Benfica 🆚 Rio Ave | Águia sofre para bater bravos rioavistas

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OO Benfica não teve tarefa fácil – como o resultado final poderá levar a crer – para levar de vencida o Rio Ave no duelo da 17.ª jornada do campeonato, que decorreu neste domingo no Estádio da Luz. A formação de Vila do Conde exibiu-se num plano elevado no palco “encarnado”, mandou no encontro, viu duas bolas serem travadas pelos ferros e apenas abanou quando se viu reduzida a dez elementos. Os campeões nacionais, que voltaram a ser “bipolares” – pouco reactivos, previsíveis –, embalaram a acabaram por disparar no marcador. Guga abriu a contagem, Di María empatou, António Silva, o estreante Marcos Leonardo e João Mário foram os goleadores de serviço.

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Expulsão “matou” aspirações vilacondenses 

Ao intervalo o marcador registava um empate a um golo que penalizava o Rio Ave. Os forasteiros foram a única equipa, na verdadeira acepção, da palavra, defenderam em bloco e deixaram a nu as inúmeras fraquezas “encarnadas” sem a bola com, por exemplo, as incursões de Costinha e de Fábio Ronaldo, que não eram acompanhados por João Mário e Di María, respectivamente, deixando muitas vezes os visitantes em superioridade numérica no último terço do terreno. O lance do golo de Guga é uma amostra fiel da forma como os comandados de Luís Freire exploraram, sem qualquer tipo de pressão, os três corredores e Guga surgiu sem marcação na área para atirar a contar.

Não fossem as intervenções de Trubin, autor de três defesas que evitaram 1,2 golos (defesas – xSaves), aos 16 e 24 minutos, e o “placard” teria sido ampliado.

Numa espécie de excepção ao oásis no deserto de ideias dos campeões nacionais, Rafa – sempre ele – acelerou e assistiu Di María para o empate. Até ao intervalo, nota para uma defesa monstruosa de Jhonatan que travou um “tiro” de João Mário.

Formado no Seixal, Guga era o elemento com melhor nota neste período, um GoalPoint Rating de 6.5. O médio registava três remates, um golo, 44 acções com a bola, três recuperações de posse e sete perdas. 

No reatamento, os rioavistas continuaram a ditar o ritmo da partida e rondaram o golo em dois lances que nasceram no flanco direito, no primeiro Costinha centrou, o poste travou o cabeceamento de Boateng, dois minutos volvidos, novo cruzamento do ala direito e desta feita João Graça acertou no poste. As “águias” ripostaram com Arthur Cabral a aquecer as luvas de Jhonatan.

No espaço de nove minutos, Aderllan Santos foi admoestado com dois cartões amarelos e deixou os visitantes reduzidos a dez elementos, e o domínio “encarnado” ganhou expressão: António Silva assinou o 2-1, Marcos Leonardo estreou-se em grande e ampliou a vantagem na primeira vez que tocou na bola e, já no período de descontos, João Mário fez o quarto tento.

Foi o sétimo triunfo seguido do Benfica em todas as provas, já o Rio venceu apenas um dos último sete encontros em que marcou presença e fora de casa continua sem vencer, somando três empates e sete desaires.

[ Aursnes (8) esteve em todas no que toca ao passe ]

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MVP GoalPoint: António Silva 👑

Tal como na Amoreira, marcou um golo que acabou por ser decisivo. Além do remate certeiro, o jovem central foi eficiente nos passes – três falhados em 73 tentados (eficácia de 96%), obteve 84 acções com a bola, venceu cinco duelos, perdeu dois, recuperou a bola em nove ocasiões, perdeu-a em três e chegou às seis acções defensivas. António Silva foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.5

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

João Mário 7.4

À imagem da equipa, esteve adormecido até aos 60 minutos, mas acordou a tempo, acabando a partida na mó de cima com dois remates, um golo, cinco passes progressivos, seis passes progressivos recebidos, duas recuperações de posse, sete perdas e quatro acções defensivas.

Rafa 6.8

Continua a atravessar um grande momento e foi o motor dos “encarnados” com dois remates, uma ocasião flagrante desperdiçada, duas assistências, fez três passes super progressivos, recebeu 11, protagonizou seis acções com a bola na área contrária, quatro conduções progressivas, 19 perdas de bola e cinco recuperações.

Trubin 6.5

Salvou a pele da equipa com quatro defesas, evitando 2,1 golos (defesas – xSaves).

Otamendi 6.4

Esteve ligado ao lance que redundou no golo de António Silva, falhou quatro passes de risco, acertou seis dos dez passes longos tentados, recuperou a bola em seis ocasiões, registou 13 perdas e sete acções defensivas.

Marcos Leonardo 6.3

Estreia de sonho do avançado. Entrou aos 63 minutos, marcou aos 80 na primeira vez que tocou na bola. Ao todo, gizou dois remates, quatro acções com a bola, sofreu uma falta e conquistou um cartão amarelo.

João Neves 6.3

Mais um bom jogo do médio, responsável por um passe para remate, quatro variações de flanco, 113 acções com a bola – máximo no duelo -, eficácia de 91% nos passes – nove desperdiçados em 97 feitos -, sete recuperações de posse, 11 perdas e seis acções defensivas.

Aursnes 6.3

Sem ajuda de Di María, sentiu dificuldades para travar as investidas de Fábio Ronaldo, mas foi subindo de produção, acabando por ter na folha de serviços uma assistência, quatro tabelas com progressão, venceu seis duelos, perdeu cinco, chegou às 11 perdas de bola e oito acções defensivas.

Florentino 6.3

Ajudou a equipa a estabilizar e a serenar os ímpetos, destacando-se com três passes progressivos, 42 acções com a bola, ganhou quatro duelos, perdeu três, recuperou a posse em três ocasiões e registou cinco acções defensivas.

Di María 6.1

Chegou aos dez golos em todas as provas esta época, mas foi intermitente, com momentos de altíssimo nível, o golo é o exemplo máximo, e outros em que esteve apagado, atingindo as 20 perdas de bola, três desarmes sofridos e duas acções defensivas.

Tiago Gouveia 5.6

Agitou a partida, voltando a pecar nos momentos de finalização – duas flagrantes desperdiçadas. Neste período em campo fez três remates (dois enquadrados), 23 acções com a bola, três das quais na área adversária e três acções defensivas. Está a pedir mais minutos de qualidade.

Morato 5.4

Não teve tarefa fácil perante as incursões de Costinha. Nota para os seguintes números: um passe para remate, uma ocasião flagrante criada, quatro recuperações de posse, 15 perdas de bola e seis acções defensivas.

Destaques do Rio Ave

Guga 6.7

Fez um “jogaço” na Luz e foi o cérebro do Rio Ave. Chegou aos quatro remates, um golo, 52 passes certeiros em 57 (eficácia de 91%), três passes progressivos, sete recuperações de bola, dez perdas e duas faltas sofridas.

Fábio Ronaldo 6.0

Óptima exibição do ala que se destacou com dois remates, três passes para remate, três conduções progressivas, seis recuperações de posse e 14 perdas.

Costinha 4.7

Dinamizou a ala direita com uma ocasião flagrante criada, seis cruzamentos (três eficazes), venceu nove duelos, perdeu dez, atingiu as três conduções progressivas, sete recuperações de posse e oito acções defensivas. A nota ressentiu-se devido aos sete passes de risco falhados e às 22 perdas de bola (máximo no jogo) acumuladas.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.