Viktor Gyökeres terminou a primeira volta da Liga 24/25 com o melhor GoalPoint Rating consolidado para surpresa… de zero pessoas. Mas para lá do óbvio existem vários pormenores de desempenho que ainda assim são capazes de surpreender todos os que já esperavam esta eleição e todos eles apontam num só caminho: dificilmente veremos passar por cá tamanho “bicho”, no dia em que a “bestä” sueca inevitavelmente partir rumo a outros níveis de exigência, um destino que a sua carreira sui-generis ameaçou mas que Alvalade corrigiu. Partimos então à descoberta desses pormenores, recorrendo aos “gyotesouros” recolhidos pelo nosso Antunes.
[ Percebeu-se desde cedo que esta ia ser uma eleição tudo menos polémica ]
Sempre a somar… com ou sem Amorim
A primeira volta leonina foi bem mais instável do que há um ano, por motivos por todos conhecidos, cujas raízes chegam inclusive a uma ocasião flagrante fatidicamente desperdiçada por Diogo Dalot, ao serviço do United. No entanto, as convulsões no banco leonino não impediram Gyökeres de fechar a primeira volta da Liga ainda melhor do que a iniciou, com um hat-trick em Guimarães (Viktor abriu a sua Liga com um golo e uma assistência, frente ao Rio Ave).
[ Vídeo: o primeiro golo de Gyökeres na Liga 24/25. O sueco leva 21 ]
O “GyoBICHO” apenas ficou em branco em cinco das 17 jornadas (disputou todas) e apenas terminou quatro sem qualquer acção para golo, três delas sob o comando de João Pereira, uma com Rúben Amorim. A chegada de Rui Borges parece ter devolvido rapidamente o sueco à sua faceta super-influente, com acções para golo nas duas jornadas disputadas, num total de quatro, e em duelos de exigência máxima (Benfica e Vitória). As “promessas” de um Gyökeres em quebra com a saída de Amorim não se confirmaram pois mesmo na fase João Pereira, onde teve de facto menos bolas para golo do que é habitual, aproveitou para se mostrar muito produtivo na criação, justificando alguns números que aqui vamos partilhar, algo surpreendentes num “mero avançado-centro”.
Pelo caminho somou um “poker”, dois hat-tricks e outros tantos bis e assistências, e isto só na prova que fundamenta esta eleição pois o “GyoMONSTRO” leva 32 golos e seis assistências em 30 partidas pelo Sporting, em todas as competições.
[ Os dois “ratings perfeitos” já somados pelo bicho “Gyökeres” na Liga em curso ]
Um GyoBICHO, em cinco detalhes “monstruosos”
Será que nada mais te pode surpreender no desempenho de Gyökeres? Veremos, talvez os seus números, comparados com os simples “mortais” que com ele competem, te convençam que há sempre algo mais de incrível a descobrir no sueco. Ora aqui vão cinco deles.
1. Mais 100 acções na área que… Pavlidis
Viktor Gyökeres somou 183 acções na área nos 1513 minutos que disputou. Até aqui isto nada nos diz até te dizermos que… o segundo cidadão que somou mais acções “onde interessa” chama-se Pavlidis, joga no Benfica e se ficou pelas 100, não valendo sequer a pena aprofundar o que cada um deles fez com toda essa presença na área “inimiga”. Mas a verdade é que este fosso não é só mérito do sueco, passando muito também pela qualidade e frequência com que os “leões” que o servem o conseguem servir, na profundidade ou nem por isso, sem par em qualquer outra equipa da Liga. Para lá de suplantar Pavlidis com tamanho “fosso”, Gyökeres suplantou… -se a si próprio, com mais 28 acções que na primeira volta 23/24, facto que não é justificado apenas pelos 83 minutos a mais que jogou na Liga em curso.
[ O mapa das 704 acções do sueco na Liga, 183 delas na área adversária ]
2. Mais 108 passes progressivos recebidos que… Di María
O muito influente e solicitado Ángel Di María fechou a primeira volta com 141 passes progressivos (os que reduzem a distância para a baliza contrária em 25% ou mais). Ninguém se colocou em melhor posição para receber estes passes do que o argentino a não ser… o inevitável Gyökeres e logo com 249, mais um “fosso” monstruoso a separar Viktor dos comuns mortais. A diferença podia ainda ter sido mais estratosférica, não fossem as sucessivas lesões dos seus principais municiadores progressivos (Pote, Gonçalo Inácio, etc) e as consequências que essas ausências tiveram inclusive na forma de jogar do sueco pois… em 23/25 somou 263!
[ O habitual “mikado” de passes progressivos recebidos por Gyökeres, mais uma vez em número avassalador ]
4. O mais rematador mas também o mais influente em campo
Ninguém se admira que o sueco seja o mais rematador da Liga, tanto no total (76) como considerando apenas disparos enquadrados (38), mas o facto de Viktor somar mais 28 tentativas de remate do que há um ano volta a surpreender, tendo em conta as oscilações leoninas durante a época e a progressiva redução de “serviço” ao sueco, com o acumular de lesões. Ou seja, mesmo perdendo progressivamente as “entregas” de Nuno Santos, Pote e Cia, Gyökeres encontrou forma de terminar a primeira volta com mais “fogo” do que em 23/24. O avançado leonino esteve envolvido directamente em 51% dos golos, assistências e ocasiões flagrantes criadas pelo Sporting nos minutos em que esteve em campo, mesmo com supostos jogos “metido em bolsos” e “fases de quebra” referidas por analistas na TV. Impressionante, embora já não surpreendente.
[ O statscard da Liga de Gyökeres até agora, com o resumo dos seus números “animalescos” ]
3. Um goleador… que é também o terceiro mais criador
Viktor soma 21 golos na Liga, quase o dobro do que levava há um ano. Os penáltis explicam o boost mas a verdade é que dos sete golos que somou da marca, três foram conquistados por ele e os 14 restantes golos continuariam a dar-lhe não só a liderança nos marcadores como um superavit de três tentos face à época passada. Mas se a veia goleadora de Gyökeres já não surpreende ninguém, nem mesmo numa época acidentada, o mesmo já não se pode dizer do facto do nórdico ser… o terceiro jogador da Liga com mais passes para finalização de colegas, com 34 entregas, suplantado apenas por Trincão (39) e Pote (37), naquele que é um pódio que expressa na perfeição a superioridade ofensiva dos leões na época em curso.
5. No top do drible, condução, faltas ganhas… um “bicho” completo
Se os predicados de Gyökeres ficassem por aqui já seria impressionante, mas a verdade é que quanto mais o Antunes escavou, mais “Gyofactos” encontrou. O sueco caiu significativamente no número de “cavalgadas” progressivas que somou, com “apenas” 37 (na última primeira volta tinha somado 51) mas ainda assim foi o quarto “cavalo” da primeira volta, numa quebra esta sim provavelmente relacionada com as oscilações leoninas e mudanças na forma de estar em campo a partir do duplo evento sísmico leonino: a saída de Amorim e lesão de Pote, tudo a partir da 11ª jornada. Já aqueles que vêem no sueco supostas “limitações técnicas” provavelmente ficarão surpresos ao saber que Viktor terminou a primeira metade da época como quarto mais driblador (34, apenas menos quatro que há um ano). E quando o drible não sai, muitas vezes é porque o sueco sofreu falta, pois o goleador leonino acabou como o terceiro mais acossado com infracções (42, menos uma que há um ano). Agora imaginem se o Sporting tivesse um cobrador eficaz de livres directos, especialidade que até o próprio “víking” já tentou assumir (com sucesso noutras competições), à falta de alternativa.
