Com Álvaro Pacheco ao leme desde a oitava jornada, o Vitória Sport Clube tem protagonizado uma das histórias mais entusiasmantes da prova e, a três jornadas do ponto final da edição 2023/24, luta com o FC Porto e o rival SC Braga por uma vaga no pódio.
Do renascimento de Bruno Gaspar, passando pela segurança de Toni Borevkovic, da presença defensiva de Jorge Fernandes, da classe de Tomás Ribeiro, do amplo raio de alcance de Tomás Händel ou das diabruras de Jota Silva, a temporada de Manu Silva tem passado um pouco despercebida, mas os números não enganam e o jovem defensor tem sido um dos esteios dos “conquistadores” até ao momento. Na folha de serviços contabiliza 26 partidas, 20 das quais no campeonato nacional, num total de 1955 minutos em todas as provas, e um golo.
Não obstante a feroz concorrência, o versátil jogador tem cimentado a titularidade no eixo defensivo dos minhotos e está a demonstrar toda a qualidade que já tinha sido detectada nos escalões de formação do União de Lamas e, posteriormente, no Feirense e que levaram, no mercado de transferências do Inverno da época passada, o Vitória a desembolsar 352.500 mil euros por 50% do passe do atleta ao conjunto de Santa Maria da Feira – os vimaranenses têm, ainda, a opção de aquisição futura de mais 30% do passe.
Com 1,89m e 83 quilos, o defensor é forte no jogo aéreo, tem uma técnica bastante apreciável com a bola nos pés, é muito sóbrio e eficaz no processo defensivo, tem ainda a mais-valia de ser polivalente – já foi utilizado como médio-defensivo (posição de origem) -, e tem uma bela margem de progressão tendo em conta os seus 22 anos.
Neste momento, Manu é mesmo o central, entre todos os que realizaram mais de 1395 minutos (metade do total possível), aquele que tem mais desarmes a cada 90 minutos (2,6), à frente de diversos nomes consagrados, como por exemplo o benfiquista António Silva (2,3), é, ainda, o segundo na posição com mais acções defensivas. O vimaranense encontra-se na sétima posição no que concerne aos duelos aéreos defensivos ganhos, com apreciáveis 70,7% de sucesso.
[ Os desarmes (à esquerda) e os duelos aéreos defensivos (a azul os ganhos) de Manu na Liga 23/24 ]
Porém, a meteórica ascensão não deixa o jogador embandeirar em arco.
“Temos um grupo de homens no balneário que me fez sentir bem acolhido desde o início. Os que chegaram este ano também já estão bem ligados com todos e isso ajudou-me a sentir-me bem, a produzir o máximo e a conseguir ter a confiança das pessoas para jogar. O ponto mais importante para me afirmar tão rápido foi mesmo a forma como fui acolhido. Temos muita qualidade no nosso plantel. Compete ao ‘míster’ decidir. Temos de dar boas dores de cabeça, é isso que tentamos todos os dias”, comentou, há algumas semanas, o defensor em declarações ao site do Vitória.
Filho de peixe, Manu é filho de Jorge da Costa e Silva, um médio na década de 80, 90 e que actuou até 2002/03, representando vários emblemas como o União de Lamas, FC Porto (nos juvenis e juniores), Leixões, Boavista, Salgueiros e Beira-Mar.