Sporting 🆚 Arouca | Gyökeres e Morita rugem alto em Alvalade

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OSporting teve de suar para levar de vencida o Arouca na partida que fechou as contas da oitava jornada do campeonato. O jogo parecia controlado quando Gyökeres inaugurou o marcador, mas ainda na primeira parte Diomande foi expulso e o Arouca reagiu na etapa final. Mujica empatou e, mesmo reduzido a dez elementos, Morita surgiu no coração da área para confirmar o sétimo triunfo dos líderes da prova. A três minutos dos 90, Rafael Fernandes também foi expulso. Os “verdes-e-brancos” marcaram em todos os encontros que realizaram esta temporada, por sua vez o Arouca apenas venceu um dos últimos nove em que participou.

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Segunda parte intensa no reino leonino

Desde cedo que o Sporting foi em busca do golo, tinha mais posse de bola, acercava-se do último reduto dos arouquenses, mas tinha dificuldades em ultrapassar o denso bloco defensivo do opositor – fechado num 1x5x4x1 que reduzia a margem de manobra leonina.

Até que, ao minuto 31, Marcus Edwards encontrou a fórmula certa e Gyökeres finalizou a preceito, naquele que foi o sexto golo do sueco na prova, ele que marca há três jogos consecutivos.

Remetido à defesa, o Arouca não conseguia ligar os sectores, Edwards quase voltou a oferecer um golo, mas desta feita nem Inácio, nem Coates e nem Diomande conseguiram desviar. No período de maior ascendente – mais reactivo sem a bola e mais veloz na circulação da posse -, um duro golpe para o emblema leonino: Diomande foi admoestado com o segundo amarelo – lance com Trezza – e deixou os anfitriões em inferioridade numérica (42′). Instantes depois, Mujica testou pela primeira vez os reflexos de Ádan. Ao descanso, Gyökeres, o suspeito do costume, era a unidade em destaque no encontro, fruto de um remate certeiro, 11 passes certos em outros tantos feitos, seis acções com a bola na área contrária, quatro duelos vencidos e um GoalPoint Rating de 7.2

Sem nada a perder, Daniel Ramos mexeu no “xadrez” ao intervalo, promoveu as entradas de Jason e de Pedro Santos que trouxeram novas ideias, rapidez e uma nova tracção atacante para os nortenhos. Não tardou muito até que Mujica empatasse o encontro, finalizando um excelente cruzamento do compatriota Jason.

Já após ter abdicado de Edwards em detrimento de Matheus Reis, Rúben Amorim voltou a mexer na linha mais recuada – Eduardo Quaresma e Geny Catamo substituíram Nuno Santos e Ricardo Esgaio –, tentando estancar as investidas arouquenses e reorganizar a equipa. Os “leões” ganharam novas garras e foi num raide de “Pote” pela esquerda que Morita atirou a contar. O Arouca voltou à carga, Adán mostrou-se sempre atento, Catamo quase ampliava a vantagem, mas De Arruabarrena voou e fez uma grande defesa.

Num período louco, Rafael Fernandes travou Gyökeres em falta e deixou ambos os conjuntos reduzidos a dez elementos. Nos descontos, os de Alvalade aguentaram a magra vantagem e conseguiram manter-se na liderança do campeonato, por sua vez os visitantes carimbaram a quarta derrota consecutiva na prova e não vencem há sete partidas.

[ Mesmo com a reacção arouquense, o Sporting esteve sempre mais subido no terreno ]

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MVP GoalPoint: Viktor Gyökeres 👑

O sueco é a locomotiva que guia o Sporting neste início de época. Na noite deste domingo, Viktor Gyökeres voltou a estar em foco e foi determinante. Marcou no único remate que fez, demonstrando faro para o golo – já leva seis na competição -, e na segunda parte trabalhou de forma incansável, levando a plateia de Alvalade ao rubro. Além do “tento” inaugural, contabilizou 18 passes progressivos recebidos, nove acções com a bola na área contrária, levou a melhor em 14 duelos (máximo na noite), perdeu dez, sofreu seis faltas – duas das quais resultaram em cartões para os adversários – e levou a melhor nos quatro duelos aéreos ofensivos em que interveio. Por tudo isto, foi o MVP com um excelente GoalPoint Rating de 7.6

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Adán 6.8

Não foi feliz em Faro, mas voltou às boas exibições e mostrou-se seguro no período de maior volume atacante do Arouca, terminando o jogo com quatro defesas, alguma delas decisivas.

