Desde 2021/22 que o Braga não vencia o Porto na Liga e este sábado essa fase chegou ao fim. Os minhotos, que haviam perdido na jornada anterior (2-1) em Vila do Conde, tinham a possibilidade de corrigir esse desaire e voltar a apanhar o “dragão” na tabela e foi isso que aconteceu (1-), com as duas equipas a somarem agora 50 pontos, a seis dos dois primeiros, Sporting e Benfica, ambos com menos um jogo. Numa partida nem sempre bem jogada, sem muitas ideias e com poucas ocasiões de golo evidente, ficou a contar o único da partida, apontado na primeira parte por Ricardo Horta, num livre directo que tinha 4% de possibilidade de sucesso (xG).



Sem muitas ideias
Animação na primeira parte na Pedreira, com o Braga a entrar melhor e a marcar de livre directo por Ricardo Horta (17′), num remate rasteiro que deixou todos pregados ao relvado, incluindo Diogo Costa, na expectativa de verem quem atacava o esférico. Ninguém o fez e a bola entrou na baliza. A partir daqui o Porto pegou no jogo e assumiu a iniciativa, criando duas ocasiões flagrante em apenas cinco remates, mas não conseguiu chegar ao empate na etapa inicial.
A segunda parte foi algo incaracterística. O Porto continuou a correr atrás do prejuízo, mas com muito mais coração do que cabeça, o que permitia ao Braga alternar com os visitantes a iniciativa ofensiva. As duas formações iam atacando, mas as defesas iam sempre ganhando sobre os ataques, que não conseguiam criar muito perigo nem mostravam ideias e criatividade. Assim, ficou a valer apenas um golo na primeira metade que tinha somente 4% de possibilidade de sucesso.
[ As duas equipas terminaram quase lado a lado nos posicionamentos médios ]

O Jogo em 5 Factos
1. Igualado o mínimo de remates
Numa partida com poucas ideias, é natural que também se registassem poucos remates. Ao todo foram somente 14, sete para cada lado, sendo este o registo mais baixo do campeonato, a par de outros sete desafios.
2. Só Porto criou ocasiões flagrantes
Se contassem apenas as estatísticas das oportunidades de golo e sua qualidade, o Porto venceria. Os “dragões” criaram as três únicas ocasiões flagrantes, desperdiçaram-nas, e também não aproveitaram os 0,9 Golos Esperados (xG) que criaram, bem acima dos 0,2 do Braga.
3. Braga com bom controlo da profundidade
João Moutinho referiu-o no final do jogo e há dados que o comprovam. O Braga conseguiu controlar bem a profundidade nas costas da sua defesa, não deixando o Porto explorar esta zona do terreno. Prova disso os quatro foras-de-jogo dos “dragões”, que igualaram o seu máximo de “offsides” na Liga.
4. “Dragão” atento nos bloqueios
A formação portista mostrou-se atenta e bem posicionada defensivamente na maior parte do tempo. Os da Invicta terminaram com 14 bloqueios de passe/cruzamento, igualando o seu máximo no campeonato.
5. O tal PPDA ainda elevado
Os Passes Permitidos por Acção Defensiva (PPDA) continuam altos, não só para o Porto de Anselmi, que dá importância a estas estatísticas, como para o Braga de Carvalhal, que prefere dividir tudo por dois. Os minhotos permitiram 13,9 passes aos “dragões” até realização uma acção defensiva, os portistas consentiram 10,7.
MVP GoalPoint: Ricardo Horta 
Num jogo no qual os criativos ou ficaram de fora por indisponibilidade, ou simplesmente jogaram, mas estiveram desinspirados, o melhor em campo acabou por ser um dos mais talentosos dos futebolistas em acção. Ricardo Horta marcou o único golo do jogo, de livre directo, enquadrou os dois remates que realizou e fez um passe para finalização.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Braga
Víctor Gómez 7.3
O lateral espanhol foi quem somou mais acções defensivas, nada menos que 17, a maioria alívios (11, máximo do jogo). Além disso disputou 17 duelos, ganhou nove, e realizou três passes super progressivos.
João Moutinho 6.5
Tacticamente perfeito, inteligente, o cérebro deste Braga. Moutinho somou o máximo de recuperações de posse (7) e chegou aos sete desarmes, também valor mais alto do encontro.
Destaques do Porto
Martim Fernandes 6.7
O melhor elemento do Porto. Martim lutou muito, ganhando oito de dez duelos, criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, completou as duas tentativas de drible e ganhou os três duelos aéreos em que participou.
Marcano 6.0
Nem parece que Marcano tem 37 anos e esteve quase ano e meio parado. O espanhol foi a voz de comando na defesa do Porto, fez sete alívios, ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos, falhou apenas quatro de 51 passes e ainda criou uma ocasião flagrante.
André Franco 5.8
O médio foi titular, mas esteve longe de justificar a aposta, realizando um jogo “médio”. De positivo a ocasião flagrante que criou em dois passes para finalização, mas defensivamente esteve quase ausente e, na frente, falhou ele próprio uma ocasião flagrante.
Nehuén Pérez 5.6
O central argentino terminou com alguns números interessantes, nomeadamente o máximo de passes tentados (98) e completos (85), de passes progressivos (8), de acções com bola (109) e do total de metros em progressão com bola em condução (243). Contudo falhou sete de 12 passes longos e, em termos de acções defensivas, o realce vai apenas para quatro alívios.
Samu 4.5
A pior nota da noite. O espanhol fez dois remates e falhou uma ocasião flagrante, perdeu três de cinco duelos aéreos ofensivos e acumulou cinco maus controlos de bola.