Arouca 🆚 Porto | Fúria espanhola arrasa dragões

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OFC Porto vai ter pesadelos com a armada espanhola do Arouca. Mujica, Cristo e Jason arrasaram os “dragões” e embalaram os arouquenses na primeira vitória em casa diante do conjunto da Invicta. Numa partida intensa e emocionante, mas nem sempre bem jogada, a equipa de Daniel Sousa entrou literalmente a marcar, aguentou a resposta contrária, traduzida num golo de Evanilson, e foi mordaz nos contra-ataques. Francisco Conceição ainda reduziu, mas já foi tarde e os portistas deram (mais) um passo em falso na luta pelo título. À sétima tentativa, os “lobos” derrotaram pela primeira vez os portistas em casa.

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“Lobos” espanhóis arrasam dragões

Não faltou animação em Arouca. Soou o apito inicial e, instantes depois…, a equipa da casa ficou na dianteira do marcador por obra e graça do suspeito do costume, Rafa Mujica, assistido por Cristo González. Os “dragões” foram lestos na resposta e, na conversão de uma grande penalidade, Evanilson deixou tudo empatado.

O ascendente “azul-e-branco” prosseguiu, era imensa a facilidade em penetrar o bloco contrário, mas as más decisões nos momentos da definição iam bloqueando a “remontada”. Os arouquenses não atacavam muito, mas sempre que o fazia eram quase letais. Foi assim que, num contragolpe, Pedro Santos centrou, a bola resvalou em Jason e Pepe acabou por desviar com uma das mãos, falta assinada que Cristo converteu da marca dos 11 metros.

Evanilson ainda festejou, mas estava em posição irregular e, em mais uma incursão, Mujica ficou a centímetros do 3-1. Até ao intervalo, registo para a saída por lesão de Alan Varela e para a entrada de Stephen Eustaquio. Pela primeira vez esta época, a equipa de Sérgio Conceição consentiu dois golos na primeira parte de um jogo.

Ao intervalo, Cristo era o jogador com maior projecção. O espanhol tinha um golo, uma assistência, três passes para remate, três recuperações, cinco perdas e um GoalPoint Rating de 7.0.

A etapa final manteve o ritmo intenso e os lances de perigo nas duas áreas. O FC Porto rondou o empate, Francisco Conceição e Evanilson eram os mais inconformados, mas De Arruabarrena ia-se agigantando e mantendo a vantagem dos anfitriões, que sempre que ripostavam deixando Diogo Costa e companhia em sobressalto.

Cristo ameaçou, Mujica fez o mesmo, mas foi o outro elemento da armada espanhola, Jason, quem dilatou a vantagem com um golaço.

Sérgio Conceição refrescou a equipa, chamou Taremi – regressado da participação do Irão na Taça Asiática –, os portistas ainda encurtaram distâncias por intermédia de Francisco Conceição, mas já foi tarde e os visitantes terminaram o duelo reduzidos a dez elementos após a expulsão de Fábio Cardoso no período de descontos.

Com o desaire, o FC Porto – sofreu pela primeira vez na Liga três golos e já perdeu 18 pontos, mais do que os 17 que deixou cair na última temporada – fica a sete pontos do duo da frente, podendo a distância ficar em dez pontos caso o Sporting vença o Famalicão na partida que tem em atraso. Já o Arouca venceu pela primeira vez o quarto desafio consecutivo na primeira divisão e ocupa o sétimo posto da tabela com 28 pontos.

[ Porto mais subido, mas de nada lhe valeu ]

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MVP GoalPoint: Cristo González 👑

O avançado de 26 anos está a fazer uma época de sonho e, na noite desta segunda-feira, voltou a ser decisivo com mais um golo – o nono na prova e o 12.º em todas as competições – e foi um verdadeiro pesadelo para o FC Porto, tendo preenchido a folha de serviços com dois remates, uma assistência, num total de três passes para remate, 30 acções com a bola – duas na área adversária -, quatro recuperações de posse, oito perdas e duas acções defensivas. Por tudo isto, foi o MVP com um GoalPoint Rating de 6.7, e poderia ser mais, caso não tivesse desperdiçado uma ocasião flagrante.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Arouca

David Simão 6.3

Foi o pêndulo do arouquenses com uma assistência, quatro passes progressivos, três passes falhados em 19 feitos, venceu um duelo, perdeu sete, atingiu as seis recuperações de posse, oito perdas e oito acções defensivas.

