Benfica 🆚 Moreirense | Águia de sangue novo dá conta do recado

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Roger Schmidt avançou com uma verdadeira revolução no “onze” do Benfica, com apenas três dos habituais titulares – Bah, João Neves e David Neres – a começarem a partida ante o Moreirense. Se a primeira parte não foi famosa, apesar de a equipa “encarnada” ter feito dois golos neste período, a segunda foi bem melhor, com futebol ofensivo dinâmico e vivo, a colorir um 3-0 final que teve tentos de Orkun Kökçü, Tomás Araújo e Benjamín Rollheiser.

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Segundas linhas com vontade de mostrar serviço

As muitas alterações de Schmidt não trouxeram particular tranquilidade à equipa da Luz. Aliás, o Moreirense teve muita bola na primeira parte, bem mais do que se poderia esperar antes desta partida. Os “encarnados” sentiam dificuldade para jogar em ataque organizado e só numa transição rápida conseguiram chegar ao golo, com Kökçü (18′) a rematar em zona frontal para o 1-0, após assistência de Tiago Gouveia.

A reacção dos cónegos chegou aos 34 minutos, com Alan Guimarães a rematar ao poste esquerdo da baliza de Samuel Soares e, aos 38, foi a vez da “reacção à reacção”, com Arthur Cabral a rematar à barra (Kewin ainda tocou na bola). Já nos descontos, surgiu o 2-0. Canto da esquerda, confusão, a bola foi duas vezes aos ferros, mas na recarga, Tomás Araújo empurrou para o fundo das redes.

O MVP ao intervalo era, precisamente, o jovem central benfiquista. Araújo registava um GoalPoint Rating de 7.8, graças a um golo, dois remates enquadrados, 52 acções com bola (máximo), cinco recuperações de posse e sete acções defensivas, com destaque para três desarmes e dois bloqueios de remate. Porém, saiu ao intervalo, lesionado, entrando António Silva.

A entrada de Florentino para o lugar de João Neves teve o condão de soltar mais a equipa benfiquista, que jogou bem melhor na segunda parte, com diversas jogadas bem desenhadas, faltando a melhor definição no momento da finalização. O outro jogador a entrar ao intervalo, Benjamín Rollheiser, estava a tardar em aparecer no jogo, com pouca intensidade, em especial, nos momentos defensivos. Porém, quando apareceu, fez estragos.

Tiago Gouveia fez uma assistência primorosa e o argentino, já na grande área, rematou de pé esquerdo para o terceiro da noite, em cima do minuto 78. A questão do vencedor estava encontrada e ainda houve tempo para lançar o jovem lateral-direito, Diogo Spencer.

[ Curiosa simetria nas ligações de passe e posicionamentos do Benfica ]

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MVP GoalPoint: Tomás Araújo 👑

O central foi titular e, apesar de ter jogado apenas a primeira parte – saiu lesionado -, fez o suficiente para ser o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.9. Araújo fez um golo em dois remates, ambos enquadrados, somou cinco recuperações de posse e acumulou sete acções defensivas, com destaque para três desarmes e dois bloqueios de remate.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

Kökçü 7.5

Regresso à titularidade com um golo. O turco abriu o activo na Luz, foi o mais rematador, com cinco disparos, três enquadrados, somou dois passes para finalização e completou duas de quatro tentativas de drible. De negativo os cinco maus controlos de bola.

Tiago Gouveia 7.5

Exibição personalizada do extremo, que nunca teve medo de assumir o jogo. Terminou com duas assistências em três passes para finalização, dois passes de ruptura, seis acções com bola na área contrária (máximo) e dois dribles completos em dois tentados. De negativo os três desarmes sofridos.

Rollheiser 6.9

Finalmente apareceu, o promissor reforço de Inverno do Benfica. Lançado ao intervalo, demorou a entrar no ritmo, mas acabou por marcar um excelente golo, o seu primeiro com a camisola benfiquista. Recuperou ainda cinco vezes a posse de bola.

Bah 6.7

Começou a lateral, terminou a extremo, com a entrada do jovem Diogo Spencer. O dinamarquês somou seis acções defensivas, três delas no meio-campo contrário, seis recuperações de posse e ganhou quatro de cinco duelos aéreos, com destaque para três ofensivos em que dominou.

Morato 6.6

O brasileiro regressou à sua posição de origem e esteve sólido. Além de ter acertado 63 de 67 passes (94%), terminou com seis alívios.

João Mário 6.2

De volta à equipa e ao “miolo”, João Mário esteve impecável no passe, com 71 certos em 76 (93%), somou sete passes progressivos, 88 acções com bola (segundo valor mais elevado), seis recuperações de posse e quatro desarmes, um dos máximos.

Arthur Cabral 6.2

O brasileiro fez um jogo esforçado, à procura de marcar e reganhar confiança, mas não o conseguiu fazer. Terminou com dois remates, dois passes para finalização, 17 passes progressivos recebidos (máximo), cinco acções com bola na área contrária, dois duelos aéreos ofensivos ganhos, cinco recuperações de posse e três bloqueios de passe. De negativo os três desarmes sofridos e quatro maus controlos de bola.

Álvaro Carreras 6.0

Bom jogo do lateral espanhol, bem explicado no “tweet” abaixo.

Destaques do Moreirense

Alan 6.2

Talvez a principal figura dos cónegos esta temporada. Alanzinho rematou uma vez ao poste, somou o máximo de passes para finalização no jogo (4) e somou três conduções progressivas. Pecou com seis maus controlos de bola, máximo da partida.

Carlos Ponck 6.2

O central esteve consistente, com apenas três passes errados em 60, dois duelos aéreos defensivos ganhos em três e quatro desarmes.

Gonçalo Franco 6.0

O médio trabalhou muito, com destaque para o máximo de intercepções (4) e também de bloqueios de passe (3). Ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que interveio.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.