Braga 🆚 Porto | Nulo do agrado de águias e leões

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No derradeiro lance da partida, um lançamento primoroso, descobriu Pizzi, que isolado perante Diogo Costa, optou por assistir Banza (que tinha desistido do lance) e Marcano cortou a bola. Foi o epílogo de um jogo intenso, vibrante, nem sempre bem jogado, mas emocionante. Em traços gerais, foi assim o duelo entre arsenalistas e dragões, que acabou empatado a zero golos e no final das contas, quem saiu a sorrir foram as águias. A nove jornadas do desfecho da edição 2022/23 da Liga Bwin, o Benfica lidera a prova com mais dez pontos do que o FC Porto e 12 do que o SC Braga.

GoalPoint-2023-03-19-Braga-Porto-Liga-Bwin-202223-Ratings

 

Guerreiros e dragões anularam-se…

Se o jogo começou equilibrado, com dois lances de perigo em cada uma das áreas – Taremi falhou o golo por centímetros aos 11’ e aos 15’ Bruma lançou um míssil defendido por Diogo Costa – paulatinamente o SC Braga começou a dominar as incidências, à mercê da força e qualidade que tinha na zona central, com Al Musrati, André Horta e Ricardo Horta – qual “9,5”, que tanto juntava-se a Ruiz na frente de ataque, como recuava para auxiliar o irmão André e Musrati – e nas acções do trio ofensivo, com especial destaque para Bruma. A pressão asfixiava a primeira fase de construção do FC Porto, que passou por alguns calafrios, tanto aos 18, como seis minutos volvidos.

O ascendente dos minhotos tinha expressão nos números, com sete remates face aos dois dos dragões, nove acções com a bola dentro da área contrária (apenas três dos forasteiros) e 58% da posse.

Não estranhou, por isso, que aos 38′ Sérgio Conceição tivesse perdido a paciência e promovido duas alterações, com as entradas de Galeno e Eustáquio, que substituíram Rodrigo Conceição e Grujic – o canadiano juntou-se a Uribe na zona central, Galeno ocupou a faixa esquerda e Pepê recuou para a função de lateral-direito. Foi a primeira vez nesta edição da Liga bwin que os campeões nacionais fizeram substituições na primeira parte de um jogo.

Bruma era a unidade em destaque na primeira metade, com um GoalPoint Rating de 6.4, fruto de um remate enquadrado, um passe progressivo, 81% no capítulo do passe (três falhados em 16 feitos), seis acções defensivas e três acções defensivas no meio-campo contrário.

No recomeço, o FC Porto entrou com o turbo ligado, com os sectores mais interligados, a pressionar de forma mais assertiva e, com isso, ia aproximando-se maior regularidade da área contrária. Um remate acrobático de Galeno, obrigou Matheus a voar, numa excelente intervenção. Os anfitriões ripostaram, com uma bomba de Ricardo Horta que saiu ao lado.

O perigo rondava as duas balizas, mas faltava o acerto final, que poderia ter acontecido a quatro minutos dos 90’, altura em que Evanilson, com tudo para marcar, rematou ao lado e viu a bola rasar o poste esquerdo da baliza bracarense, o suplente Pizzi respondeu e ainda assustou já na fase de descontos. Nos últimos 11 jogos entre os dois emblemas, o SC Braga soma cinco vitórias, o FC Porto três triunfos e houve ainda outros tantos empates, incluindo o deste domingo. A equipa de Sérgio Conceição não venceu nas últimas seis visitas à Pedreira, contabilizando três derrotas e também três empates.

[ A posição média mostra um Braga mais projectado sobre os dragões, ao longo da partida ]

MVP GoalPoint: Ricardo Horta 👑

Peça importante nos arsenalistas, o capitão fez mais uma bela exibição. Pegou a batuta da equipa, pensou o jogo e foi ainda importante na pressão exercida sobre a primeira fase de construção do FC Porto. O mano Horta mais velho sai de cena com cinco remates (dois enquadrados), gizou nove passes progressivos, três super progressivos, contabilizou cinco acções com a bola no interior da área do FC Porto (máximo no encontro), ainda se destacou com cinco acções defensivas e quatro faltas sofridas.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Braga

Matheus 6.6

Destacou-se com duas defesas (a valer 0.7 golos evitados) e foi importante nos lançamentos que descobriu na recta final (acertou sete dos 15 passes longos que fez).

