Porto 🆚 Arsenal | Morteiro de Galeno derruba canhões sem pólvora

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GALENO soltou o génio da lâmpada e deixou o Estádio do Dragão em êxtase. Decorria o terceiro de quatro minutos do período de descontos quando o ala flectiu para a zona central e disparou um remate colocado, com selo de golo e daqueles para golo da jornada. Raya bem se esticou, mas nada conseguiu fazer para deter o “finesse shot” do camisola 13. Foi, desta forma, que os dragões derrubaram os canhões londrinos e ganharam uma curta mas valiosa vantagem na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Coeso, organizado e corajoso. Num jogo que esteve longe de ter elevada nota artística, o conjunto da Invicta foi personalizado, defendeu com afinco e determinação e quase sempre que atacou, criou perigo. O prémio surgiu tarde, mas a tempo de derrubar os “gunners” que saem do reduto portista com zero remates enquadrados, algo que não lhes sucedia em qualquer prova há cerca de dois anos.

 “Gunners” sem arsenal para um Porto de Champions

O “Porto europeu” não é mito e voltou a aparecer, na prova onde é suposto. Os “gunners” tiveram mais posse de bola – 67% versus 33% -, mas os “dragões” foram pacientes e souberam disparar rumo à área contrária nos momentos certos. Foi assim que ao minuto 22 Galeno protagonizou, numa espécie de dois em um, e desperdiçou com estrondo duas ocasiões flagrantes. Primeiro, o extremo primeiro atirou ao poste direito e na sequência ao lado.

Num domínio estéril, os londrinos apenas visaram o alvo ao minuto 32 por intermédio de Trossard (sem direcção) e foram para os balneários com apenas quatro tentativas, todas desenquadradas.

Nestes primeiros 46’, David Raya foi a unidade em destaque com uma defesa, três acções defensivas, quatro passes eficazes em cinco (80% de eficácia) e um GoalPoint Rating de 5.8. Do lado portista, Wendell era quem reunia melhor avaliação – um GoalPoint Rating de 5.7 – , com realce para as cinco acções defensivas que coleccionou.

O filme da primeira metade mantinha o guião na etapa final, mais posse de bola para os visitantes, mas as poucas situações perigosas pertenciam aos anfitriões. Aos 67’, Rice fez um corte milagroso que estragou a festa a Evanilson. Quando parecia que o nulo iria perdurar no marcador, surgiu Galeno…

Desta forma, Sérgio Conceição consegue, pela primeira vez e enquanto treinador dos vice-campeões nacionais, vencer uma formação inglesa, sendo que foi o terceiro sucesso do emblema português em sete confrontos oficiais ante o Arsenal. 

[ O mapa de posição média com bola e principais tendências de passe das equipas ]

MVP GoalPoint: Wendell 👑

Boa partida do lateral-esquerdo que, à semelhança da equipa, exibiu-se de forma sólida e destacou-se com dez acções defensivas, três faltas sofridas, apenas um passe falhado em 15 tentatos (eficácia de 93%), ganhou oito duelos, perdeu três, acumulou cinco recuperações, outras tantas perdas de bola e o título de MVP do jogo com um GoalPoint Rating de 6.5

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Alan Varela 6.2

Óptima partida do argentino que foi o protector do último reduto do FC Porto e preencheu a ficha de jogo com cinco recuperações de bola, sete acções defensivas, duas faltas sofridas, quatro perdas de bola e três passes falhados – dois de risco – em 26 feitos.

Galeno 6.0

Sete jogos nesta edição da milionária, cinco golos e três assistências. O “senhor Champions” justificou a alcunha com mais uma performance positiva e a nota só não é mais elevada devido às duas ocasiões flagrantes – (xG) golos esperados de 1,02 – que falhou aos 22′. O dianteiro gizou três remates (máximo do jogo), venceu três duelos, perdeu seis, foi bem-sucedido em apenas um dos quatro dribles feitos, conquistou um amarelo, fez três recuperações de bola e chegou às dez perdas da posse. Mas na hora H… fez magia.

Otávio 5.8

O central estreou-se em grande na Champions com uma assistência, duas recuperações de bola, venceu três duelos, perdeu dois e atingiu as seis acções defensivas. Os quatro passes de risco e as nove perdas de bola acabam por “castigar-lhe” a nota final.

João Mário 5.7

Jogo seguro do lateral-direito. Venceu nove duelos, perdeu oito, atingiu as 11 acções defensivas, tendo estado menos bem nas quatro passes de risco feitos e nas 16 vezes em que perdeu a bola.

Francisco Conceição 5.6

Responsável por um passe para remate, cinco passes falhados em 14, três acções com a bola na área contrária, duas recuperações de bola, nove perdas e três faltas sofridas.

Pepe 5.5

O capitão esteve em bom plano com quatro passes progressivos registados, venceu cinco duelos, perdeu dois, acumulou nove perdas de bola – quatro no terço defensivo – e seis acções defensivas. Realizou a 119.ª partida na Liga dos Campeões e tornou-se no jogador mais velho, com 40 anos e 11 meses, a participar nesta fase da prova.

Pepê 5.3

Falta-lhe ser mais agressivo nos momentos em que tem de visar a baliza dos adversários – o facto de não marcar um golo há mais de um ano fala por si. Aos 55′ poderia ter rematado e optou por passar a bola a Chico Conceição. Foi um “pormaior” numa exibição na qual se destacou com um remate, dois passes para remate, 33 acções com a bola, sete duelos vencidos, cinco perdidos e 13 perdas de bola. Conquistou cinco das 22 faltas ganhas, um máximo do Porto nesta edição.

Diogo Costa 5.3

O Arsenal tinha marcado 21 golos nas últimas cinco partidas antes da deslocação a Portugal, mas na noite desta quarta-feira ficou em branco e não enquadrou nenhum dos sete remates que fez. O guardião acabou por ajudar a equipa noutros aspectos. Obteve 57 acções com a bola, três saídas pelo ar eficazes e desperdiçou 16 dos 36 passes feitos (eficácia de apenas 56%).

Evanilson 5.1

Rice “roubou-lhe” a glória numa partida em que registou dois remates, 26 acções com a bola – duas na área adversária –, venceu seis duelos, perdeu sete, sofreu três faltas e cometeu outras tantas.

Destaques do Arsenal

Saka 5.9

Não brilhou, ainda assim, foi a melhor unidade dos londrinos com um remate, uma ocasião flagrante criada, três cruzamentos (todos ineficazes), recebeu seis passes progressivos, venceu três duelos, perdeu cinco, três conduções progressivas e 13 perdas de bola.

Declan Rice 5.9

Ficou condicionado logo aos 2′ devido a um amarelo, mas soube gerir a situação com um passe para remate, 93 acções com a bola, oito recuperações de bola, 14 perdas e oito acções defensivas. Pecou nas 14 perdas registadas e nos quatro passes de risco feitos.

Gabriel Martinelli 4.6

Bem anulado por João Mário e Francisco Conceição, numa conseguiu criar perigo e terminou o duelo com 15 duelos perdidos (máximo no jogo), apenas três dribles eficazes em nove tentados, 27 perdas de bola (outro máximo negativo), três desarmes sofridos e quatro acções defensivas.

 

Leonel Gomes
Leonel Gomeshttps://goalpoint.pt/
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.