Eslovénia 🆚 Portugal | Lusos sem chama caem com estrondo

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AO 12.º assalto, a selecção portuguesa, by Roberto Martínez, caiu com estrondo e somou nesta terça-feira o primeiro desaire desde que espanhol assumiu o leme. A turma das “quinas” foi uma sombra da equipa que tem encantado tudo e todos, jogou a duas velocidades – parado e devagar –, tentou colocar outra tracção na etapa final, mas nunca acertou com o ritmo e foi, de forma justa, derrubada pela eficácia da Eslovénia. Čerin abriu a contagem ao minuto 72 e, oito volvidos, Elšnik fechou as contas num lance que espelha na perfeição a forma lenta, previsível e sem imaginação com que os lusos estiveram na capital eslovena. O duelo ficou ainda marcado pela primeira internacionalização de Francisco Conceição.

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O fim da invencibilidade na era Martínez

Apenas Pepe manteve a titularidade relativamente ao triunfo folgado diante da Suécia. Roberto Martínez desenhou um sistema táctico bastante maleável, um 1x4x1x4x1 no processo defensivo que se transformava num 3-2-5 a atacar, com João Cancelo a juntar-se a Rúben Neves na zona central. Ainda assim, a turma das “quinas” apresentou-se pressa de movimentos, lenta a circular a bola e muito previsível nos seus intentos. A Eslovénia aproveitou a passividade para ganhar confiança e ameaçou em duas incursões perigosas aos 20 e 26 minutos. O primeiro remate (desenquadrado) luso ocorreu ao minuto 32, por intermédio de João Félix.

Ao intervalo, João Cancelo, com um GoalPoint Rating de 6.1, era a unidade em foco graças a um passe para remate, uma eficácia de 91% no capítulo do passe, 72 acções com a bola, nove perdas de bola e cinco acções defensivas.

No recomeço, Martínez tentou agitar as águas com as entradas de António Silva e de Francisco Conceição, mas as alterações tardaram em surtir efeito e a toada morna, previsível, pouco criativa e sem chama prosseguiu, pertencendo aos anfitriões a melhor ocasião: Benjamin Šeško atirou e Diogo Costa defendeu, salvando um erro crasso de António Silva. Houve uma ténue melhoria quando Vitinha tentou ditar os ritmos, Portugal ameaçou a baliza de Oblak, mas quem marcou foram os donos da casa. Čerin inaugurou a contenda, Félix atirou aos ferros e, pouco depois, Elšnik dissipou as dúvidas e deixou um sério aviso de que não existem jogos fáceis… 

[ Portugal sempre por cima, mas sem ideias e intensidade ]

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MVP GoalPoint: Timi Elšnik 👑

Bela exibição do médio que milita no Olimpija Ljubljana. Muito activo, destacou-se com dois remates, um golo, 46 acções com a bola (três das quais na área lusa), venceu seis duelos, perdeu quatro, registou sete recuperações de posse, seis perdas e sete acções defensivas, entre as quais quatro desarmes. O MVP obteve um GoalPoint Rating de 7.5.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques da Eslovénia

Adam Gnezda Čerin 6.8

Certeiro no único remate que fez, orquestrou sete acções defensivas, 74 acções com a bola, seis duelos vencidos, sete perdidos e nove perdas de posse.

Benjamin Šeško 6.5

A estrela da companhia justificou o “status” com uma assistência, três remates, oito passes progressivos recebidos, 19 acções com a bola, três recuperações de posse e seis perdas.

Destaques de Portugal

João Cancelo 6.8

Foi o melhor português em campo com três passes para remate, nove passes longos tentados em nove realizados, cinco variações de flanco, 114 acções com a bola (máximo no duelo), cinco conduções progressivas, quatro acções com a bola na área contrária, duas recuperações de posse, 15 perdas e seis acções defensivas.

Danilo Pereira 6.0

Esteve num bom plano com um remate, apenas um passe falhado em 71 feitos (eficácia de 99%), levou a melhor em cinco duelos, perdeu um, recuperou a posse em seis ocasiões e concluiu seis acções defensivas.

Vitinha 6.0

Subiu de produção nos últimos 30 minutos. Dos números que obteve, realce para um remate enquadrado, três passes para finalização, uma eficácia de 96% nos 70 passes feitos, 96 acções com a bola, sete duelos conquistados, nove perdidos, cinco recuperações de posse, 13 perdas e três acções defensivas.

Rúben Neves 6.0

Nunca conseguiu pegar no jogo e ordenar a primeira fase de construção nacional. Foi tendo alguns lampejos, entre os quais com uma ocasião flagrante criada, dois centros eficazes em quatro, apenas um passe falhado em 77, cinco passes longos eficazes em outros tantos feitos, três duelos ganhos, cinco perdidos, cinco recuperações de posse e sete perdas do esférico.

Otávio 5.8

Autor de três passes progressivos, cinco duelos ganhos, dois perdidos, três recuperações de posse, sete perdas e três acções defensivas. Saiu ao intervalo.

Cristiano Ronaldo 5.7

Mais em jogo na fase final, assinou dois remates, sete passes progressivos recebidos, 45 acções com a bola, duas das quais na área contrária, levou a melhor em quatro duelos, perdeu oito, foi eficaz em apenas um dos quatro dribles tentados, registou duas recuperações de posse, nove perdas e quatro acções defensivas.

Pepe 5.6

Fez uma boa primeira parte fruto de seis passes progressivos, dois passes super progressivos, quatro recuperações, dez perdas e três acções defensivas.

Diogo Costa 5.6

Sem culpas nos dois golos sofridos, ainda registou duas defesas, evitando 0,6 golos (defesas – xSaves).

Francisco Conceição 5.2

No jogo de estreia pela selecção A, tentou dar outra dinâmica ao flanco direito com um remate, dois cruzamentos (ambos ineficazes), três passes progressivos, 45 acções com a bola, venceu seis duelos, perdeu cinco, registou três recuperações e seis perdas.

João Félix 4.9

Preencheu a folha de serviços com três remates, uma ocasião flagrante desperdiçada, 70 acções com a bola, cinco das quais na área contrária, venceu sete duelos, perdeu outros tantos, foi eficaz em quatro dos oito dribles feitos e atingiu as dez perdas de bola. Acertou uma vez no poste.

António Silva 4.6

Jogo para esquecer do jovem central que entrou ao intervalo. Teve culpas na forma pouco assertividade com que atacou a bola no lance que esteve na génese do 1-0, já antes, aos 52 minutos, perdeu a bola em zona proibitiva. Ao todo, registou três passes de risco falhados, dois duelos ganhos, cinco perdidos, duas faltas cometidas e quatro perdas da posse.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.