Jason Remeseiro 6.2

Foi crescendo de produção com a passagem dos minutos, tendo colocado a cereja no topo da exibição com o golaço que assinou. Ao todo, foi responsável por quatro remates, 36 acções com a bola, cinco duelos ganhos, seis perdidos, quatro recuperações e sete perdas.

Rafa Mujica 6.2

Incansável, voltou a fazer mais uma grande partida, destacando-se, desta feita, com cinco remates – máximo da noite -, um golo, uma condução progressiva, três recuperações de posse, dez perdas e dois cartões conquistados.

Destaques do Porto

Evanilson 6.5

Foi a unidade em foco do lado “azul-e-branco” com três remates, um golo – o nono na prova -, 28 acções com a bola, seis das quais na área do Arouca, ganhou oito duelos, perdeu cinco, gizou três conduções progressivas, seis perdas de bola e sofreu seis faltas (máximo no duelo).

Galeno 6.5

Até aos 28 minutos, foi uma espécie de flecha com mira apontada à baliza do Arouca. Quase sempre perigoso nesta fase, carimbou três remates (dois enquadrados), três centros (um eficaz), quatro passes falhados, 44 acções com a bola – 11 das quais na área adversária – recorde esta noite -, levou a melhor em sete duelos, perdeu quatro e acumulou 11 perdas da posse, uma das quais esteve na origem do lance que desencadeou o 2-1.

Nico González 6.5

O médio esteve num bom plano com um remate, três passes para remate, acertou 36 dos 41 passes que fez (eficácia de 88%), venceu oito duelos, foi eficaz em quatro dos cinco dribles que arriscou, recuperou a bola em quatro ocasiões, perdeu-a em sete e foram cinco as acções defensivas.

Francisco Conceição 6.1

Quatro remates, um golo, dois cruzamentos (um eficaz), sete passes progressivos recebidos, cinco acções com a bola na área adversária, quatro duelos ganhos, sete perdidos, um cartão amarelo e dez perdas de bola.

Diogo Costa 6.1

Ainda tentou adiar a festa do Arouca com três defesas, duas saídas pelo ar eficazes e três passes super progressivos.

Wendell 5.9

Tentou fazer a diferença no ataque com três remates (todos desenquadrados), 89 acções com a bola, nove duelos conquistados, oito perdidos, 15 perdas da bola (máximo no jogo) e oito acções defensivas.

Taremi 5.0

Lançado em cena aos 68 minutos, acabou por não conseguir “entrar no jogo”. Contabilizou apenas três acções com a bola, uma falta sofrida e um fora-de-jogo acumulado.

Pepê 4.9

Não apareceu para desequilibrar e passou ao lado da partida. Não realizou nenhuma acção de ataque relevante, das 50 acções com a bola, duas foram na área do Arouca, ganhou seis duelos, perdeu quatro e registou 12 perdas de bola.

Fábio Cardoso 4.9

Muitas dificuldades para travar a fúria espanhola do Arouca, acabou o jogo expulso. Até esse momento, tinha acumulado cinco recuperações de bola, seis perdas, sete acções defensivas e duas faltas cometidas.

Pepe 4.4

Responsável por duas faltas, uma das quais originou a grande penalidade que “deu” o 2-1 a Cristo, dois remates, sete passes progressivos, quatro duelos vencidos, quatro perdidos e oito perdas de bola.

João Mário 4.4

Teve a pior nota do jogo. Não foi eficaz em nenhum dos quatro centros feitos, fez apenas uma recuperação de bola e perdeu a bola por 11 vezes.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.