Morita 6.6

O “box to box” de Amorim subiu para o ataque e, qual ponta-de-lança, concluiu o centro de “Pote”. Golo decisivo que segurou a liderança da equipa. O japonês realizou um jogo seguro com realce para cinco duelos vencidos, dois perdidos, três recuperações de posse, sete perdas e três acções defensivas. 

Pedro Gonçalves 6.5

O ponto alto foi a assistência para o tento de Morita. Sempre ligado à corrente, orquestrou dois remates, quatro passes para remate, recebeu sete passes progressivos e sofreu três faltas. A rever: as 19 vezes em que perdeu a posse da bola (máximo negativo) e os três desarmes sofridos.

Coates 6.0

Não esteve bem na fotografia no lance do golo de Mujica, naquela que foi a maior falha do uruguaio. Em sentido contrário, liderou a defesa com quatro acções defensivas e nove recuperações de posse.

Ricardo Esgaio 5.8

No reencontro com o irmão Tiago, acabou por ser sacrificado logo após o empate. Exibiu-se num bom plano com dois passes para remate, quatro cruzamentos (três eficazes), seis passes progressivos e duas acções defensivas. Esteve menos bem nas perdas da posse registadas e nos quatro duelos que perdeu.

Geny Catamo 5.6

Entrou com a missão de dar outra amplitude ao flanco direito e acabou por ser bem-sucedido. Ia marcando um golo de antologia aos 85 minutos. Falhou apenas um passe em 11 tentados (eficácia de 91%), chegou às 22 acções com a bola (três na área contrária), duas recuperações de posse e quatro perdas.

Gonçalo Inácio 5.6

Algumas dificuldades no período mais perigoso do Arouca – dois passes de risco -, mas sai com um saldo positivo: dois remates, sete passes falhados em 76 feitos (91% eficaz), oito passes longos certos em 12 e oito passes progressivos num total de 96 acções com a bola e ainda oito acções defensivas. 

Morten Hjulmand 5.3

Foi certinho, mas não deslumbrou. Seguríssimo com a bola nos pés – um passe falhado em 44 feitos (93% eficaz) -, acumulou três recuperações de posse e quatro perdas.

Marcus Edwards 5.2

Assistiu para o golo inaugural e perto do intervalo quase repetia a dose. Estava em bom nível, mas acabou por ficar fora de cena ao intervalo por questões estratégicas. O inglês realizou três centros, 30 acções com a bola, venceu apenas um duelo, perdeu oito e foi feliz em apenas um dos três dribles que arriscou.

Diomande 4.6

Ia comprometendo logo no início, valendo um corte atento de Coates. A expulsão penalizou-lhe a nota final. Até esse momento tinha falhado apenas um passe em 56 (96% de eficácia), fez três recuperações de posse, três perdas e uma acção defensiva.

Destaques do Arouca

Morlaye Sylla 6.9

Foi o pêndulo do Arouca, muito sóbrio em campo, destacou-se com cinco passes para remate (máximo no duelo), uma eficácia de 94% nos passes (três falhados em 50), seis passes progressivos, duas conduções progressivas e cinco acções defensivas.

Rafa Mujica 6.0

O espanhol não marcava há seis jogos, mas voltou a fazê-lo, finalizando de forma certeira. Não se ficou por aqui e atingiu a marca dos quatro remates, dez passes progressivos recebidos, venceu três duelos, perdeu sete, acumulou quatro recuperações de posse e nove perdas.

Jason 5.7

Entrou ao intervalo e saiu lesionado aos 80 minutos. Neste período, foi um dos melhores em campo e dinamizou o ataque visitante com uma assistência, três passes progressivos recebidos e duas conduções progressivas.  

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.