Arouca 🆚 Benfica | Rafa Silva, o Ás do triunfo encarnado

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NA casa dos “lobos”, quem mais ordenou foram as “águias”. A equipa de Roger Schmidt superou um teste complicado perante um Arouca personalizado, arrojado e que criou diversas jogadas de perigo junto à baliza defendida por Trubin. O Benfica soube gerir melhor o ritmo da partida e acabou por ser mais eficaz nos momentos que definiram o rumo das incidências. Rafa – teve dois golos anulados – foi o Ás com um “tiro” certeiro e uma assistência que Kökçü finalizou, e Musa também marcou do duelo desta 16.ª jornada, que decorreu neste sábado.

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“Águias” mais matreiras do que “lobos” atrevidos

À terceira foi de vez. Aos 14 e 30 minutos, Rafa ainda começou a festa, mas ambos os lances foram anulados, o filme teve outro desfecho ao minuto 39, altura em que o avançado português deu a melhor sequência a um passe açucarado de Di María e abriu a contagem.

O Arouca não se deixou abalar e quase empatou, primeiro quando Kökçü perdeu a bola em zona de perigo e Trubin salvou-lhe a pele. Na sequência, Cristo atirou por cima e, já no período de descontos, Mujica ainda colocou a bola no interior da baliza, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo.

Já antes do tento sofrido, o emblema da casa tinha deixado os “encarnados” em sobressalto numa “bomba” de Milovanov e num remate de Mujica – erro crasso de Otamendi – que saiu um pouco ao lado.

Ao descanso, Rafa era quem mais ordenava, com um GoalPoint Rating de 6.6, fruto de dois remates, um golo, duas acções na área contrária e três passes progressivos recebidos.

Foi logo a abrir a etapa final que o Benfica ampliou o “score”, com Rafa a assistir Orkun Kökçü. Apesar da vantagem “encarnada”, os arouquenses, pressionantes, nunca deixaram a equipa forasteira confortável, insistiram, persistiram e visaram o reduto de Trubin em diversas ocasiões. As “águias” ripostavam, deixando a partida muito viva e equilibrada, até que surgiu o inevitável Musa, lançado aos 72 minutos. O croata “matou” as esperanças do Arouca com uma grande finalização, naquele que foi o seu sexto golo esta época, o quinto na Liga.

Esta é a primeira derrota dos “lobos” desde que Daniel Sousa assumiu o leme da equipa, pois nos cinco jogos anteriores em todas as provas tinham somado três vitórias e dois empates. Por sua vez, o Benfica, que não sofre desaires há dez partidas, volta a encostar-se ao líder Sporting e foge ao FC Porto.  

[ Jogo equilibrado até nos posicionamentos médios… menos nos golos ]

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MVP GoalPoint: Rafa Silva 👑

Após um período menos fulgurante, Rafa voltou a recuperar a forma com que se apresentou nos primeiros jogos desta temporada e está a ser crucial. Em final de contrato, o camisola 27 tem sido o pêndulo dos campeões nacionais. Nesta partida, foi responsável por três remates, um golo – dois foram anulados -, uma assistência, duas tabelas com progressão, 11 passes progressivos recebidos (recorde no jogo), seis acções com a bola na área do Arouca (outro máximo) e, para quem diz que não defende, ajudou a equipa com cinco acções defensivas, quatro das quais decorreram no meio-campo contrário. Por tudo isto, foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.9.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Arouca

Nino Galović 6.7

Foi a melhor unidade do Arouca, contabilizando 13 acções defensivas, entre as quais cinco intercepções e sete alívios.

David Simão 5.7

Pautou o jogo do Arouca com um remate, 12 passes progressivos, 15 passes falhados em 82 (82% de eficácia) e 104 acções com a bola, um máximo no duelo. Foi o jogador que mais passes recebeu no encontro (62).

Rafa Mujica 5.1

Muito em foco no duelo, acabou por ser perdulário com três remates, um oportunidade flagrante desperdiçada e três acções com a bola na área do Benfica.

Destaques do Benfica

Di María 7.5

De regresso ao “onze”, o argentino fez um bom jogo, muito dinâmico, soltou o talento com uma grande assistência para o golo inaugural, realizou dois remates, num dos quais ia fazendo um golaço, acertou oito dos nove passes longos que fez, carimbou 14 passes progressivos (máximo no duelo), seis super progressivos – já leva 25 no campeonato -, ganhou sete duelos, perdeu cinco e foi eficaz em três dos cinco dribles tentados.

Orkun Kökçü 6.7

Teve algumas dificuldades no período de maior aperto do Arouca, mas subiu de nível na parte final. Sai de cena com um golo, o segundo na Liga, uma assistência num período em que já actuava sobre o lado esquerdo, falhou 16 passes, metade de risco, venceu sete duelos, perdeu cinco, registou 11 recuperações de posse, 23 perdas (máximo negativo) e cinco acções defensivas.

João Neves 6.4

Mais comprometido com as missões defensivas, libertou Kökçü e contabilizou sete duelos vencidos, cinco perdidos, 12 recuperações de posse, dez perdas e cinco acções defensivas.

Arthur Cabral 6.3

Embora não tenha marcado, realizou uma boa partida, demonstrou um bom entendimento com Rafa, movimentou-se por toda a linha de ataque, acabando por fazer um remate, dois passes para finalização, 26 acções com a bola, venceu seis duelos, perdeu nove e sofreu três desarmes.

Musa 6.1

O “suplente” de luxo que não precisa de muitos minutos sempre que sai do banco para facturar. Entrou aos 72 e marcou aos 85. Realizou dois remates, 15 acções com a bola e dois passes desperdiçados em dez feitos.

Morato 5.9

Não dá ao flanco esquerdo a profundidade que Grimaldo dava, mas não compromete e amiúde surge no ataque. O brasileiro protagonizou dois remates, nove passes falhados em 34 (79% de eficácia), sete duelos ganhos, seis perdidos, sete recuperações de posse, 17 perdas e sete acções defensivas.

Aursnes 5.7

Falhou seis passes de risco, carimbou três progressivos, venceu seis duelos, perdeu três, recuperou a posse em sete ocasiões, perdeu-a em 15 e foram seis as acções defensivas.

Otamendi 5.6

Ia comprometendo com um passe mal medido – foram cinco os passes de risco falhados -, ganhou cinco duelos, perdeu quatro e obteve 13 acções defensivas.

Trubin 5.6

Foi determinante na forma como deteve o remate de Mujica à beira do intervalo, numa intervenção que evitou 0,8 golos (defesas – xSaves).

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.