Gil Vicente 🆚 Benfica | Águia sofre mas canta de galo

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NO final de contas, quem cantou de galo em Barcelos foram as “águias”. A partida desta terceira jornada do campeonato teve diversos capítulos e acabou de forma emotiva. O Benfica controlou as incidências, chegou a ter dois golos de vantagem, mas na recta final o Gil reduziu e baralhou o desfecho, ainda ameaçou o empate, os visitantes voltaram a ter uma almofada de dois golos, e nos derradeiros instantes os gilistas carimbaram o 2-3 final. Touré e Dominguez marcaram os tentos da equipa de Vítor Campelos, Di María, Rafa e Musa fizeram os golos do conjunto de Roger Schmidt.

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Fase final de loucos em Barcelos

Com Vlachodimos novamente fora dos convocados, Roger Schmidt voltou a apostar em Samuel Soares na baliza, Aursnes na vaga de lateral-esquerdo, João Mário na ala e Arthur Cabral como referência do ataque. Florentino fez companhia a Kökçü, deixando, desta feita, João Neves no banco, ele que tinha sido titular nos três primeiros jogos oficiais da época. Nos gilistas, Vítor Campelos manteve o mesmo “onze” com que goleou o Portimonense na ronda inaugural e perdeu na visita a Guimarães.

A partir do minuto dez as “águias” começaram a gerir o ritmo do jogo, canalizando a maioria dos lances sobre o corredor esquerdo – onde caíam Aursnes, João Mário, Rafa e Di María – e o golo inaugural nasceu num lance em que Marlon cometeu falta sobre João Mário, grande penalidade assinalada que Di María converteu com êxito, apontando o segundo golo na prova.

Instantes depois, Andrew brilhou e “barrou” aquele que teria sido a estreia de Arthur Cabral a marcar pelos “encarnados”. Na recta final, os campeões nacionais geriram a curta vantagem e foi no período de descontos que Rúben Fernandes cabeceou, obrigando Samuel Soares a mostrar-se.

Di María era o elemento em foco com um golo, dois passes para remate, três cruzamentos, cinco passes progressivos, duas faltas sofridas e um GoalPoint Rating de 6.8

Ao oitavo minuto da segunda metade, Rafa iniciou e finalizou um contra-ataque perfeito. Parecia que o jogo estava resolvido, Rafa ainda falhou o bis por escassos centímetros, mas na resposta, tudo mudou aos 74 minutos. O suplente Tidjany Touré encurtou as distâncias e deixou o encontro imprevisível e completamente partido. O perigo rondava as duas balizas, ora ameaçam os visitantes (82’ e 86’), ora era a vez dos forasteiros (78’ e 88’).

Já no período de descontos, uma falha de comunicação da última linha benfiquista ia sendo aproveitada por Depú, Musa voltou a ser um suplente de luxo e assinou o 1-3 na primeira vez que tocou na bola, num último suspiro, o Gil voltou a reduzir, por intermédio de Maxime Dominguez. Pouco depois, o encontro terminava, o Gil somou o segundo desaire nestas três jornadas da competição, já os “encarnados” somaram o segundo triunfo.  

[ Jogo equilibrado nos posicionamentos médios ]

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MVP GoalPoint: Rafa Silva 👑

Três jornadas, três golos. Rafa começou a época 2023/24 num “mood” velocidade furiosa e na noite deste sábado voltou a ser decisivo. Com total liberdade de movimentos, percorreu toda a frente de ataque, caindo no corredor esquerdo, ora surgindo em zonas de finalização. Na folha de serviços, finalizou o duelo com quatro remates (dois enquadrados), um golo, 17 passes progressivos recebidos, 12 acções com a bola na área contrária (máximo no encontro), seis passes progressivos, venceu dez duelos, perdeu sete e sofreu seis faltas. O MVP teve um óptimo GoalPoint Rating de 7.5

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Gil Vicente

Dominguez 6.6

O suíço ganhou mais protagonismo quando foi para a zona central. Deu outra dinâmica ao jogo da equipa. Marcou um bom golo no último remate do jogo, venceu sete duelos, perdeu dez, registou oito recuperações de bola, 11 perdas da posse e cinco acções defensivas.

