O dia 15 de Novembro de 1999 marca o início da minha carreira e desse dia guardo uma memória indelével. Enquanto estava a ser apresentado aos jogadores, lembro-me de olhar para Schmeichel e perguntar-me a mim próprio se seria fácil lidar com figuras daquele calibre.
Meses antes, o guarda-redes internacional dinamarquês levantara a Liga dos Campeões em Barcelona, na épica final que o Manchester United erguera, revertendo a vantagem do Bayern Munique. Era uma das maiores figuras da equipa de Alex Ferguson, um dos maiores guardiões mundiais. Revelar-se-ia, em simultâneo, um transmissor de aura de campeão.
Dele, aprendi que quanto maior é a dimensão mais fácil se torna a relação. A forte personalidade, a segurança inerente à sua real grandeza, tornaram o contacto muito fácil. Complicado é quando uma das partes se mascara de algo que não é.
E se o talento foi, é e será sempre crucial para ganhar jogos e campeonatos a personalidade dos líderes assume papel capital no alcance desse desiderato. Pedro Barbosa, Rui Jorge, Acosta, André Cruz, nesse particular, ombreavam com Schmeichel e o título de 1999/2000 alcançado pelo Sporting teve muito deles. Obviamente, repartindo méritos com todos os outros elementos do plantel, treinadores e Administração.

Estendal da Memória : Schmeichel, um ego de trato proporcional à dimensão
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