Sequeira 6.4

Carrilou bastante jogo pelo flanco canhoto e demonstrou um entendimento assinalável com Bruma. Atingiu os oito cruzamentos (máximo no duelo), 82 acções com a bola, tendo pecado nas 25 vezes que que desperdiçou a posse do “esférico”.

Bruma 6.2

Saiu aos 62′, quando estava a realizar uma boa exibição, fruto de um remate, 40 acções com a bola, seis acções defensivas e três acções defensivas no meio-campo contrário.

Al Musrati 6.0

 Óptima partida do médio líbio. Que carimbou 11 passes progressivos, 12 recuperações de bola e concluiu oito acções defensivas. Não fosse os seis passes de risco contabilizados e a nota poderia ter sido ainda mais alta.

Destaques do Porto

Marcano 7.0

O espanhol tem feito uma grande temporada e voltou a demonstrar isso neste domingo, com um acerto de 93% nos passes (três falhados em 40 feitos), quatro passes progressivos, oito recuperações de bola acumuladas e um total de 14 acções defensivas, entre as quais seis alívios e outras tantas intercepções.

Diogo Costa 7.0

Susteve as investidas do Braga com quatro defesas e ainda se destacou com dois passes progressivos e acertou 20 dos 28 passes que arriscou (71% de eficácia).

Galeno 6.4

A equipa ganhou outro fulgor ofensivo com a entrada do avançado, que viu Matheus negar-lhe a festa com um excelente defesa, recebeu seis passes progressivos, chegou às 29 acções com a bola (três das quais no interior da área adversária).

Fábio Cardoso 6.2

Fez uma boa dupla com Marcano e culminou o encontro com 11 acções defensivas, com realce para sete alívios e dois remates bloqueados.

Pepê 6.0

O multifunções dos azuis. Foi extremo, avançado, lateral-direito e defesa-direito. Em todas as funções, demonstrou qualidade e regularidade. O brasileiro foi autor de um remate, dois cruzamentos, foi o jogador em campo com mais recuperações de bola (15) e chegou às 11 acções defensivas. 

Marko Grujić 5.9

Estava a ser um dos melhores da equipa quando foi substituído aos 38′. Até sair, o sérvio tinha sete acções defensivas, três recuperações de bola, sete posses de bola desperdiçadas e dois passes de risco.

Wendell 5.5

Outra das novidades no onze, ficou nos balneários ao intervalo com um amarelo, que terá tido peso na decisão de Sérgio Conceição. Até sair, tinha dois cruzamentos, sete posses de bola perdidas e seis acções defensivas.

Uribe 5.4

O colombiano esteve muito em jogo (45 acções com a bola), recuperou a posse em nove ocasiões, registou outras tantas perdas e fez duas acções defensivas.

Otávio 5.4

Teve ligação aos lances mais perigosos da equipa, aos 11′ lançou Taremi e aos 86′ deixou Evanilson lançado na cara de Matheus. O médio chegou aos oito passes progressivos, dois super progressivos, mas registou 29 perdas de bola (máximo no encontro) e concedeu dois dribles.

Evanilson 4.7

Acabou por ser figura central… pela negativa. Fez dois remates, mas ambos corresponderam a duas ocasiões flagrantes desperdiçadas pelo Porto, a última fazendo jogador (e adeptos) levarem as mãos à cabeça.

Rodrigo Conceição 4.7

Foi um dos “sacrificados” e estava a ter dificuldades em controlar os raides de Bruma. Acumulou dois passes de risco, cometeu duas faltas e registou duas recuperações da posse.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.