O Arouca gosta das visitas a Lisboa. Após empatar 2-2 no Estádio de Alvalade com o Sporting, os comandados de Vasco Seabra foram ao Estádio da Luz repetir esse mesmo resultado, agora com o Benfica. Numa partida em que as “águias” dominaram amplamente na primeira parte, na segunda os visitantes surpreenderam, mostraram personalidade e conseguiram empatar por duas vezes. Sporting e Benfica com os mesmos pontos no topo da tabela e campeonato ao rubro.



Emoção na segunda parte
Praticamente só deu Benfica na primeira metade, com muita bola, pressão, algumas ocasiões (a melhor por Pavlidis aos 38 minutos, com o grego a acertar no poste), e uma grande diferença estatística entre as duas equipas. Os “encarnados” realizaram 15 remates contra dois, usufruíram de nove pontapés de canto, 21 acções com bola na área contrária contra uma do Arouca e 86,6% de posse de bola no último terço. Porém, golos nem vê-los.
O Arouca entrou forte no segundo tempo, a atacar e a obrigar Trubin a algumas intervenções, mas aos 60 minutos, após uma grande jogada individual de Carreras, a bola chegou a Kökçü e este, de fora da área, marcou um grande golo. Logo a seguir foram Aktürkoğlu e Di María a falharem o 2-0 na mesma jogada e, pouco depois, o árbitro assinalou falta de Otamendi na área sobre Jason e Güven Yalçın não desperdiçou a grande penalidade, lançando a dúvida na Luz.
O jogo tornou-se intenso e, aos 29 minutos, Vangelis Pavlidis recolocou as “águas” na frente, de cabeça, após assistência de Kökçu. Schjelderup ainda ampliou, mas o seu golo foi anulado por fora-de-jogo e, bem dentro dos descontos, o Arouca chegou ao empate por Weverson, num balde de água fria na Luz.
[ Benfica muito subido, mas Arouca matreiro ]

[ A análise de Bruno Francisco ao empate do Benfica ]
O Jogo em 5 Factos
1. Muitos remates de longe
As dificuldades do Benfica perante a boa organização do Arouca foram muitas, em especial para colocar a bola com qualidade na área. Prova disso o facto de os “encarnados” terem feito 26 remates, mas 12 deles de fora da área, novo máximo da equipa na Liga e segundo valor mais alto da prova.
2. Ainda assim muitas acções na área
xxx. Apesar dos muitos disparos de “meia-distância”, a verdade é que as “águias conseguiram acumular 40 acções na área arouquense, contra 13 dos visitantes.
3. Arouca bloqueia Benfica
Em especial no primeiro tempo, o Arouca fechou bem a zona central e registou muitos bloqueios de remate. No final contabilizou 11, novo registo mais elevado dos arouquense.

4. Benfica “macio” nos duelos
Pelo menos é o que diz o número final de faltas dos “encarnados”, e tendo em conta a ideia de que poucas infracções é sinónimo de falta de agressividade. O Benfica somou apenas seis faltas, segundo valor mais baixo da equipa e da Liga.
5. “Águia” mais forte nos duelos
Apesar da estatística anterior, a verdade é que os “encarnados” até foram superiores nos duelos individuais, vencendo mais 13 que o seu adversário (61-48).
MVP GoalPoint: Orkun Kökçü 
Alheio às críticas, o turco vai somando exibições de qualidade umas atrás das outras e foi o melhor em campo na Luz, tendo feito de tudo para que a sua equipa levasse os três pontos. Não conseguiu, mas marcou um grande golo, fez uma assistência, ganhou os quatro duelos que disputou, rematou quatro vezes, fez três passes para finalização e sete recuperações de posse.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Vangelis Pavlidis 6.8
Mais um jogo, mais um golo do grego. Pavlidis foi o mais rematador do encontro, com oito disparos, terceiro valor mais alto do encontro, sete deles de dentro da área, segundo valor mais elevado, e três deles de cabeça, também segundo registo mais alto da prova, e ainda atirou uma bola ao poste. Destaque também para o máximo de acções com bola na área contrária (9).
António Silva 6.7
O central está a ganhar confiança e esteve muito consistente ao longo de todo o jogo. Além de oito duelos ganhos em 12 disputados (incluindo quatro aéreos defensivos ganhos em quatro), somou oito recuperações de posse e outros tantos alívios.
Florentino 6.4
A sua saída deveu-se apenas à necessidade benfiquista de atacar, quando estava 1-1. Florentino não só fez dois passes para finalização, como como somou sete acções defensivas, três delas no meio-campo contrário.
Aursnes 6.4
Também o médio norueguês esteve em bom plano. Aursnes fez a assistência para o golo de Kökçü, somou três passes para remate e ainda fez sete progressivos.
Aktürkoğlu 6.4
O extremo turco esteve muito activo na frente, embora desinspirado na finalização e nas entregas. Enquadrou dois de cinco remates, mas falhou uma ocasião flagrante, recebeu o máximo de passes progressivos (11) e registou seis acções com bola na área contrária.
Tomás Araújo 6.4
Desta feita o defesa durou os 90 minutos e sempre em bom nível. Tomás teria terminado com melhor nota se não tivesse desperdiçado uma ocasião flagrante, de resto fez dois passes para finalização, recebeu sete passes progressivos e somou o máximo de desarmes (6) e de acções defensivas no meio-campo contrário (4).
Carreras 6.1
Já fez exibições mais exuberantes, mas impossível de esquecer o lance em que passou vários adversários, antes de a bola chegar a Kökçü, que fez golo. Carreras ganhou nove de 12 duelos, completou quatro de cinco dribles (máximo) e terminou com o registo mais alto (de longe) de metros ganhos em progressão com a bola (217).
Di María 4.7
Jogo para esquecer do argentino. Di María terminou com a pior nota do jogo. Além de perder seis de sete duelos, completou apenas uma de três tentativas de drible, nenhum dos quatro cruzamentos foi eficaz e desperdiçou uma ocasião flagrante que tinha 88% de possibilidade de golo (xG).
Destaques do Arouca
Boris Popović 6.7
Grande jogo do central sérvio, que registou 14 acções defensivas, cinco delas desarmes e três bloqueios de remate.
Jason Remeseiro 6.4
O espanhol é um jogador de fino recorte técnico. Além de sete duelos ganhos em dez, criou uma ocasião flagrante e sofreu quatro faltas, uma para grande penalidade.