M uitos nervos na Luz do início ao fim. O domínio e superioridade benfiquistas nunca estiveram em questão, mas faltou rasgo, dinâmica e futebol pelas alas para abrir a defesa do Casa Pia, pelo que o futebol “encarnado” era previsível e facilmente anulado. Até que entrou Tiago Gouveia e o resto é história.
Sofrer até ao minuto 70
Os assobios das bancadas da Luz no final do primeiro tempo dizem muito do que foi a primeira parte do Benfica. Muita bola, domínio, mas uma teimosia constante em afunilar o jogo, sem lances de ruptura pelas faixas laterais para abrir uma defesa do Casa Pia muito fechada. Assim, não espanta que, apesar das 21 acções na área e os 11 remates, o Benfica não tenha passado dos 0,5 Golos Esperados (xG).
O cenário não melhorou muito no arranque do segundo tempo, mas a entrada de Tiago Gouveia aos 65 minutos ajudou a fazer o óbvio, abrir o jogo benfiquista para as alas e, em consequência, a defesa dos “gansos”. E foi assim que Tiago cruzou para o primeiro do jogo, que desbloqueou a questão e sossegou as hostes da casa.
[ Quase só deu Benfica ]
O Jogo em 5 Factos
1. Uma eternidade para marcar
O Benfica precisou de 160 minutos para marcar o primeiro golo nesta Liga, além de 31 remates e 2,2 xG no conjunto das duas rondas.
2. Avalancha ofensiva da “águia”
Não foi por falta de tentar. O Benfica conseguiu chegar à área dos “gansos” com alguma facilidade, em especial no segundo tempo, terminando com 48 acções com bola nesta zona do terreno, novo máximo desta Liga.
3. Ataque aéreo
Este foi o jogo do campeonato com mais remates, 33, dos quais 27 do Benfica. Os “encarnados” apostaram muito nos lances pelo ar e terminaram com sete remates de cabeça, mais do que qualquer equipa até agora na prova.
4. “Ganso” com penas em brasa
Perante tanto ataque benfiquista, o Casa Pia cometeu o pecado de perder muitas posses de bola no primeiro terço do terreno, zona proibitiva. Ao todos foram 30, valor mais alto do campeonato. O Benfica não passou das sete.
5. Pressão intensa
Com quatro médios com capacidade para pressionar, o Benfica terminou o encontro com 26 acções defensivas no meio-campo contrário, novo máximo da Liga.
MVP GoalPoint: Fredrik Aursnes
Os holofotes estão todos em Tiago Gouveia, que virou o jogo a favor do Benfica, mas o norueguês foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.4. Autor do terceiro golo das “águias”, Aursnes fez a assistência para o tento de Gouveia, somou três passes para finalização, recebeu 11 passes progressivos e acumulou sete acções com bola na área contrária. E andava o homem a jogar a lateral.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Tiago Gouveia 7.3
O homem do jogo (diferente de melhor em campo). O Benfica estava a precisar de um extremo e o jovem virou a partida do avesso após entrar aos 65 minutos. Terminou com uma assistência, um golo, dois remates enquadrados em três e dois dribles completos em dois tentados.
Alexander Bah 7.2
Já tínhamos reparado na dinâmica ofensiva de Bah desde a primeira parte, altura em que acumulou três duelos aéreos ofensivos ganhos em cinco (terminou com quatro ganhos em seis). Continuou a integrar-se muito bem no ataque e assinou dois passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em quatro, nove passes progressivos, três super progressivos, nove recuperações de posse, quatro desarmes e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário. Ganhou 15 de 20 duelos individuais e foi o jogador mais carregado em falta (5).
Álvaro Carreras 7.2
O espanhol aproveitou a lesão do azarado Beste (aos 20 mins) para entrar e ajudar a romper a defesa contrária, com diversas incursões de qualidade. Somou três passes para finalização, oito passes progressivos e quatro conduções progressivas. Pecou com o máximo de passes falhados (15).
Pavlidis 7.2
O grego lutou muito à procura do golo e acabou por marcar de cabeça e desbloquear o jogo. Acabou com cinco remates, dois enquadrados, uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, 14 passes progressivos recebidos e 12 acções com bola na área contrária. De negativo uma ocasião flagrante falhada, três desarmes sofridos e cinco mais controlos de bola.
Destaques do Casa Pia
José Fonte 6.7
O experiente central foi um dos responsáveis pelo desespero benfiquista. Além, de ter ganho dois dos três duelos aéreos defensivos em que participou, acumulou excelentes 17 acções defensivas, com destaque para quatro desarmes e dois bloqueios de remate.