Um resultado lógico, pelo contexto muito diferente das duas equipas e pelo que se passou no relvado do Estádio da Luz. O Benfica jogou solto, com velocidade, combinações ofensivas e criou uma grande quantidade de ocasiões para marcar, contribuindo para números pouco vistos a este nível. Os “axadrezados” nunca tiveram argumentos para contrariar o futebol benfiquista e fica a dever ao seu guarda-redes não ter saído do desafio com uma goleada histórica na bagagem.
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Desfecho natural
De sentido único. A primeira parte só deu Benfica, apesar do início morno, com o Boavista muito recuado e sem saber lidar com a velocidade dos “encarnados” nas combinações colectivas, e as oportunidades de golo foram-se acumulando, com a formação da casa a chegar ao descanso com 2,5 Golos Esperados (xG). O único golo do encontro nesta fase pertenceu a Andrea Belotti, que se estreou a marcar pelo Benfica, com o italiano a realizar cinco remates nesta fase, quatro enquadrados e um no poste (ocasião flagrante falhada). Muito bem o italiano neste primeiro período.
Contrariedade para o Boavista no arranque do segundo tempo, com Reisinho a ser expulso com vermelho directo. Tudo complicado para os “axadrezados”, que viam Tomáš Vaclík acumular defesas atrás de defesas e a tornar-se na grande figura da partida. Sensivelmente a meio do segundo tempo, os boavisteiros esboçaram uma reacção, mas ao fazerem-nos, abriram espaços e dois recém-entrados fizeram estragos. Kerem Aktürkoğlu cruzou e Vangelis Pavlidis só teve de encostar para o segundo. O jogo estava decidido, mas houve mais, com Kökçü a marcar de penálti. No final, números avassaladores a sustentarem o triunfo fácil das “águias”.
[ Só deu Benfica ]
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O Jogo em 5 Factos
1. Novo recorde de xG
Antes do penálti cobrado e convertido por Kökçü já o Benfica havia fixado um novo máximo de Golos Esperados (xG) num jogo desta Liga e, até final, conseguiu ampliar esse número para extraordinários 5,53. O problema é que marcou apenas três golos, pelo que também definiu um novo valor mais alto de ineficácia na finalização (-2,53).
2. Flagrantes igualadas
O registo acima torna natural esta variável. O Benfica construiu nove ocasiões flagrantes, igualando o valor mais alto do campeonato, que já pertencia a Sporting e Porto.
[ Das 9 flagrantes do Benfica, 3 deram golo (a amarelo) ]
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3. Muitos remates da “águia”
Nunca o Benfica havia rematado tanto num jogo deste campeonato. Ao todo foram 31, segundo valor mais alto da Liga, mas a formação da Luz conseguiu mesmo igualar o valor mais alto de remates enquadrados (14).
4. Boavista inofensivo
Os boavisteiros fizeram apenas seis remates, mas o número que mais deve preocupar Lito Vidigal é outro. Os visitantes registaram somente… duas acções com bola na área contrária, igualando o mínimo da Liga.
5. Sem oposição
A diferença de andamento entre as duas equipas fica também exposta na enorme quantidade de conduções progressivas acumuladas pelas “águias”, que fixaram o seu novo recorde. Ao todo foram 68, quando a média até este dia era de 47 por partida.
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MVP GoalPoint: Tomáš Vaclík 
O guardião checo estava sem clube há oito meses e estreou-se pelo Boavista precisamente neste jogo. Contudo, não se notou a falta de competição. Tomáš Vaclík fez uma exibição portentosa que impediu uma goleada das antigas, terminando com 11 defesas, a duas do máximo da prova, três a travar ocasiões flagrantes, e evitou 1,5 golos (defesas – xSaves).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Andrea Belotti 8.0
Já há muito que não se via um Belotti com esta qualidade, após algumas épocas de apagamento. Sempre ligado ao jogo, o italiano estreou-se a marcar pelos “encarnados” e mais poderia ter facturado, não tivesse desperdiçado duas ocasiões flagrantes. O ponta-de-lança fez oito remates (um à barra), terceiro valor mais alto da Liga, enquadrou cinco, igualando o máximo, criou duas ocasiões flagrantes em quatro passes para finalização e acumulou o valor mais alto de acções com bola na área contrária (11) na partida.
Samuel Dahl 7.6
Este sueco encaixou como uma luva na ideia de jogo do Benfica. Dahl fez um óptimo jogo, com nove duelos ganhos em 15, quatro passes para finalização, um passe de ruptura, 94% de eficácia nas entregas, nove passes progressivos, cinco recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário (máximo) e ainda sofreu falta para grande penalidade. Desperdiçou uma ocasião flagrante.
Álvaro Carreras 7.2
Jogo muito interessante de Carreras. O espanhol fez o máximo de passes para finalização (5), criou duas ocasiões flagrantes, e fixou novo máximo da Liga em Assistências Esperadas (xA), nada menos que 1,22.
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Orkun Kökçü 6.8
Mais um bom jogo do turco. Além do golo que marcou de grande penalidade, Kökçü enquadrou dois de quatro remates, recuperou cinco vezes a posse de bola e realizou três passes super progressivos.
Amdouni 6.7
O helvético não dá muito nas vistas, mas termina recorrentemente com bons números. Destaque para sete remates, dois enquadrados, acertou uma vez nos ferros, criou uma ocasião flagrante e completou quatro de sete tentativas de drible.
Tomás Araújo 6.5
Passar pelo central em velocidade é complicado. Araújo esteve muito atento, completou 93% dos passes realizados, somou sete progressivos, 88 acções com bola (valor mais alto) e ainda registou quatro desarmes.
Fredrik Aursnes 6.3
O norueguês foi o médio-defensivo de serviço e fez a sua missão com competência. Acertou 90% dos passes que realizou, fez sete progressivos e quatro desarmes.
Otamendi 6.2
O argentino não teve muito trabalho, mas quando teve, foi intransponível. Destaque para 93% de eficácia de passe e três duelos aéreos defensivos ganhos em cinco.
Destaques do Boavista
Joel Silva 6.0
O ala-esquerdo esteve em bom plano, com 14 acções defensivas, destacando-se cinco desarmes. Realizou um corte decisivo.
Sidoine Fogning 5.6
O camaronês trabalhou muito, terminando com 14 acções defensivas, incluindo o máximo de desarmes do desafio (6).