Raphinha voltou a fazer das suas ao Benfica, marcando por duas vezes (cinco golos aos encarnados em três jogos) e Yamal assinou um golaço, de nada valendo às águias um golo de Otamendi que ainda chegou a empatar, por alguns instantes, a partida. Depois da vitória por 1-0 na Luz num jogo em que esteve muito tempo com um homem a menos e viu o Benfica dominar e desperdiçar muita oportunidades, desta feita o Barça dominou praticamente de princípio a fim, chegando ao intervalo já com o resultado feito e a eliminatória praticamente no bolso, para depois controlar com tranquilidade a segunda parte.
Barça com domínio (quase) total
Os primeiros 45 minutos foram de domínio total do Barcelona, que desde cedo criou perigo, ganhando vantagem ao minuto 11, por Raphinha, naquele que foi o seu quinto de 12 remates (metade no alvo) que fez nos primeiros 45 minutos. O Benfica, ainda assim, respondeu de pronto, marcando no único remate que fez à baliza no primeiro tempo. Golo de Otamendi na sequência de um canto. Só que o domínio quase avassalador do Barça continuou. Os catalães ganhavam a maior parte dos duelos, passavam muito tempo no junto da grande área das “águias” (15 acções na grande área do Benfica ao intervalo), mostravam uma eficácia de passe notável (91% ao intervalo) e marcaram por mais duas vezes, primeiro num grande golo de Yamal e, depois, com Rapnhinha a bisar.
Mesmo não colocando um ritmo tão intenso no segundo tempo, o Barcelona continuou por cima no jogo, apesar de o Benfica até ter visto um golo anulado a Aursnes. De Jong ameaçou o 4-1 num dos oito remates que fez nos segundos 45 minutos, todos para fora, e no quarto-de-hora final a equipa de Bruno Lage até deu um ar da sua graça, passando finalmente algum tempo com bola no meio-campo contrário e conquistando alguns pontapés de canto de forma praticamente consecutiva. Mas ocasiões flagrantes nem vê-las.
[ Barça com preponderância naquela zona central… ]
O Jogo em 5 Factos
1. Águia “fora-de-jogo”
O Benfica acabou a partida com nove foras-de-jogo, de longe o seu máximo na prova esta temporada e igualando mesmo o recorde da presente edição da temporada. Juntando os três “adiantamentos” dos jogadores do Barça (igualmente um máximo da equipa), chegamos a um total de 12 no encontro. Nenhum jogo nesta Champions tinha tido tantos até agora.
2. Poucas faltas
Curiosamente, o encontro teve tantos foras-de-jogo como faltas cometidas: 12. O Benfica fez oito, o Barcelona ainda menos (apenas quatro, o seu mínimo da época na Liga dos Campeões). Os “encarnados” também ainda não tinha sofrido tão poucas faltas na prova.
3. Barcelona bem mais forte nos duelos
A diferença foi clara entre as duas equipas no que toca a duelos, com o Barcelona a vencer mais 13, ao todo. Os catalães ganharam 65 duelos, o Benfica ficou-se pelos 48. A sua média na prova esta temporada era de 67 duelos ganhos por jogo…Também pelo ar o Barcelona foi mais forte, quer a defender (ganhou 56% dos duelos defensivos pelo ar), quer a atacar (ganhou 65% dos duelos aéreos ofensivos).
4. Eficácia de passe notável do Barça
Como é hábito, o Barcelona teve muito tempo a bola em seu poder (64% de posse) e fez quase o dobro dos passes do Benfica (626 conta 319). A eficácia de passe dos catalães? Excelentes 89,8%.
5. Catalães com máximos de conduções
Foram 16 as conduções progressivas do Barcelona, o seu novo recorde da época nesta Liga dos Campeões, e nove super progressivas, também máximo (que já tinha sido batido nos primeiros 20 minutos). Os catalães também se destacaram no drible, concluindo um total de 14.
MVP GoalPoint: Nicolás Otamendi 
Marcou o golo do Benfica, fazendo na altura o empate e reacendendo, por alguns momentos, a esperança, e foi depois o jogador com mais acções defensivas na partida, num total de 11, com destaque para quatro intercepções. Foi ainda o jogador do Benfica com mais passes progressivos (nove).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Barcelona
Lamine Yamal 7.6
Um golaço bem à sua imagem, num total de cinco remates no jogo, uma assistência e uma grande oportunidade criada. Oito acções na grande área do Benfica e cinco dribles concluídos com êxito em nove tentados, numa excelente exibição do jovem internacional espanhol, desta feita sem o compatriota Carreras para lhe fazer frente.
Raphinha 7.2
Voltou a ser um pesadelo para o Benfica: mais dois golos às “águias” em três remates, uma assistência, nove passes progressivos recebidos mas, contudo, apenas uma tentativa de drible bem-sucedida em seis tentadas.
Alejandro Balde 7.2
O lateral-esquerdo do Barcelona fez uma assistência para golo, foi o jogador que mais duelos travou na partida (17) e completou cinco dribles em oito tentados, sendo de longo o jogador que mais metros galgou com bola (234).
Destaques do Benfica
Samuel Dahl 5.8
Desta feita titular na sua posição natural de lateral-esquerdo, teve a infelicidade de levar com um Yamal inspirado pela frente, mas ainda assim acabou o encontro com sete desarmes (máximo da partida) e cinco acções defensivas no meio-campo adversário (igualmente um máximo do jogo, a par de Pedri, do Barcelona).
António Silva 5.3
O “vilão” da primeira mão jogou uma vez mais de início e totalizou dez acções defensivas, com destaque para seis alívios. Ganhou os dois duelos defensivos que travou pelo ar e dois dos quatro ofensivos que disputou.
Fredrik Aursnes 5.2
Ganhou metade dos 14 duelos que travou e foi o jogador do Benfica que mais dribles completou com sucesso (três em quatro tentados). Acabou a partida com oito acções defensivas, quatro das quais no meio-campo catalão.
Anatoliy Trubin 5.2
Sofreu três golos onde pouco podia fazer, mas respondeu com três defesas, uma delas a negar uma ocasião flagrante ao Barça.
Florentino 5.0
De volta ao meio-campo, acabou por ser o jogador do Benfica que mais passe de risco falhou (cinco), ganhando apenas seis duelos em 16 e sendo por cinco vezes ultrapassado em drible, mas compensou com seis desarmes.
Tomás Araújo 5.0
Uma vez mais lateral-direito, deixou-se ultrapassar por duas vezes em drible já no terço defensivo do terreno, ficando-se pelos quatro duelos ganhos em dez travados. Nota positiva, os três passes ou cruzamentos interceptados.
Vangelis Pavlidis 3.9
O ponta-de-lança grego, que no primeiro dos duelos com o Barça, na fase de Liga, até assinou um hat-trick, desta feita esteve muito discreto e onde se mais se viu foi a aparecer em fora-de-jogo (totalizou quatro, segundo registo mais alto da temporada na Champions). Travou 18 duelos directos com adversários, mas só levou a melhor em quatro e não concluiu nenhum dos seis dribles que tentou.
