O sucesso no futebol depende de muita coisa. Por esta pequena frase já poderá aferir, em parte, a resposta ao título do artigo. Sim, os testes psicométricos podem ajudar, mas não são decisivos, pelo menos para a maioria dos treinadores porque, claro, há exceções. Mais à frente falar-lhe-emos do caso de Alex Ferguson na sua era Man United.
Antes de avançarmos parece-nos pertinente explicar-lhe o que são estes testes. Já lá vamos. Agora imagine um mundo em que estes testes eram 100% fiáveis. Quando quisesse fazer uma aposta, depois de escolher a casa de apostas certa na Betbrothers.pt, tudo seria mais fácil, não? Talvez até se perdesse um bocado da “magia de apostar”. Vamos, então, explicar-lhe primeiro o que são estes testes.
O que são os testes psicométricos?
Eles são, basicamente, testes que avaliam determinadas coisas numa pessoa. Não são de utilização exclusiva do futebol. São também usados em empresas de recrutamento, por exemplo, para avaliar os seus candidatos a determinada função. Eles avaliam as capacidades cognitivas e conseguem determinar os níveis de atenção, memória, velocidade de processamento, entre outros e, claro, isso é determinante em futebol.
Mas não só! Eles avaliam também os traços de personalidade. Se a pessoa é mais introvertida ou não para de falar, se é uma pessoa que está “open mind” para novas experiência, se é perseverante, se está focada em resultados… todos estamos a pensar no mesmo jogador que conseguiria 100% nestes testes, não? Sim, esse mesmo. Cristiano Ronaldo.
Como é que isto pode ser aplicado ao futebol?
No futebol profissional, os testes psicométricos são usados como uma ferramenta complementar para avaliar o potencial de um jogador além do que os olhos veem no relvado. Clubes de topo analisam, por exemplo, como um jovem reage ao fracasso, se consegue manter o foco sob pressão ou se tem capacidade de liderança. Estes dados ajudam os treinadores e departamentos de scouting a prever a capacidade de adaptação do jogador a contextos exigentes, como uma nova liga, um balneário competitivo ou uma estratégia tática complexa. Ou seja, não é só saber fintar — é também saber pensar, manter a calma e cooperar.
Além disso, a psicometria pode ser usada para personalizar o acompanhamento dos atletas. Se um jogador demonstra, por exemplo, baixa tolerância à frustração ou tendência para desmotivar após erros, a equipa técnica pode adaptar o seu estilo de comunicação e métodos de treino para potenciar o seu rendimento. Vários clubes, como o Ajax, o Manchester United ou os do grupo Red Bull, usam este tipo de testes para construir equipas mais equilibradas mentalmente. Em suma, estes testes não substituem o talento, mas ajudam a perceber se esse talento tem condições para florescer num ambiente de alta pressão.
O caso do Manchester United e Alex Ferguson
Durante a era de Sir Alex Ferguson no Manchester United, os testes psicométricos foram discretamente integrados no processo de avaliação de jogadores, especialmente no recrutamento e desenvolvimento de jovens talentos. Para Ferguson, o talento técnico era essencial, mas não bastava — ele procurava jogadores com o que chamava de “mentalidade de campeão”. Nesse sentido, a psicometria servia como uma espécie de “raio-X psicológico” para identificar traços como resiliência, foco, autocontrolo e capacidade de lidar com a pressão, todos fundamentais para vingar num clube com ambições constantes de títulos.
Embora nunca tenha sido um processo formalizado publicamente, sabe-se que a equipa técnica recorria a estas ferramentas para perceber quem estava mentalmente preparado para enfrentar a exigência de Old Trafford. Foi assim que jogadores como Ryan Giggs, Gary Neville ou Cristiano Ronaldo se destacaram — não apenas pelas suas capacidades físicas ou técnicas, mas pela mentalidade implacável que revelavam desde cedo. Para Ferguson, mais do que prever o sucesso com uma fórmula mágica, estes testes ajudavam a minimizar riscos e a identificar perfis compatíveis com a cultura de exigência do clube.
Quando o talento não chega: casos que falharam pelo lado psicológico
Apesar de muitos jogadores atingirem o sucesso graças à sua força mental, há também casos notórios em que o talento simplesmente não foi suficiente. Um dos exemplos mais falados é o de Mario Balotelli. Dotado de uma capacidade técnica e física fora do comum, foi apontado como uma futura estrela mundial. No entanto, o seu percurso foi marcado por episódios de indisciplina, decisões impulsivas e dificuldade em lidar com a pressão e a crítica — fatores que o impediram de manter uma carreira ao nível do seu potencial.
Outro caso emblemático é o de Ravel Morrison, formado no Manchester United e considerado, na altura, mais promissor do que Paul Pogba. Ferguson chegou a dizer que nunca tinha visto tanto talento num jovem, mas a falta de estabilidade emocional, problemas fora de campo e uma atitude inconsistente acabaram por comprometer a sua evolução. Estes exemplos mostram como o lado psicológico pode ser decisivo, não só para chegar ao topo, mas sobretudo para lá permanecer.
Os testes psicométricos não são uma fórmula mágica, mas podem ser uma ferramenta poderosa para distinguir quem tem o perfil certo para triunfar no futebol de alto nível. No fim, talento pode abrir portas — mas é a mente que dita se elas ficam abertas.