Que sufoco para o Porto. O “dragão” venceu por 2-1, graças, sobretudo, a uma melhor primeira parte e à forma como reagiu ao golo do Braga, mas os minhotos foram melhores no segundo tempo, chegando a empurrar os homens da casa para o seu terço defensivo, terminando mesmo com mais do dobro dos remates. Porém, o que conta é a eficácia e, aí, os da Invicta foram mais fortes.
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Jogo intenso e emotivo
O Porto foi para o descanso a vencer, mas teve de correr e lutar muito para conseguir marcar, e só de penálti, nos descontos da etapa inicial, por Galeno, que converteu o pontapé após ter ele próprio sofrido falta na área, cometida por João Ferreira. O “dragão” esteve quase sempre por cima, com mais bola, exceptuando alguns contra-ataques perigosos por parte dos minhotos, um deles a obrigar Diogo Costa a grande defesa. Aliás, as duas formações terminaram com o mesmo registo de remates, numa primeira parte intensa.
A segunda metade começou de forma emocionante. O Braga subiu, assumiu a iniciativa e marcou por Roger (54′) num grande pontapé de fora da área, mas o Porto reagiu e recolocou-se na frente através de Pepê (59′). O jogo tornou-se nervoso, o Braga pressionou e lançou mais pedras ofensivas no jogo e terminou em cima do “dragão” que, contudo, conseguiu segurar a vantagem até final e três pontos preciosos.
[ Houve equilíbrio global nos posicionamentos médios ]
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O Jogo em 5 Factos
1. “Dragão” mal no passe
Os 106 passes falhados do Benfica no nulo em Moreira de Cónegos, jogo que ditou a saída de Roger Schmidt, ficaram famosos, e o Porto aproximou-se perigosamente desse registo nesta partida. Dos 475 passes realizados, os portistas falharam 101, segundo valor mais alto da Liga. Aliás, esta foi a segunda partida com mais passes errados no campeonato, 184, menos dois que o tal Moreirense-Benfica.
[ Todos os passes do Porto ante o Braga ]
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2. Porto apostou no passe longo
Esta estatística ajuda a perceber um pouco a anterior, dada a dificuldade de completar passes longos, mas a verdade é que os “azuis-e-brancos” apostaram muito neste tipo de entregas, primeiramente para aproveitar os espaços nas costas da defesa bracarense e, depois, no segundo tempo, na tentativa de lançar contra-ataques para tentar fugir à pressão minhota. Ao todo, os “dragões” registaram 61 passes longos, mais 13 que o seu anterior máximo e muito acima da média que registava até este domingo (33). Destes, completou 28 (também recorde portista).
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3. Minhotos com muitos remates de longe
O recuo dos portistas obrigou o Braga a usar o remate de meia-distância para tentar marcar (e marcou desta forma, por Roger). Os “guerreiros” terminaram a partida com 18 remates, metade deles de fora da área. A sua média até este encontro era de 3,3.
[ Todos os remates do Braga ]
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4. Defesas melhor pelo ar
Tanto Porto quanto Braga bateram recordes no número de duelos aéreos defensivos e ofensivos disputados e tanto uma equipa como outra teve superioridade nos defensivos, com os “dragões” a ganharem 57% de 21 e os “guerreiros” 60% de 20.
5. Roberto Fernández de cabeça no ar
O atacante espanhol do Braga teve a pior nota da noite (4.5), mas é de realçar o seu trabalho nos lances pelo ar. Roberto ganhou os três duelos aéreos defensivos que disputou e quatro dos seis ofensivos.
MVP GoalPoint: Wenderson Galeno 
O brasileiro voltou a ser fundamental em mais uma vitória do Porto. É certo que o golo que Galeno marcou foi de penálti, mas o extremo foi o mais rematador do encontro, com quatro disparos, dois enquadrados, sofreu a falta que deu a grande penalidade e registou cinco acções com bola na área minhota, máximo da partida.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Porto
Zé Pedro 6.8
O central portista foi muito importante na fase de maior assédio do Braga e terminou com o máximo de acções com bola (83), cinco duelos ganhos em cinco, incluindo os três aéreos defensivos, somou seis alívios e dois bloqueios de remate.
Nico González 6.4
O espanhol trabalhou muito, nem sempre bem (14 passes falhados e 16 perdas de posse, máximos do jogo), mostrou uma agressividade que lhe valeu quatro faltas cometidas, mas ninguém lhe tira a assistência para o golo de Pepê e os dois passes para finalização.
João Mário 5.9
O lateral acabou por sair ao intervalo por já ter visto um cartão amarelo. Até então ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e somou excelentes cinco desarmes, máximo a par de Alan Varela.
Francisco Moura 5.9
O outro lateral portista teve exactamente a mesma nota. Moura esteve bem do lado esquerdo, onde contabilizou três duelos aéreos ganhos em três, mas também quatro intercepções, um dos máximos do encontro.
Pepê 5.7
O brasileiro não realizou uma partida brilhante, mas foi decisivo, uma vez que marcou o golo da vitória da sua equipa.
Samu 4.7
Parecia que este iria ser mais um jogo de afirmação de Samu, com o golo que marcou logo nos primeiros minutos, mas o tento foi anulado e o atacante foi desaparecendo da partida. O espanhol não fez qualquer remate ou passe para finalização, foi desarmado três vezes, somou três maus controlos de bola e ganhou somente quatro de 14 duelos individuais (perdeu mesmo os cinco que disputou com João Ferreira). De positivo o facto de ter errado apenas um de 12 passes, ter recebido sete progressivos (um dos máximos) e ganhou três de seis duelos aéreos ofensivos.
Destaques do Braga
Vítor Carvalho 6.8
O médio foi o melhor do Braga. Começou por testar os reflexos de Diogo Costa na primeira parte e acabou com excelentes 11 duelos ganhos em 14, quatro intercepções e três bloqueios de passe/cruzamento.
Roger Fernandes 6.0
O jovem extremo pode não ter decidido sempre bem, mas lutou muito, marcou um golo estupendo, completou duas de três tentativas de drible e concluiu o desafio com o máximo de recuperações de posse (6).