S em dificuldades, frente a um Tirsense que já fez história nesta edição da Taça de Portugal, o Benfica goleou o conjunto do quarto escalão por 5-0 em Barcelos e tem praticamente garantido um lugar na final do Jamor. Um autogolo abriu caminho ao triunfo, com o jovem João Rego – uma das muitas novidades do lado “encarnado” – a estrear-se a marcar pela equipa principal das “águias”, ainda antes do intervalo. Depois, na segunda parte, do banco saltaram Prestianni e Arthur Cabral, que elevaram a contagem, antes de o argentino assistir Schjelderup para a mão cheia de golos.



Domínio esperado, goleada natural
Apesar de uma (seriam três nos primeiros 45 minutos) investida do Tirsense na grande área do Benfica logo aos cinco minutos, o jogo foi, como seria de esperar, de total domínio das águias (69% de posse de bola e 15 acções na grande área contrária no primeiro tempo). O 1-0 nasceu de um cruzamento de Dahl pela esquerda e foi também da esquerda que nasceu o segundo, com Schjelderup a cruzar para João Rego marcar, num dos sete remates do Benfica no primeiro tempo (quatro dos quais enquadrados).
A goleada consumou-se, com naturalidade, na segunda parte. O Tirsense ainda fez mais dois remates, ambos desenquadrados, mas foi acusando o passar dos minutos e a fadiga que daí derivou. Com outras armas, o Benfica fez entrar os homens que iriam ser preponderantes para o avolumar do resultado. Prestianni marcou um (em nova assistência de Schjelderup) e deu outro a marcar (retribuindo a gentileza ao norueguês), e Arthur Cabral também facturou pelo meio, com as “águias” a terminarem o encontro com um total de 32 acções na grande área do Tirsense.
[ Benfica sempre por cima no jogo ]

[ A análise de Bruno Francisco à vitória do Benfica ]
O Jogo em 5 Factos
1. Águia forte no drible
O Benfica apostou no drible para ultrapassar a defesa do Tirsense e foi bem-sucedido: ao todo, os jogadores “encarnados” tentaram o drible por 21 ocasiões e tiveram êxito em mais de metade (12).
2. Eficácia no passe
O Benfica teve muito tempo de posse de bola (64%) e mostrou segurança no capítulo do passe, errando apenas 63 dos 583 que tentou ao longo do encontro. Uma eficácia acima dos 88%.
3. Benfica defendeu alto
O Benfica não deu muita margem de manobra ao Tirsense e jogou com as linhas bastante subidas. A prová-lo, as 15 acções defensivas que totalizou no meio-campo adversário, com foco no lado direito.

4. Cruzamentos pouco eficazes
Apesar de o segundo golo até ter resultado de um cruzamento para a área, aproveitado por João Rego para fazer o gosto ao pé, esse foi apenas um dos quatro cruzamentos das “águias” que encontraram o destino pretendido em 18 tentados.

5. Tirsense até equilibrou nos duelos
A superioridade do Benfica foi notória em praticamente todos os aspectos do encontro e também o foi nos duelos. Ainda assim, esse foi um capítulo em que o Tirsense deu luta, vencendo 53, contra 66 das “águias”.
MVP GoalPoint: Andreas Schjelderup 
O norueguês voltou à titularidade e deu muitas dores de cabeça ao lado direito da defesa do Tirsense. Marcou um golo, fez duas assistências e foi bem-sucedido em três dos cinco dribles que tentou, além de ter ainda totalizado oito acções na grande área adversária e terminado o encontro com quatro passes para remate.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Tirsense
Júnior Franco 5.0
O médio-defensivo de 30 anos do conjunto de Santo Tirso foi um dos jogadores que mais bolas recuperou no encontro (5), somando três intercepções num total de seis acções defensivas, e foi o jogador do Tirsense com maior eficácia no passe (94%).
Jorge Silva 4.8
O filho do antigo defesa campeão pelo Boavista com o mesmo nome e irmão do avançado internacional português Fábio Silva destacou-se no centro da defesa do Tirsense e foi o jogador com mais acções defensivas no encontro (13), com destaque para oito alívios (igualmente um máximo do jogo).
Destaques do Benfica
Gianluca Prestianni 8.4
Jogou pela primeira vez desde Fevereiro e 26 minutos em campo chegaram para mostrar o que vale, com um golo e uma assistência. Ganhou quatro dos cinco duelos que travou e ainda somou cinco acções defensivas.

António Silva 6.9
Envergou a braçadeira de capitão e, na ausência de Otamendi, foi ele o “patrão” da defesa “encarnada”. Ganhou todos os duelos aéreos defensivos que travou (4) e foi quem mais metros progrediu em condução de bola (385)… de longe.
João Rego 6.5
O jovem médio estreou-se a marcar pela equipa principal do Benfica, num dos dois remates que fez na direcção do alvo, e foi o jogador das “águias” que mais duelos travou (16, levando a melhor em sete). Foi quem mais bolas recuperou do lado dos “encarnados” (5), mas foi também um dos que mais bolas perdeu (15).
Andrea Belotti 6.2
O avançado italiano jogou pela primeira vez 90 minutos desde que chegou à Luz e destacou-se pelos nove passes progressivos recebidos, mas ficou-se por apenas um remate (e desenquadrado), fazendo também um passe para remate.
Leandro Barreiro 6.2
Um dos jogadores que mais passes fez (75), com uma eficácia de 90%. Ganhou sete duelos em 12 e recuperou cinco vezes a posse de bola, mas perdeu-a o dobro das vezes.
Tiago Gouveia 6.2
Regressou à primeira equipa depois de longa lesão, esteve 26 minutos em campo, fez uma assistência, somando ainda três acções defensivas no meio-campo contrário. Só perdeu um dos duelos que travou no período em que esteve em campo.
Adrian Bajrami 6.0
O central albanês foi pela primeira vez titular e foi o jogador com mais acções no encontro (99), falhando apenas seis passes. Contudo, perdeu três dos cinco duelos aéreos defensivos que disputou.