QUE sufoco! O Sporting saiu vivo de Eindhoven. A exibição esteve longe de ser perfeito, com muitos erros, hesitações, pouca agressividade, valendo o coração que nunca perdeu o norte, as defesas preciosas de Franco Israel, a entrada em cena de Daniel Bragança e o desacerto do PSV que atingiu os 2,1 no que diz respeito aos Golos Esperados (xG), mas não foi eficaz na hora H. Schouten abriu a contagem e Bragança assegurou um ponto importante.
Ponto com sabor a ouro!
O “leão” protagonizou uma espécie de pesadelo na primeira parte em Eindhoven. Amorfo, desatento, pouco agressivo não conseguiu controlar os ritmos da partida e viveu inúmero sobressaltos – atingiu as 11 perdas de bola no terço defensivo e apenas cinco acções defensivas no meio-campo contrário. O golo apontado por Schouten aos 15′ ilustra na perfeição o que acabamos de mencionar. Debast fez um passe “suicida”, a pressão neerlandesa foi eficaz na intercepção e o médio soltou um portentoso remate que abriu as contas. Quinze minutos volvidos, Diomande lesionou-se, mais um rude golpe para os campeões nacionais, que terminaram este período com apenas três remates desenquadrados e sem conseguirem ameaçar com real perigo a baliza do opositor.
A toada da partida não se alterou, o pendor ofensivo do PSV prosseguiu, assim como o desconforto “verde-e-branco” no relvado. Por mero desacerto, os neerlandeses não dilataram a vantagem, até que Amorim resolveu mudar as peças do xadrez, colocou Daniel Bragança e, paulatinamente, o Sporting foi serenando os ímpetos com outro critério e objectividade com a bola. Os últimos 20 minutos foram de loucos, os anfitriões continuaram a ser perdulários, Franco Israel ia aguentando o barco, as garras leoninas começavam a aparecer – Quaresma escorregou no pior momento (71’), Quenda (76’) atirou ao lado, Bakayoko falhou com a baliza à mercê (82’), Harder (83’) ameaçou – até que Bragança. assistido por Maxi Araújo. silenciou Eindhoven e garantiu um precioso ponto nesta caminhada na prova milionária.
[ Muitos passes leoninos entre os centrais… mas também com Nuno Santos ]
O Jogo em 5 Factos
1. Calafrios
O Sporting passou por vários calafrios. Não se deu bem com a agressividade contrária e foi acumulando erros. Terminou o duelo com 12 desarmes sofridos e 17 perdas de bola no terço defensivo, face às três do adversário.
2. Chuva de faltas
O jogo esteve longe de ser violento, ainda assim, ambos os conjuntos recorreram muito às faltas. Os neerlandeses fizeram 18 e os leões 15. Este foi o terceiro jogo desta Champions mais faltoso.
3. Nas alturas
Os campeões dos Países Baixos conquistaram 55% dos duelos aéreos ofensivos, já o Sporting venceu apenas 40% destas acções.
4. Golos esperados (xG)
O volume ofensivo dos anfitriões foi maior, mas os dois emblemas terminaram o duelo com o mesmo número de ocasiões flagrantes (três). O PSV teve 55% da posse de bola, 22 acções com a bola na área contrária, 18 remates e 2,1 no que se refere aos Golos Esperados (xG). O conjunto de Amorim obteve 45% da posse, 21 acções com a bola na área contrária, nove remates e um xG de 1,4.
5. Recordes neerlandeses
O rei dos passes progressivos recebidos foi… Luuk de Jong com 22, batendo o recorde da competição. Realce ainda para 17 recuperações de posse por parte de Schouten, outro máximo, e para os 15 duelos conquistados por Malik Tillman, mais um número que ainda ninguém atingiu nesta nova Champions.
MVP GoalPoint: Jerdy Schouten
É uma das novas coqueluches do futebol neerlandês e justificou o “hype” com uma bela actuação. Encheu o campo com um golaço, 58 passes eficazes em 68 tentados, 86 acções com a bola, oito duelos conquistados, excepcionais 17 recuperações de posse (máximo da prova), 12 perdas de bola, nove acções defensivas e três faltas. Por tudo isto, foi o MVP com um rating de 9.1.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do PSV
Tillman 6.8
Bom jogo do norte-americano com dois passes para remate, sete passes progressivos, 70 acções com a bola, 15 duelos vencidos (novo máximo da prova), dez recuperações de posse, dez acções defensivas e cinco faltas sofridas.
Boscagli 6.5
Ajudou a “secar” Gyökeres. Realce para os 11 passes progressivos que realizou, 96 acções com a bola (recorde), três recuperações de posse e dez perdas.
Destaques do Sporting
Franco Israel 6.5
Fundamental. Destacou-se nos momentos certos com cinco defesas, todas a remates na sua grande área.
Morita 6.3
Acumulou um passe para remate, quatro passes progressivos, nove duelos conquistados em 16 tentados, cinco recuperações de posse, sete perdas e oito acções defensivas.
Eduardo Quaresma 6.2
Escorregou no momento errado, mas ajudou a equipa a reerguer-se com 11 acções defensivas, nove duelos vencidos e quatro passes de risco desperdiçados.
Trincão 5.5
Melhorou na etapa final. Sai de cena com um remate, três duelos conquistados em nove, apenas um drible eficaz em cinco, três conduções progressivas e 11 perdas de bola.
Daniel Bragança 5.4
Revolucionou o jogo da equipa, imprimiu novas dinâmicas na zona central e foi determinante com um golo no único remate que fez. Gizou 12 passes eficazes em 15, recebeu três passes progressivos, somou 22 acções com a bola, três na área contrária, venceu quatro duelos em sete, fez duas recuperações de posse, teve cinco perdas e sofreu três faltas.
Diomande 5.3
Estava a ser um dos melhores quando saiu por lesão. Acertou dez passes em 12, carimbou 15 acções com a bola, venceu os três duelos que protagonizou e foram três as acções defensivas.
Geny Catamo 5.2
Não foi feliz numa zona mais adiantada com apenas um passe para remate, um passe de risco, dois dribles eficazes em cinco e dez duelos vencidos em 17 realizados.
Viktor Gyökeres 5.1
Esteve longe do nível habitual. Bem marcado, fez apenas um remate, criou uma ocasião flagrante, recebeu 18 passes progressivos, venceu apenas sete em 20 duelos, foram quatro as acções no interior da área contrária, perdeu a bola em 16 oportunidades, consentiu quatro desarmes e sofreu três faltas.
Debast 4.3
Tem culpas no lance do golo. Totalizou cinco passe de risco falhados, nove recuperações de posse, nove perdas da posse, sendo que quatro foram no terço defensivo e atingiu as cinco acções defensivas.
Gonçalo Inácio 4.2
Obteve a pior nota da noite com o máximo negativo de oito passe de risco falhados, seis duelos vencidos em 11, cinco recuperações de posse, 11 perdas e cinco acções defensivas. Ganhou três de seis duelos aéreos defensivos, mas cometeu um erro que originou um remate.