Juventus 🆚 Sporting | Desacerto ofensivo trama leão em Turim

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AINDA não foi desta que o Sporting venceu um jogo oficial em solo italiano. A malapata poderia ter acabado na noite desta quinta-feira caso os homens de Rúben Amorim tivessem tido outro acerto nos diversos lances de perigo que construíram e desperdiçaram no decurso da partida. À passagem do minuto 73 o cinismo da “velha senhora”, que até então pouco tinha feito para estar em vantagem, alavancou a fraca exibição da Juventus quando Gatti apontou o único golo do duelo, aproveitando um erro de cálculo de Adán. Na próxima quinta-feira, em Alvalade, saberemos quem vai assegurar o passaporte para as meias-finais desta edição da Liga Europa.

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Sporting dominou, mas foi ineficaz

Mais remates (seis contra quatro), mais posse de bola (55% versus 45%), mais acções com a bola no interior da área adversária (14 contra quatro) e Expected Goals (xG) de 0,6 contra 0,1. Foi este o resumo de uma primeira parte dominada (quase na plenitude) pelo Sporting.

Após 15 minutos de equilíbrio, com um ligeiro ascendente da Juventus – Adán voou e brilhou ao deter um remate perigoso de Chiesa aos 11′ –, o Sporting começou a soltar as garras, com o bloco subido, exibição sustentada numa circulação rápida da bola, “saltando”, dessa forma, as zonas de pressão do oponente e não teve receio em ter a bola. Morita ficou a centímetros de carimbar o primeiro tento da noite e deu o mote para um período frenético dos de Alvalade, que assaltaram o último reduto da “vecchia signora”: Szczęsny fez uma grande defesa após um remate de Coates e o guardião polaco voltou a brilhar, desta feita evitando a festa de Pedro Gonçalves e aos 32′ Nuno Santos viu Kostic e Bremer tirarem a bola perto da linha de golo. A insatisfação dos fãs da Juve ia subindo de tom…

A recta final da primeira parte ficou marcada pelas saídas de Szczęsny – sentiu-se mal e queixou-se de dores na zona do peito – e de St. Juste – saiu em lágrimas, aparentemente com uma lesão muscular.

Morita foi o motor dos leões nesta fase e a unidade em destaque nos primeiros 49 minutos, graças a um remate, um acerto de 88% no capítulo do passe, gizou três passes progressivos, recuperou a posse de bola em seis ocasiões, atingiu as seis acções defensivas e teve um GoalPoint Rating de 6.6.

A etapa final começou como tinha acabado a primeira, com o Sporting na mó de cima e a pressionar em busca do golo. Perín teve de esticar-se para defender um tiro de “Pote” que levava a direcção do golo.

Já após os dois treinadores terem mexido nas respectivas equipas, foi a Juventus a marcar, aproveitando um erro de cálculo de Adán que Gatti aproveitou para fazer o único tento do encontro.

Na recta final, os “leões” voltaram a dominar e foram traídos pela falta de eficácia. Primeiro foi Morita que viu o esférico a sair a escassos centímetros do alvo, instantes depois, já no período de descontos, uma jogada que espelha, em parte, aquilo que foi a partida desta quinta-feira, Pedro Gonçalves e, na sequência, Bellerín não conseguiram encontrar a direcção do golo quando tinham apenas Perín pela frente. O Sporting cai em Turim, mas não tem a eliminatória perdida e poderá dar a volta a esta desvantagem. No 12.º encontro em Itália, os “verdes-e-brancos” passaram a somar 12 desaires e quatro empates.