Touré 6.5

Dinamizou o ataque da equipa. Marcou um golo pleno de oportunismo – o segundo na prova -, contabilizou 18 acções com a bola (trê sna área contrária) e três conduções progressivas.

Zé Carlos 6.0

Bom jogo do lateral-direito, que se destacou com um remate, três cruzamentos, oito duelos conquistados, cinco perdidos e dez acções defensivas. A rever, as 22 vezes em que perdeu a posse de bola.

Destaques do Benfica

António Silva 7.0

Mais uma exibição consistente do jogo central, ele que foi responsável por 14 acções defensivas (máximo no jogo), entre os quais quatro desarmes e nove alívios.

Di María 6.8

Continua com a pontaria certeira. Abriu a contagem e voltou a estar em foco, participando em diversas jogadas perigosas de equipa, menos influente na etapa final. Fez três remates, um golo, quatro cruzamentos, acertou os seis passes longos que fez, gizou oito passes progressivos, três passes de mudança do flanco, foi eficaz em quatro dos seis dribles tentados, recuperou a posse de bola em oito ocasiões e desperdiçou-a em 16 ocasiões.

Samuel Soares 6.5

De novo titular, foi testado na parte final do encontro, sofrendo dois golos – talvez pudesse ter feito mais no 1-2 -, foi responsável por seis defesas e brilhou em duas que eram ocasiões flagrantes. Com os pés, foi eficaz em 15 dos 17 passes que arriscou.

Otamendi 6.5

Contabilizou sete passes progressivos, 11 recuperações de bola, dez perdas do “esférico” e alcançou as nove acções defensivas.

João Mário 6.2

Muito activo, não foi por mera consistência que a equipa perdeu o controlo do jogo quando foi substituído aos 63′. Soube organizar os ataques da equipa com critério e inteligência. Sofreu a falta que redundou no 0-1, participou na jogada do 0-2, realizou dois remates, falhou cinco dos 40 passes que fez (eficácia de 88%), chegou aos cinco passes progressivos, 56 acções com a bola (cinco na área contrária), ganhou dez duelos, perdeu seis e sofreu quatro faltas, incluindo a que referimos de Marlon.

Musa 6.0

Três acções com a bola, um remate e um golo. O croata é uma espécie de seguro e quase nunca desperdiça os (poucos) minutos que tem.

Aursnes 5.9

Voltou a ser utilizado como lateral-esquerdo. Solto na etapa inicial, pecando apenas no momento da definição, na segunda parte fez a assistência para o 0-2 de Rafa. Falhou 12 dos 55 passes tentados – quatro de risco – (eficácia de 78%), 22 perdas de bola acumuladas e chegou às 82 acções com a bola. Não comprometeu, mas também não brilhou, ficando mais uma vez a ideia que faz a diferença em terrenos mais adiantados.

João Neves 5.8

Entrou na fase mais difícil para o Benfica e demorou a pegar nas rédeas do encontro. O ponto alto foi a assistência sublime para o 1-3 de Musa. Não falhou nenhum dos 13 passes que fez e registou três recuperações de bola.

Kökçü 5.5

Jogo à semelhança da exibição, de altos e baixos. Realce para os três passes para remate que fez, três conduções progressivas, 55 acções com a bola, 11 perdas de bola e sofreu dois desarmes.

Arthur Cabral 5.5

Saiu aos 63′. Ainda procura adaptar-se à equipa. Teve apenas 12 acções com a bola, sendo que esteve mais em foco aos 22′ atirou e viu Andrew estragar-lhe os planos.

 

Florentino 5.2

É o pêndulo da equipa, importante na forma como recupera bolas de forma constante – quatro recuperações de bola e cinco acções defensivas -, mas tem pecado no volume de bolas que desperdiça – 12 passes falhados em 43 realizados (eficácia de apenas 72%).

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.