriso (no único remate enquadrado do Famalicão no segundo tempo) e Gyökeres apareceu de novo para desequilibrar de novo e assistir Catamo para o 3-1 final.
[ Muitos passes entre os defesas leoninos ]

O Jogo em 5 Factos
1. Meia centena de acções na grande área adversária
O Sporting chegou ao intervalo com 23 acções na grande área do Famalicão e terminou o jogo com 50, 18 das quais por Gyökeres.
2. Metade dos remates no alvo
O Sporting acabou o jogo com 18 remates e nove deles foram na direcção do alvo. Do lado do Famalicão a eficácia foi bem menor: nove remates ao todo, só três na direcção da baliza de Rui Silva.
3. “Leões” mais fortes nos duelos
O Sporting foi também mais forte no que aos duelos diz respeito, vencendo 65, com o Famalicão a ficar-se pelos 45 (mínimo do conjunto minhoto na época no campeonato). O Sporting levou também claramente a melhor nos duelos aéreos ganhando pelo ar quer nos duelos ofensivos, quer sobretudo nos defensivos.
4. Poucos dribles e pouco eficazes
Os jogadores do Sporting só tentaram por 15 vezes o drible e só por cinco vezes os concluíram. Quer um dado, quer outro correspondem ao pior registo da temporada dos “leões” no campeonato. O Famalicão não esteve muito melhor: 14 dribles tentados, os mesmos cinco concluídos.
5. Perdas de bola no terço defensivo assustaram
Ao fim de apenas meia-hora de jogo o Sporting levava já nove perdas de bola no meio-campo defensivo, sendo 15 o seu máximo da época na prova. Porém, os “leões” melhoraram e limitaram os danos nesse capítulo, perdendo apenas mais quatro bolas no terço defensivo nos 60 minutos que se seguiram.
MVP GoalPoint: Viktor Gyökeres 
Igual a si mesmo, o sueco voltou a ser (totalmente) decisivo. Uma assistência (e meia), um golo, sete conduções progressivas e nada mais, nada menos do que 20 passes progressivos recebidos. Mais uma exibição notável.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Sporting
Francisco Trincão 7.1
Acabou por ser dele a assistência para o primeiro golo, com um desvio que fez a bola chegar a Fresneda, e esteve em grande nos duelos, levando a melhor em 11 dos 13 que travou. Depois, destacou-se sobretudo… a defender: dez acções defensivas no total e seis desarmes, mais do que qualquer outro jogador.
Geovany Quenda 6.7
Nas bocas do mundo nos últimos dias, Quenda foi um dos jogadores com mais acções no jogo (71), destacando-se nos passes progressivos (9) e super progressivos (4). Enviou uma bola ao poste (o guarda-redes desviou a bola) num grande lance individual, somou seis acções na grande área do Famalicão, mas foi quem mais bolas perdeu no jogo (23).
Zeno Debast 6.6
Desta vez começou o jogo como central, mas voltou a acabar como médio. Foi o jogador que mais passes tentou e o que mais acertou, só falhando sete (eficácia de 90%) e acertando sete dos 11 longos que arriscou. A defender, destacou-se com seis alívios e quatro passes/cruzamentos bloqueados.
Iván Fresneda 6.6
Marcou mais um golo, logo a abrir, e ainda teve mais um remate no alvo. A confirmar esse seu pendor ofensivo pela ala direita, teve ainda três acções defensivas no meio-campo contrário nos 58 minutos que esteve em campo.
Morten Hjulmand 6.3
Cinco bolas recuperadas e apenas sete perdidas em 57 acções num jogo em que falhou apenas quatro passes, numa exibição discreta, mas competente do capitão dos “leões”.
Morita 6.2
De volta à titularidade, o médio japonês falhou quatro passes de risco e perdeu dez vezes a bola, mas fez dois passes para remate e teve um total de seis acções na grande área contrária.
Maxi Araújo 4.2
Noite para esquecer do uruguaio. Apesar de muito em jogo (um total de 61 acções no encontro), desperdiçou três ocasiões flagrantes (igualando o recorde de um só jogador no campeonato), só ganhou quatro dos 11 duelos que travou e ainda acabou expulso. Nem tudo foi mau, contudo: conquistou a grande penalidade que resultou no 2-1 e totalizou dez acções na grande área do Famalicão.
Destaques do Famalicão
Enea Mihaj 5.9
Cinco passes longos acertados em sete tentados, sete passes progressivos e 11 acções defensivas, com destaque para sete alívios.
Rodrigo Pinheiro 5.9
O lateral-direito do Famalicão esteve bastante em jogo quer a defender, quer a atacar. Foi mesmo o jogador com mais acções defensivas no encontro (12), entre elas quatro desarmes e cinco alívios, e ganhou oito dos 12 duelos que travou. Na frente, fez três passes para finalização e tentou seis cruzamentos, embora apenas um tenha encontrado o destino certo.