Sporting 🆚 Santa Clara | “Black Saturday” açoriano em Alvalade

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Pprimeiros pontos perdidos pelo Sporting na Primeira Liga, primeira derrota na prova e logo em casa. Após a goleada sofrida em Alvalade ante o Arsenal na Liga dos Campeões, a formação leonina saiu derrotada por 1-0 pelo Santa Clara. De nada valeu a grande superioridade dos lisboetas ao longo de todo o encontro, pois a solidez defensiva da equipa não foi acompanhada por criatividade, movimentação e alegria no ataque. O Sporting surgiu nervoso, sem ânimo e os açorianos aproveitaram para marcar no único remate que realizaram na primeira parte. O Santa Clara é quarto classificado.

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“Leão” sem alegria

Vida difícil para o Sporting na primeira parte. Os “leões” dominaram por completo, com muita bola (73% de posse), mas tentavam fazer tudo muito depressa, com coração, com pouca clarividência, o que ia ajudando o Santa Clara a resolver os problemas junto da sua área. Dos 11 remates leoninos, só um foi enquadrado, enquanto do lado dos açorianos, o seu único disparo, uma “bomba” de Vinícius Lopes, deu em golo e vantagem forasteira.

A superioridade sportinguista continuou a ser total no segundo tempo, com muita bola e competência a evitar as transições visitantes, mas na frente a mobilidade era pouca, as combinações e lances de desequilíbrio não aconteciam, e Gyökeres e Harder jogavam muito lado a lado na frente, sem criarem movimentos de ruptura. Gyökeres falhou, de cabeça, aos 69 minutos, um golo cantado, o árbitro chegou a assinalar penálti sobre Maxi Araújo, mas reverteu, Daniel Borges perdeu o 2-0 de forma incrível e o Sporting somou a segunda derrota consecutiva, a primeira na Liga 24/25.

[ O Sporting “acampou” no meio-campo contrário ]

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O Jogo em 5 Factos

1. Desinspiração leonina

O ataque do Sporting apareceu estático, sem ideias e alegria, mas também sem inspiração. O exemplo mais claro dessa realidade foi o golo que Gyökeres falhou aos 69 minutos, num golpe de cabeça. A ocasião flagrante desperdiçada pelo sueco tinha uma possibilidade de sucesso de 61% (xG).

[ O lance falhado por Gyökeres ]

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2. Muitos cruzamentos ineficazes

Perante o recuo do Santa Clara e com dois avançados na frente (Gyökeres e Harder), o Sporting apostou claramente nos cruzamentos de bola corrida, igualando o seu máximo da época (21). O pior foi que apenas teve eficácia em três deles, todos por Geny Catamo (em nove).

3. Muita entrada na área

O Sporting pressionou muito e conseguiu entrar muitas vezes na área açoriana, registando relevantes 44 acções com bola naquela zona do terreno. O Santa Clara só conseguiu cinco.

4. “Leão” bem melhor nos duelos

Não foi por falta de esforço que o Sporting não venceu. Os jogadores leoninos ganharam 71 duelos individuais (contra 56 dos visitantes), o seu registo mais alto da época na Liga e bem acima da média de cerca de 56 por desafio. 

5. Impenetrável muro açoriano

Até esta jornada, o Santa Clara registava uma média de 1,7 bloqueios de remate por jogo. Perante os muitos remates leoninos, os açorianos duplicaram o seu máximo destes lances, dos anteriores quatro para oito.

MVP GoalPoint: Gabriel Batista 👑

A superioridade leonina fica patente também no muito trabalho que o guarda-redes do Santa Clara teve. Gabriel Batista foi o melhor em campo, pois segurou a sua baliza inviolada com quatro defesas, todas a remates na sua grande área e evitou 0,5 golos (defesas – xSaves).

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Geny Catamo 6.9

O mais enérgico e esclarecido jogador dos “leões”. O ala somou três passes para finalização e destacou-se, mais do que todos os outros jogadores, no cruzamento, com nove realizados e três eficazes. Completou ainda três de quatro tentativas de drible, ganhou dez de 13 duelos, somou cinco conduções progressivas (fixou novo máximo de toda a Liga de metros de progressão em condução, com 300), sofreu quatro faltas (máximo) e arrancou dois cartões amarelos a adversários.

Francisco Trincão 6.4

Durante muito tempo Trincão foi dos mais desequilibradores do encontro. Em 22 duelos ganhou 13, completou cinco de nove tentativas de drible (máximos), falhou apenas dois de 26 passes, sofreu três faltas e arrancou dois amarelos e ainda ajudou defensivamente com quatro desarmes e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário. Pecou com três desarmes sofridos.

Zeno Debast 6.3

O belga esteve muito sólido. Além de ter registado os valores mais altos de recuperações de posse (8) e intercepções (2), ganhou três dos cinco duelos aéreos defensivos que disputou.

Maxi Araújo 6.3

O uruguaio entrou ao intervalo e mexeu com o jogo. Além de uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização, foi a tempo de registar o segundo valor mais alto de acções com bola na área contrária (5).

Matheus Reis 6.1

O brasileiro esteve perfeito no passe, completando todos os 66 que realizou. Apesar de ter sido central, acumulou três remates.

Hjulmand 5.8

O capitão esteve bem, como quase sempre, mas acabou por sair sensivelmente a meio da segunda parte, pois o Sporting precisava de atacar e o Santa Clara não era ameaça suficiente para manter o dinamarquês em campo. Hjulmand Acertou 92% dos 79 passes, todos os cinco longos e assinou 90 acções com bola.

Daniel Bragança 5.8

O médio viu-se perante uma muralha defensiva e sentiu dificuldades para aplicar o seu passe decisivo. Terminou com três remates, 72 passes certos em 74, fez nove passes progressivos e 91 acções com bola, ambos máximos.

Viktor Gyökeres 5.3

O sueco ainda não surgiu ao seu nível desde a saída de Amorim. Muito lutador, procurou poucas vezes as alas e as costas da defesa contrária, mantendo-se algo estático e, na ocasião flagrante de que dispôs, falhou de forma incrível um lance com 0,6 Golos Esperados (xG). Ainda assim foi o mais rematador, com cinco disparos (só um enquadrado), recebeu 16 passes progressivos (máximo) e acumulou dez acções com bola na área contrária (valor mais elevado).  

Destaques do Santa Clara

Vinícius Lopes 7.2

O homem que marcou o (grande) golo e decidiu a partida. O brasileiro lutou imenso, criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, somou quatro conduções progressivas e quatro desarmes, mas pecou nas perdas de posse no terço defensivo (4), na pouca eficácia no drible (nenhum completo em cinco tentados) e nos duelos aéreos ofensivos (ganhou apenas um de cinco).

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.