Otempo passava a correr para a Itália. A Croácia vencia e estava a instantes de carimbar o segundo lugar do Grupo B, mas Calafiori decidiu arriscar, subiu no terreno, desorganizou a última linha croata, assistiu Zaccagni para este escrever o arco… do empate que garantiu a vice-liderança para os campeões europeus e deixou os croatas em muitos mais lençóis, com apenas dois pontos e a acenderem as velas para serem um dos quatros melhores terceiros classificados. Após uma primeira parte amorfa, a “vatreni” assumiu as despesas do encontro, Modrić falhou uma grande penalidade, mas apenas 15 segundos depois bateu o gigante guarda-redes; os transalpinos reagiram, quase sempre com mais coração do que discernimento, até que o suplente Zaccagni vestiu a capa de herói e colocou a “squadra azzurra” nos oitavos-de-final, onde vai defrontar a Suíça.
Vingança italiana “mata” croatas
Entrada em cena mais assertiva dos croatas, que tiveram mais posse de bola (60%), mas apenas aos quatro minutos conseguiram criar uma ocasião de perigo – Donnarumma voou e deteve o míssil de Luka Sučić. Paulatinamente, os italianos foram ganhando tracção ofensiva, quando Di Lorenzo e Dimarco começaram a dar largura pelos corredores: Retegui falhou o golo por centímetros e pouco depois Livakovic protagonizou umas das melhores defesas do torneio quando parou um cabeceamento de Bastoni. Se a primeira parte foi fraca, a segunda foi diametralmente oposta. Houve emoção – muita –, rapidez de execução, lances de perigo e golos. Os croatas pareciam bem encaminhados em direcção aos “oitavos” quando Luka Modrić redimiu-se da grande penalidade que falhara segundos antes, porém, no último lance do encontro, Zaccagni fez ruir as aspirações contrárias com um golaço que deixou os campeões em título vivos na prova e os croatas a fazerem contas à vida.
[ A Itália tentou anular o jogo entrelinhas dos croatas ]
O Jogo em 5 Factos
Mattia Zaccagni – Entrou aos 81′ para ser determinante com um remate, sete acções com a bola, um cartão conquistado e um golo – o primeiro em sete internacionalizações – que jamais irá esquecer.
Perdas da posse em zona perigosa – A olharem para a calculadora, as duas selecções demonstraram algum nervosismo. Ambas tiveram o mesmo número de perdas da posse no terço defensivo, sete para cada lado.
Dominik Livaković – No fecho de contas na primeira metade, o guardião croata foi o único dos 22 em campo a ter um rating superior a 6.0 – 6.1 para sermos mais concretos -, fruto de duas intervenções, uma das quais que travou uma ocasião flagrante de Bastoni.
Empate saboroso – Este foi o 11.º encontro entre ambas as selecções, os croatas venceram em três ocasiões, os italianos por apenas uma vez e registaram-se, ainda, sete empates.
Histórico Luka Modrić – O mágico voltou a fazer história e tornou-se no jogador mais velho de sempre, com 38 anos e 289, a marcar um golo na fase final de um EURO. Saiu aos 80′ com três remates, um golo, uma grande penalidade desperdiçada, uma eficácia de 88% nos 51 passes realizados, 68 acções com a bola – três das quais na área contrária -, ganhou dois duelos, perdeu seis, carimbou seis recuperações de posse, 14 perdas e três acções defensivas. Saiu com um rating de 5.4.
MVP GoalPoint: Riccardo Calafiori 
É um craque o (ainda) defesa do Bolonha. Aos 22 anos manteve o sangue frio e foi fulcral para o empate – com sabor a vitória – dos italianos com uma assistência açucarada que Zaccagni soube concretizar com êxito. Além da ocasião flagrante criada, destacou-se com um total de três passes para remate, uma eficácia de 93% no capítulo dos 59 passes que fez, gizou seis passes progressivos, venceu quatro duelos, perdeu dois, registou duas recuperações da posse e oito acções defensivas. Foi um justo MVP com um rating de 7.1. E redimiu-se do autogolo ante a Espanha.