[ O posicionamento médio final mostra que houve mais Sporting ]

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MVP GoalPoint: Hidemasa Morita 👑

Belíssima actuação do médio nipónico, que foi o pêndulo dos “leões”. Com um pulmão inesgotável, esteve em todo o lado e demonstrou muita qualidade em todas as fases do jogo. Esteve próximo do golo, com dois remates que saíram a centímetros da baliza – fez três tentativas no total -, atingiu os 90% de eficácia no capítulo do passe (seis falhados em 60 tentados), orquestrou seis passes progressivos, coleccionou 78 acções com a bola, recuperou a posse em dez ocasiões e atingiu as 11 acções defensivas. Uma exibição de alto nível do “box-to-box” japonês e que lhe valeu o título de MVP do jogo com um GoalPoint Rating de 7.4.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques da Juventus

Bremer 7.2

Foi resistindo aos constantes ataques do Sporting e foi a melhor unidade da Juve, destacando-se excepcionais 15 acções defensivas, apenas uma falta cometida, seis recuperações de posse e um acerto de 92% nos passes.

Danilo 6.8

Polivalente, começou o jogo com um dos três centrais e acabou a actuar como defesa-direito. Manteve sempre o nível, com realce para seis passes progressivos, 80 acções com a bola e 13 acções defensivas. 

Perín 6.7

Face ao azar de Szczęsny, foi chamado e conseguiu ser determinante com três defesas complicadas, detendo os remates de Pedro Gonçalves (aos 46′ e 90+1′) e de Bellerín (90+1′). Evitou 2,0 golos (defesas – xSaves).

Destaques do Sporting

Coates 6.5

O capitão liderou a equipa e esteve em bom plano com dois remates, 83 acções com a bola (máximo no jogo), sete recuperações da posse e seis acções defensivas.

Pedro Gonçalves 6.1

Voltou a recuar no terreno e, na companhia de Morita, formou uma dupla que encheu as medidas. Sempre com olhos na baliza, foi o jogador mais rematador em campo, com quatro tentativas, carimbou seis passes progressivos, foi bem-sucedido em três dos cinco dribles que arriscou e fez quatro acções defensivas. Pecou nas 14 vezes em que perdeu a posse de bola e falhou uma flagrante.

Nuno Santos 6.0

Estava a jogar bem quando foi substituído aos 61. Nesse período coleccionou um remate, dois cruzamentos, três passes progressivos, seis recuperações da posse e três acções defensivas.

Ricardo Esgaio 5.7

O ala direito exibiu-se em bom nível com sete passes progressivos, nove passes progressivos recebidos e três desarmes. Em sentido contrário, atingiu as 16 perdas da posse.

Bellerín 5.4

O espanhol refrescou o corredor direito e foi importante no último “assalto” leonino à área da Juve, com um remate que poderia ter redundado no 1-1 (flagrante falhada), três cruzamentos e 21 acções com a bola.

Gonçalo Inácio 5.3

O jovem central carimbou seis passes progressivos, teve 82 acções com a bola, contabilizou quatro acções defensivas e registou seis perdas do esférico.

Essugo 5.3

Refrescou a zona central e nos cerca de 15 minutos em que actuou, acertou 17 dos 19 passes que fez (eficácia de 89%), acumulou 21 acções com a bola e um desarme.

St. Juste 5.2

Estava a jogar bem quando foi traído por mais uma lesão. Até aos 43 minutos tinha falhado apenas um dos 26 passes que fez (eficácia de 96%), registou três recuperações de posse e sofreu uma falta.

Chermiti 5.0

Partida ingrata para o jovem dianteiro, perante o trio de centrais da Juve. Na hora em que jogou, não fez nenhum remate ao alvo, atingiu as 22 acções com a bola (duas na área adversária), registou 11 perdas de posse e quatro acções defensivas.

Marcus Edwards 4.6

Não desequilibrou e esteve pouco inspirado em Turim. Dos números do inglês, chama a atenção as 25 vezes em que perdeu a posse de bola, foi eficaz em apenas um dos cinco dribles que tentou, perdeu 12 dos 18 duelos que disputou e chegou às sete acções com a bola no interior da área adversária.

Adán 4.3

Estava a ser importante nas poucas vezes em que interveio. Logo aos 11 minutos voou para defender um remate perigoso de Chiesa e foi sempre lesto a intervir quando foi chamado para sair da baliza. Borrou a pintura com a falha que cometeu e que esteve na génese do lance que faz a diferença na eliminatória.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.