Portugal perdeu por 1-0 com a Dinamarca em Copenhaga na primeira mão dos quartos-de-final da Liga das Nações e, incrivelmente, o resultado foi melhor do que a exibição…A selecção da casa dominou o encontro de princípio a fim, somou ocasiões de golo e até desperdiçou uma grande penalidade, defendida por Diogo Costa, que evitou males maiores e manteve viva na eliminatória uma equipa das “quinas” que se ficou pelos dois remates na direcção do alvo, o segundo dos quais já para lá do minuto 90. Tudo para decidir domingo em Alvalade, mas Copenhaga foi para esquecer.



Tanto domínio da Dinamarca só resultou num golo…
Os primeiros 45 minutos foram de domínio quase total da Dinamarca, capaz de entrar na grande área de Portugal sem grandes problemas sempre que acelerava. Totalizou 27 acções dentro da grande área portuguesa na primeira parte e criou inúmeros lances de perigo (1,9 expected goals), incluindo uma grande penalidade. Valeu Diogo Costa, a defender esse penálti e a fazer ainda outra defesa fantástica, e Diogo Dalot a tirar em cima da linha de golo um remate de Eriksen. A posse de bola até pendeu ligeiramente para Portugal (51%), mas a equipa das “quinas” ficou-se por um remate enquadrado, de Pedro Neto, a fazer também brilhar Kasper Schmeichel na baliza da casa.
O segundo tempo começou com mais uma grande defesa de Diogo Costa. Entre os 60 e os 70 minutos Portugal conseguiu equilibrar o jogo por breves momentos, com Vitinha a rematar ligeiramente ao lado, mas depressa os dinamarqueses retomaram o domínio, com mais uma série de remates. Os lances de perigo foram-se sucedendo, com Portugal a perder muitas vezes a bola ainda no seu meio-campo, e o golo dinamarquês apareceu mesmo num desses lances, faltavam pouco mais de dez minutos para os 90. Nem aí Portugal reagiu, e só para lá dos 90 fez o seu segundo remate enquadrado no alvo durante todo o jogo.
[ mapa de passes ]
O Jogo em 5 Factos
1. Falhar nos passes de risco em zonas proibidas
Um dos grandes problemas de Portugal foram as bolas perdidas nas saídas a partir da defesa. A selecção portuguesa não só falhou 22 passes de alto risco, como perdeu por 17 vezes a bola no terço defensivo (o seu máximo na competição em ambos os casos).
2. Só dois remates no alvo
Portugal ficou-se pelos dois remates no alvo, curiosamente ambos a saírem do pé esquerdo de Pedro Neto: um aos oito minutos, outro nos descontos da segunda parte. A equipa das “quinas” ainda não tinha feito tão poucos remates na direcção do alvo nesta Liga das Nações. Em claro contraste, a Dinamarca fez nove e bateu o seu anterior máximo na prova.
3. Enorme diferença nas acções na área
A diferença é também notória no número de acções logradas por cada uma das equipas na grande área contrária. Se Portugal se ficou pelas 17 (sete na primeira parte, dez na segunda), a Dinamarca atingiu as 41, de longe o seu máximo nesta edição da competição, onde não tinham ainda ido além das 24 (ao intervalo já levavam 27…).
4. Portugal até teve mais posse de bola, mas…
Dos poucos dados estatísticos em que Portugal levou a melhor em Copenhaga foi na posse de bola (55%, contra 45% da Dinamarca). Contudo, essa posse de bola foi sempre mantida sobretudo longe da grande área dinamarquesa.
5. Dinamarqueses com máximo também nos passes progressivos
A Dinamarca tentou sempre jogar rápido e para a frente, terminando a partida com o seu máximo de passes progressivos nesta Liga das Nações (53), bem como de passes super progressivos (11). Neste capítulo, Portugal, que até fez um número total de passes superior, ficou-se pelos 24 progressivos e pelos três super progressivos.
MVP GoalPoint: Jannik Vestergaard 
O defesa do Leicester não só foi o jogador dinamarquês com mais acções defensivas (13), entre as quais quatro intercepções e oito alívios (ambos máximos do encontro), como se destacou no capítulo do passe, com uma eficácia de 95%, incluindo oito passes longos acertados em oito tentados e 12 passes progressivos. Criou ainda uma ocasião flagrante de golo para a sua equipa.

Outros Ratings 🔺🔻
Destaques da Dinamarca
Gustav Isaksen 7.0
Cinco remates, três dos quais no alvo e uma enorme disponibilidade para se desmarcar e acorrer aos passes dos colegas, com 11 passes progressivos recebidos. Totalizou ainda sete acções na grande área de Portugal e completou três dribles (máximo do jogo) em sete tentados.
Joachim Andersen 6.7
Dez acções defensivas, entre elas oito alívios. Só falhou três passes, recuperou três bolas e ganhou o único duelo que travou.
Destaques do Portugal
Diogo Costa 7.7
O grande responsável por Portugal ter saído de Copenhaga com uma derrota pela margem mínima. Um total de sete defesas, três das quais a remates de dentro da área, incluindo uma grande penalidade defendida, e um registo de 2,1 golos evitados.
Renato Veiga 5.9
Titular no centro da defesa (substituído aos 73 minutos por Gonçalo Inácio), foi o jogador com mais acções defensivas no encontro (14), destacando-se com seis alívios e cinco desarmes (ambos máximos do jogo). Ganhou seis dos oito duelos que travou, mas foi ele a cometer a grande penalidade que Diogo Costa viria a defender.
Diogo Dalot 5.9
Saiu aos 63 minutos, já depois de fazer um corte e um desarme providenciais, mas só levou a melhor num dos sete duelos em que esteve envolvido enquanto esteve em campo.
Nuno Mendes 5.8
O lateral do outro lado esteve bem mais forte nos duelos, ganhando sete em 12. Terminou o encontro com cinco desarmes e foi o jogador com mais conduções progressivas na partida (cinco), mas foi também o jogador que mais vezes perdeu a bola (16).
João Neves 5.6
Só falhou dois passes em 55 tentados, mas sem arriscar muito (apenas um passe progressivo). Travou cinco duelos, ganhou dois e saiu de campo com seis acções defensivas, mas só uma no meio-campo ofensivo.
Pedro Neto 5.3
Autor dos dois únicos remates de Portugal no alvo, tentou cinco cruzamentos, mas apenas um levou o destino desejado e só ganhou um duelo em cinco, perdendo dez vezes a bola.
Rafael Leão 5.3
Desequilibrou com dois dribles completados em cinco tentados e com dois cruzamentos acertados em quatro, mas somou apenas duas acções na grande área dinamarquesa e dez bolas perdidas.