Casa Pia 🆚 Porto | Obra de arte de Mora decide em Rio Maior

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Segunda vitória consecutiva do Porto fora de portas. A visita ao Casa Pia revestia-se de algum perigo, mas desde o início os “dragões” mostraram superioridade, individual e colectiva, não deram grandes veleidades atacantes aos “gansos” e resolveram a partida logo aos cinco minutos numa “obra de arte” de Rodrigo Mora. A segunda metade foi mais desinteressante, com o Casa Pia por cima, mas ocasiões de golo nem vê-las. 

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O “puto” resolve

O Porto dominou a primeira parte, atacou, esteve sólido a defender, foi perigoso e marcou um golo. E que golo. Aos cinco minutos, Rodrigo Mora entrou na área, fez uma “roleta” sobre um defesa, numa demonstração de grande técnica, e facturou num lance digno dos predestinados. Os “dragões” tiveram bem mais presença na área contrária e tiveram 62% de posse no terço atacante (field tilt).

O segundo tempo foi menos interessante. O Porto abrandou o ritmo e o Casa Pia assumiu um pouco mais as despesas de jogo, à procura do empate, ainda assim o “dragão” nunca descorou as transições, tentando aproveitar a maior quantidade de espaços no ataque. Só que remates eram escassos, tal como as ocasiões de golo, com os acontecimentos a desenrolarem-se mais a meio-campo. E assim se desenrolou até ao fim, com a melhor ocasião, no último remate do Porto (aos 55 minutos…) a não ter mais de 7% de hipótese de sucesso (xG).

[ O Casa Pia equilibrou os posicionamentos médios na segunda parte ]

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O Jogo em 5 Factos

1. Mais área para o Porto

O “dragão” fez apenas dois remates na segunda parte, o último dos quais aos 55 minutos, mas já tinha feito bastante na primeira metade para terminar na lideranças de diversas estatísticas. Nas acções com bola na área contrária, por exemplo, os da Invicta terminaram com 22, contra nove do Casa Pia.

2. Poucas ocasiões de golo

O resultado já o mostra, mas há outros indicadores que apontam para poucas oportunidades nesta partida. Além dos baixos xG (0,6 para os da casa e 0,8 para os forasteiros), destaque para apenas duas ocasiões flagrantes, uma para cada lado.

3. “Gansos” com passes longos

Uma das armas usadas pelo Casa Pia foi o passe longo. Os homens da casa realizaram 58, desses, 37 foram eficazes, mais seis do que o anterior máximo da equipa. E também igualaram o seu valor mais alto de passes super progressivos num jogo (10).

4. Boa qualidade no passe

Nem sempre se vê duas equipas a terminarem com percentagens altas de passes completos, mas foi o que aconteceu nesta partida. O Casa Pia acertou 83%, os portistas 87%

5. Sem emoção na segunda parte

Já o referimos anteriormente, a segunda metade foi parca em momentos em que cheirou a golo. Prova disso o facto de o lance mais perigoso nesta etapa ter acontecido aos 55 minutos, numa jogada em que os Golos Esperados (xG) não passou dos 0,07.

MVP GoalPoint: Rodrigo Mora 👑

Quem marca um golo desta categoria só pode ser um destaque, mas Rodrigo Mora foi bem mais do que apenas o golão que marcou logo aos cinco minutos. O jovem atacante foi o jogador com mais acções com bola na área contrária, recebeu sete passes progressivos e registou três conduções progressivas.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Casa Pia

Ruben Kluivert 6.3

O nome é sonante, de avançado, mas Ruben é central e foi o melhor dos “gansos”. Kluivert acumulou dez duelos ganhos em 13 disputados e 12 acções defensivas (com destaque para quatro desarmes), máximos do encontro.

João Goulart 6.1

O também central João Goulart esteve muito atento e registou um desempenho positivo. Além de ter acertado 92% dos passes, incluindo oito de dez, ainda assinou seis recuperações de posse.

Destaques do Porto

Diogo Costa 6.8

Sim, o jogo não teve grandes ocasiões e o Casa Pia criou pouco perigo, facto que explica as apenas duas defesas de Diogo Costa. Porém, ainda na primeira parte, o guardião portista travou a única ocasião flagrante dos da casa, dos pés de Miguel Sousa, que tinha 40% de probabilidade de golo (xG).

Fábio Vieira 6.5

Bom jogo do criativo portista, curiosamente não tanto a criar, mas a trabalhar em prol do colectivo. Além de dois cruzamentos, ambos eficazes, Fábio acertou os seis passes longos, registou o máximo de recuperações de posse da partida (9) e somou três desarmes.

Francisco Moura 6.4

Mais um bom jogo de um dos mais consistentes jogadores portistas. Moura esteve bem no passe, com sete progressivos realizados, e fez a assistência para o tento de Mora, chegando aos oito passes para golo na Liga.

Eustaquio 6.0

Mais uma vez numa espécie de tarefa de líbero, o internacional canadiano falhou apenas três de 55 passes (95% de eficácia) e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos que disputou.

Marcano 5.8

O espanhol não teve muito trabalho, mas quando teve mostrou segurança. Destaque para cinco alívios e superioridade nos três duelos aéreos em que interveio.

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.