Arouca 🆚 Sporting | Sétima final e primeiro rugido 🔟 de sempre

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OSporting é o primeiro finalista da edição desta época da Allianz Cup, na noite em que um craque somou o primeiro rating 10 “verde-e-branco” desde que há GoalPoint. Numa partida em que voltou a mostrar duas caras, os comandados de Rúben Amorim dominaram a primeira etapa, que terminou com os níveis de loucura e de emoção nos píncaros, adormeceu na etapa final, o Arouca acordou, empatou por intermédio de Oday Dabbagh e a oito minutos dos 90 Paulinho bisou. Os últimos instantes voltaram a ser emocionantes e impróprios para cardíacos, mas os “leões” alcançaram a 12.ª vitória na competição (e 7ª presença na final) e vingaram o desaire que sofreram na Liga Bwin aos pés dos nortenhos, que consentiram a primeira derrota na prova. O adversário dos actuais bicampeões da Taça da Liga vai sair do confronto entre FC Porto e Académico de Viseu.  

Emoção ao rubro na cidade do Lis

Foi uma final de primeira parte de loucos em Leiria. No período de descontos, o Arouca ainda festejou um golaço de Antony – mas o lance haveria de ser anulado pelo árbitro Fábio Veríssimo, após consulta do VAR, por mão na bola de Basso no início da jogada. O duelo prosseguiu, foi assinalado livre directo pela infracção do capitão dos arouquenses e na sequência desse lance o… Sporting inaugurou o marcador: Nuno Santos descobriu Pote, este assistiu Paulinho que carimbou o sétimo “tento” em cinco encontros nesta edição da Taça da Liga. O ambiente estava ao rubro na Cidade Lis, numa primeira parte em que assistimos a uma das melhores versões do Sporting no decurso desta temporada.

Os leões começaram a rugir bem cedo e ameaçaram o reduto contrário, alicerçados num futebol rápido, envolvente, de pressão constante, recuperação feroz da posse de bola, canalizando muitas das suas investidas pelos corredores, principalmente o esquerdo, onde envolvia sempre Matheus Reis, Nuno Santos e Pote. No lado direito, Edwards estava num “mood” on. Aos dez minutos, a equipa de Alvalade já coleccionava cinco remates (dois no alvo).

Ugarte e Morita – a diferença que faz ter dois médios de ofício, libertando Pedro Gonçalves e deixando-o a jogar mais perto da área – ajudavam a asfixiar o Arouca, que à excepção de um lance nos primeiros segundos do encontro, que acabou por ser anulada por fora-de-jogo – e já em período de descontos no golo de Antony que acabou por ser invalidado, pouco fez em termos ofensivos. A ineficácia verde ia mantendo o nulo, até que surgiu o tempo de descontos e o acerto do mal-amado Paulinho. Nuno Santos foi a unidade com melhor avaliação, fruto de dois remates (ambos enquadrados), nove passes progressivos, seis passes para finalização e um espectacular GoalPoint Rating de 8.7.

Se na etapa inicial o Arouca actuou na expectativa, remetido aos últimos 30 metros, na segunda parte, a atitude da equipa de Armando Evangelista foi diametralmente oposta, mais atrevida, subiu as linhas, foi mais agressiva a recuperar a posse e começou a ameaçar a baliza contrária com David Simão e Alan Ruiz em foco. Por isso, quando o cruzamento de trivela de Ruiz encontrou Oday Dabbagh no coração da área para o empate, o desfecho não apanhou ninguém de surpresa.

O leão bipolar, como foi apelidado por Rúben Amorim há poucas semanas, reentrou em cena, após a apatia com que começou esta parte, Esgaio assustou aos 67’, mas Thiago defendeu, depois foi Opoku a obrigar Adán a mostrar reflecos. Porro foi lançado e ficou a centímetros de marcar e dois minutos volvidos, Paulinho voltou a mostrar os dentes e bisou. Numa fase frenética, David Simão viu o empate fugir-lhe por escassos centímetros. Num último suspiro, o Arouca foi em busca da felicidade, mas o Sporting aguentou a pressão e carimbou uma vaga na final do próximo sábado.

