Islândia 🆚 Portugal | CR200 resolve problema bicudo

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sIIIIU! Foi no último suspiro que Portugal conseguiu manter a folha imaculada neste Grupo J da fase de apuramento para o EURO 2024. Já com a Islândia reduzida a dez elementos, na sequência da expulsão de Willumsson, Bernardo Silva lançou Gonçalo Inácio este assistiu e Cristiano Ronaldo, no dia em que comemorou o jogo 200 com as cores da selecção A, atirou em cheio. O lance foi anulado, mas posteriormente validado após recurso ao VAR. Numa exibição que chegou a ser confrangedora, valeu o tento 123 de CR7, que assim faz com que Portugal mantenha o pleno e a liderança isolada, somando 12 pontos em quatro jornadas, 14 golos apontados e nenhum sofrido. 

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Triunfo salva exibição sofrível

Os primeiros 15 minutos faziam antever um jogo controlado e amplo domínio da selecção nacional, que se apresentou com quatro novidades no “onze” relativamente ao triunfo ante a Bósnia: Dalot, Pepe, Rúben Neves e Rafael Leão entram para os lugares de Raphaël Guerreiro, António Silva, João Palhinha e João Félix, respectivamente. Mas após os avisos de Rúben Dias ao minuto sete e de Pepe aos 15, a Islândia começou a acertar nas marcações e foi equilibrando o jogo, criando algumas dificuldades a Portugal.

Numa falha de marcação de Bernardo Silva – que tinha a dupla missão de fechar o corredor direito, ajudando Dalot, e de juntar-se a Ríuben Neves e Bruno Fernandes na faixa central –, os anfitriões desperdiçaram a ocasião mais clara (e única flagrante) na primeira metade, altura em Pálsson surgiu sem marcação na grande área a atirou para fora.

Em suma, foi uma exibição cinzenta, previsível e desinspirada da turma das “quinas”. Desde que Roberto Martínez substituiu Fernando Santos, esta foi a primeira vez que os lusos chegaram ao intervalo sem estar em vantagem no marcador. Rúnar Rúnarsson era a unidade em foco neste período com duas defesas e um GoalPoint Rating de 6.2. Bruno Fernandes, autor de um remate, dois passes progressivos, dois super progressivos e 11 perdas de posse, tinha um rating de 5.9.

Portugal surgiu mais agressivo pressionante no recomeço, foi mais veloz e acutilante a circular a bola e contabilizou algumas situações de perigo junto ao último terço contrário, mas o gás foi baixando e o nulo ia imperando.

Numa das poucas acções ofensivas nesta fase, os anfitriões quase faziam uma “gracinha”, Willumsson atirou e por muito pouco não marcou decorria o minuto 64. A festa ocorreu minutos mais tarde, a turma nacional teve uma nota artística baixa, mas foi o quanto bastou para continuar invencível e cada vez mais próxima da fase final do EURO do próximo ano.

[ Houve mais Portugal, apesar da desinspiração]

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MVP GoalPoint: Bernardo Silva 👑

Soltou-se das amarras na etapa final e foi o principal arquitecto do ataque nacional. Surgindo mais no corredor central, foi dinamizando o ataque tuga com dois remates, sete passes progressivos, 76 acções com a bola (três no interior da área adversária), oito recuperações de bola e cinco acções defensivas. Por tudo isto, foi o MVP com um GoalPoint Rating de 6.5.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques da Islândia

Victor Pálsson 6.2

Com ligações a Portugal (o pai é português), o defesa-central foi o melhor elemento dos islandeses. Desperdiçou a ocasião mais flagrante da selecção da casa no único remate que fez e destacou-se a defender com 14 acções defensivas (máximo no duelo), entre as quais 11 alívios, três recuperações de posse e uma falta cometida.

Rúnar Rúnarsson 5.9

Sem culpas no golo sofrido, realce para as duas defesas que fez.

Destaques de Portugal

Rúben Dias 6.4

Foi dele o primeiro remate enquadrado da partida. Boa exibição do central, autor de 105 acções coma bola, venceu nove duelos, não perdeu nenhum, conquistou os cinco duelos aéreos ofensivos em que interveio e assinou seis acções defensivas.

Diogo Dalot 6.3

Foi uma das novidades no “onze”. Tentou dar profundidade à ala direita, mas nem sempre tomou as melhores decisões. Foi eficaz em dois dos sete centros que fez, chegou às sete acções com a bola na área islandesa, registou 14 perdas de posse e sete acções defensivas.

Pepe 6.2

De volta ao “onze”, saiu na recta final com um remate, uma eficácia de 93% no capítulo do passe, 80 acções com a bola, levou a melhor em cinco dos seis duelos aéreos defensivas em que interveio e atingiu as cinco acções defensivas.

Bruno Fernandes 6.1

Foi trocando de posição com Bernardo Silva, principalmente na segunda parte, menos exuberante do que no duelo ante a Bósnia, esteve num plano com um remate, quatro cruzamentos, seis passes progressivos, acumulou 14 perdas de bola e sofreu duas faltas.

Cristiano Ronaldo 6.1

Não estava a ter um jogo feliz, mas salvou a “performance” com um golo pleno de oportunismo, no único dos três remates que fez que foi enquadrado ao alvo. Teve apenas 36 acções com a bola (sete das quais no interior da área adversária), teve uma eficácia de 65% (desperdiçou sete dos 20 passes que fez), perdeu dez duelos, venceu apenas dois, consentiu três desarmes, cometeu quatro faltas e foi apanhado em fora-de-jogo outras tantas vezes.

Gonçalo Inácio 5.8

Entrou aos 67′ e foi a tempo ser determinante no desfecho do jogo, com a assistência que ofereceu o golo a CR7, sofreu a falta que “expulsou” Willumsson. Imprimiu outra fluidez na primeira fase de construção, acertando 27 dos 28 passes que fez (eficácia de 96%).

Rúben Neves 5.7

Titular na vaga de Palhinha, tentou ligar mais o jogo português com 61 acções com a bola, apenas quatro passes falhados em 52 realizados, foi eficaz em dois dos três centros que arriscou, anotou duas recuperações de bola, seis perdas da posse e três alívios.

Rafael Leão 5.5

Outra das novidades no “onze” inicial. As ligações com a equipa não estão afinadas, ficando no horizonte que ainda “não está em sintonia com alguns dos colegas”. Na segunda parte esteve mais solto, aberto pelo flanco esquerdo. Dos números do avançado, realce para um remate, nove cruzamentos (apenas um foi eficaz), averbou 66 acções com a bola (quatro na área islandesa), acumulou dez duelos ganhos, perdeu outros tantos e foi eficaz em cinco dos seis duelos que arriscou.

Leonel Gomes
Leonel Gomeshttps://goalpoint.pt/
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.