Antevisão Benfica 🆚 Porto | O que dizem os teus analytics, Antunes?

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Esta sexta-feira, a partir das 18h00, disputa-se o jogo do título da Liga bwin. Benfica e Porto encontram-se no Estádio da Luz, em compromisso da 27ª jornada, que poderá encaminhar a conquista do campeonato nacional por parte dos “encarnados” ou devolver relativa emoção às derradeiras jornadas. Em caso de vitória, os lisboetas passam a ter 13 pontos de vantagem sobre os portistas, que na prática seriam 14, devido ao triunfo da “águia” na Invicta. O empate também serve aos da casa, enquanto aos “azuis-e-brancos” somente uma vitória interessa, e ainda assim a distância continuaria grande.

Com 26 rondas disputadas há sumo mais do que suficiente para comparar os principais indicadores de desempenho de Benfica e Porto, nos processos defensivos, na construção e no ataque. Qual a equipa que apresenta melhores números na retaguarda? Que mostram as estatísticas de construção quanto à ideia de jogo? Quem é mais efectivo na frente? Os números seguintes dão algumas pistas e acabam por caracterizar as duas equipas que disputam o título.

A solidez defensiva

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A capacidade defensiva do FC Porto mereceu rasgados elogios nos últimos anos, mas esta temporada a tendência inverteu-se. Se muitos temiam que a vertigem do futebol de Roger Schmidt abrisse auto-estradas na retaguarda para os ataques adversários, os números (além das evidências “a olhómetro”) mostram que esses alertas se revelaram infundados. Hoje, o Benfica é, em termos gerais, uma equipa mais sólida defensivamente que o Porto, algo que vai bem mais além do que o mero facto de ser a defesa menos batida do campeonato. E até uma das principais características do “dragão” na época passada foi assumida pelos homens da Luz.

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  • Neste momento, o Benfica é a equipa da Liga bwin que menos remates permite aos adversários por jogo. Os portistas são apenas a terceira neste capítulo, atrás do Sporting;
  • Esta solidez reflecte-se também nos disparos permitidos na área, com as “águias” a liderarem com somente 3,7 concedidos, estando o Porto também em terceiro, com 4,9;
  • Este facto ajuda a explicar os excelentes registos tanto de “encarnados” como de “azuis-e-brancos” na relação entre golos sofridos e esperados, com o Porto a liderar neste capítulo, com menos 5,1 golos sofridos do que os expectáveis, contra 2,8 das “águias”. As boas temporadas dos dois guarda-redes, Diogo Costa e Odysseas Vlachodimos, têm aqui um grande peso, mais do internacional português, ao contrário do que sucedeu em épocas anteriores, nas quais também enfrentou menos serviço;

[ Os desempenhos acumulados dos decisivos Vlachodimos e Diogo Costa ]

  • Na época finda o Porto liderou na pressão em zonas adiantadas, com 16,2 acções defensivas no meio-campo adversário por jogo, bem à frente das 13,9 do Sporting e das 12,8 do Benfica. Esta temporada, os da Luz “roubaram” esse protagonismo e são agora os “mestres da pressão alta”, com mais de 18 dessas acções por jogo, para os quase 14 dos da Invicta (3º registo).

[ Florentino (3,6) e Otávio (2,3) são os jogadores de Benfica e Porto com mais acções defensivas no meio-campo contrário ]

Passe, construção e o que fazer com a bola

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Benfica e Porto são, naturalmente, equipas de iniciativa, mas a forma como o fazem, como circulam a bola e atacam o último terço adversário diz tudo sobre as ideias que cada treinador defende. E as duas equipas são muito diferentes no modo como abordam a construção.

  • Benfica pelas alas, Porto pelo eixo central. A pressão que os “encarnados” exercem e consequente recuo das equipas adversárias obriga a que os ataques se façam pelas faixas laterais, na tentativa de abrir as defesas contrárias. Por isso mesmo o emblema da Luz é a formação que mais cruzamentos de bola corrida realiza na Liga bwin por jogo, 18 por encontro, contra 13 dos portistas. Os “encarnados”, mesmo com este número tão elevado, conseguem também liderar na eficácia destes lances, com excelentes 26% – o Porto é terceiro, com 25%.
  • Em contraponto, os “dragões” utilizam muito o passe de ruptura para criar desequilíbrios, muitas vezes pelo meio, sendo a melhor equipa da Liga neste detalhe, com quase quatro por jogo – o Benfica é apenas a quinta, com pouco mais de dois. Só aqui fica bem patente o que esperar das duas equipas, embora desta feita não espante que seja o Porto a tentar a pressão e os da Luz a explorarem a profundidade, dada a diferença pontual na tabela.

[ Os cruzamentos de bola corrida do Benfica que deram remate (esq.), quase todos pela ala canhota, e os passes de ruptura do Porto ]

  • A capacidade das equipas em manter a posse de bola e não a desperdiçar é fundamental em dois momentos: evita transições e ataques adversários, permite manter a bola e avançar para cima das balizas oponentes. E esta estatística explica muito do sucesso benfiquista esta época. Os “encarnados” são a equipa da Liga que menos posses perde, pouco menos de 18%, bem menos que o Porto (21%), algo que se repete no terço defensivo.

A decisiva competência ofensiva

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O melhor ataque da Liga (67 golos) recebe o segundo melhor (56). A diferença de 11 tentos é, por si só, de realçar, mas há outros dados que dizem muito mais sobre a capacidade de criar lances de perigo e de os concretizar. E também aqui os “encarnados” surgem com alguma vantagem em relação ao seu rival.

  • O Benfica é a equipa que mais remata na Liga. São em média 17 os disparos que a formação de Roger Schmidt realiza, sendo que os de Sérgio Conceição surgem esta temporada apenas no quarto lugar, com pouco menos de 16, atrás de Braga e Sporting. O mesmo acontece com os remates de bola corrida (12,7 vs 11,7), sendo que os da Luz lideram na taxa de conversão em golo desses disparos, com 14,7%, com os 13,3% do Porto a ser o segundo registo mais alto.
  • Esta última estatística ajuda a explicar o porquê de os “encarnados” terem criado mais 13 Expected Goals (xG) que os portistas, embora, neste caso, os elogios sejam devidos ao emblema portuense, que concretizou mais um golo do que o esperado, enquanto as “águias” fizeram menos um.

[ Remates/xG de Benfica (esq.) e Porto – a amarelo os golos, a azul os enquadrados, quanto maior a bola, maior o xG ]

  • Destaque para o facto de os homens da Luz criarem muitos xG de bola corrida, cerca de 50, contra os pouco mais de 41 do Porto, que – um pouco como é sua tradição – é mais perigoso nos lances de bola parada, excluindo grandes penalidades.
  • Um último detalhe muito interessante: Benfica (32,2) e Porto (32,5) equiparam-se na média de acções com bola nas áreas contrárias por jogo, mas o Benfica consegue, ainda assim, rematar a menor distância das balizas contrárias do que os “azuis-e-brancos”, de bola corrida.

[ O frente-a-frente entre os homens de quem se esperam golos ]

As cartas estão lançadas e os analytics acumulados de Benfica e Porto são estes. A forma como encaixarão as estratégias será fundamental para o desenrolar da partida, mas o ADN dos dois conjuntos fica bem expresso nos números acima. Os “encarnados” saíram por cima no Dragão, em jogo que pouco ou nada decidia. Esta partida reveste-se de outra relevância e nós estaremos cá para a analisar ao detalhe. Que haja golos e espectáculo.

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