[ O jogo leonino inclinou todo para o lado esquerdo, o de Nuno Santos (11) ]

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MVP GoalPoint: Nuno Santos 👑

O ala canhoto fez um “jogaço” e iluminou a presença leonina na final. Sempre ligado à corrente, esteve envolvido em diversas acções e protagonizou um jogo de alto calibre, como atestam os nossos dados. Autor de quatro remates (metade enquadrados), assistiu Paulinho para o tento inaugural, criou ainda mais duas ocasiões flagrantes de golo (foram três no total), chegou aos 11 passes para finalização (número que não está ao alcance de todos), criou 11 passes progressivos, três acções com a bola na área do opositor, quatro passes super progressivos e acertou metade dos seis centros que arriscou. Uma exibição perfeita que justifica a nota máxima, um excepcional e restrito GoalPoint Rating de 10.0., o primeiro de sempre de um jogador ao serviço do Sporting e muito bem entregue a um futebolista cronicamente subvalorizado por adeptos, analistas, opinadores e, pelos vistos, pelo mercado.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Arouca

Thiago 7.3

Sem culpas nos dois golos sofridos, o guardião foi o melhor do Arouca, muito graças às sete defesas que realizou e que mantiveram a meia-final disputada até ao fim.

Opoku 6.6

Tem sido um dos destaques da equipa esta temporada. Seguro no capítulo do passe – três falhados em 27 tentados (89% de eficácia), alcançou as 14 acções defensivas, entre as quais com três intercepções e nove desarmes. Ainda esteve perto de marcar aos 75′.

Dabbagh 5.8

Um remate, um golo, lutou muito, não dando descanso aos centrais leoninos. Vive um grande momento.

Destaques do Sporting

Paulinho 8.2

Oito golos em cinco jogos. O avançado adora a Taça da Liga e voltou a demonstrá-lo na noite desta terça-feira. Muito activo, foi o mais rematador em campo, com nove tentativas (sete no alvo), também liderou as acções com a bola na área, com 12, e levou a melhor nos três duelos aéreos ofensivos em que interveio. Saiu de campo com queixas.

Matheus Reis 6.3

Mais afoito na primeira parte, quando mais parecia um extremo, teve mais trabalho na fase final e fechou o jogo com quatro cruzamentos, foi o elemento com mais acções com a bola (107) e recuperou a posse em nove ocasiões.

Morita 6.3

Enquanto teve pedalada, ajudou a suster as investidas do Arouca e aventurou-se no ataque. Até sair aos 72′, rematou por três vezes, protagonizou cinco acções com a bola na área contrária, fez duas intercepções e chegou às cinco posses de bola recuperadas – perdeu sete.

Marcus Edwards 6.2

Tanto faz uma jogada com a chancela de Maradona, como ocorreu à passagem do minuto 10′, como depois “adormece” e fica sem dar sinais de vida durante longos sinais. Ainda assim, foi um dos melhores graças aos sete dribles que completou com sucesso em dez tentativas, quatro acções defensivas e sofreu quatro faltas.

Ugarte 6.0

Deixou Morita aproximar-se mais da baliza do Arouca e actuou na expectativa, guardando as costas da equipa. Destacou-se com nove acções defensivas, com ênfase para cinco desarmes e três intercepções.

Adán 5.9

Os reflexos foram testados na fase final com três defesas. No lance do golo do Arouca não conseguiu antecipar-se a Dabbagh.

Tanlongo 5.8

Em apenas 11 minutos, o reforço argentino levou a melhor em dois dos três duelos em que interveio e esteve presente em quatro acções defensivas.

Coates 5.8

O capitão fez três remates, acertou metade dos 10 passes longos que arriscou e chegou aos quatro desarmes.

Gonçalo Inácio 5.7

Suplente, entrou para actuar os últimos 29′. Recuperou a posse em cinco ocasiões, perdeu a bola sete vezes e acertou 20 dos 27 passes que arriscou (74% de eficácia).

St. Juste 4.5

Estava num plano regular, mas uma segunda parte catastrófica fez com que fosse o jogador do Sporting com pior nota. Quase perfeito no capítulo do passe – dois falhados em 61 feitos (97% de eficácia) -, venceu apenas dois duelos, levando a pior em seis, superiorizou-se apenas em dos três duelos aéreos em que participou e perdeu a posse três vezes no sector defensivo, sendo que um foi de alto risco.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.