Portugal 🆚 Suécia | Invencíveis de Martínez servem cinco “almôndegas”

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Foi com chave de ouro e com uma manita que Portugal abriu a fase de preparação rumo ao Euro 2024. Em Guimarães, os invencíveis de Roberto Martínez, após uma fase de apuramento imaculada com dez triunfos, aplicaram uma manita de cinco golos à Suécia numa bela exibição nacional perante os 27.532 espectadores que se deslocaram ao reduto vimaranense na noite desta quinta-feira, o teste apenas não foi excelente devido aos dois golos consentidos na etapa final. O 1x4x3x3 testado pelo seleccionador nacional deixou excelentes indicações, com uma equipa pressionante, dinâmica, quase sempre segura nos processos defensivos e que criou imensas ocasiões de golo. Rafael Leão, Matheus Nunes, Bruno Fernandes, Bruma, Gyökeres, Gonçalo e Gustaf Nilsson foram os goleadores de serviço. Jota Silva estreou-se em casa e quase fazia o gosto ao pé.

“Tugas” de barriga cheia gelam suecos

Na casa “maldita” que tem sido o Estádio D. Afonso Henriques sempre que Portugal joga no reduto vimaranense – foram três desaires nos duelos particulares com a França, Espanha e Equador –, a turma das quinas ainda apanhou um susto logo ao minuto dois, num lance em que Rúben Dias ia marcando na própria baliza quanto cortou um centro de Isak, mas depressa começou a ditar os ritmos do encontro a partir do flanco esquerdo com Nuno Mendes e Rafael e foi voraz sempre que visou o alvo escandinavo. Rafael Leão fez um golaço na recarga de um remate de Bernardo Silva que embateu nos ferros, Matheus Nunes aproveitou a passividade contrária para dilatar a vantagem e a fechar o vendaval ofensiva tuga Nélson Semedo assistiu na perfeição Bruno Fernandes para o 3-0. Exibição segura, consistente e eficaz de Portugal.

Neste período, Matheus Nunes, que não contabilizou nenhum minuto nos dez jogos da fase de apuramento, foi titular e justificou a aposta com dois remates, um golo, 23 acções com a bola, três das quais na área contrária, três faltas sofridas e um GoalPoint Rating de 7.5. Viktor Gyökeres obteve a pior nota na primeira metade – um GoalPoint Rating de 4.3 -, fruto dez perdas de bola em 24 acões com a bola e nenhum remate.

A Suécia apareceu mais pressionante no recomeço, pressionava de forma intensa a primeira fase de construcção de Portugal e ameaçou reduzir a desvantagem, no entanto, sempre que conseguia ultrapassar o muro contrário, a equipa lusa encontrava muito espaço para explorar a profundidade. Foi assim que Bruno Fernandes ofereceu a Bruma a possibilidade de ampliar o “score”, Viktor Gyökeres ainda deu alguma esperança aos visitantes, mas de pronto Gonçalo Ramos carimbou a “manita”. Ao minuto 65 Jota Silva foi brindado com uma chuva pelo aplauso, aos 65 ameaçou o sexto e aos 86’ desperdiçou uma soberana ocasião para festejar. No último lance do encontro, Gustaf Nilsson fechou as contas do duelo com um cabeceamento mortífero. No 21.º duelo entre portugueses e suecos, o histórico passa a ter oito triunfos lusitanos, sete nórdicos e seis empates.  

[ O mapa de posicionamento médio e tendências de passe ]

MVP GoalPoint: Bruno Fernandes 👑

Excelente exibição do médio que deu continuidade à excelente fase de qualificação que realizou. Concluiu a partida com um golo, uma assistência, 73 acções com a bola, venceu cinco duelos, perdeu quatro, cinco acções defensivas, cinco recuperações de bola, 16 perdas da posse e foi o MVP com GoalPoint Rating de 7.6.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques de Portugal

Rafael Leão 7.3

Primeira parte de sonho do dianteiro que ligou o “modo” AC Milan e esteve “on fire” no flanco esquerdo com dois remates, um golo, dois cruzamentos, 32 acções com a bola, cinco das quais na área adversária, levou a melhor em quatro duelos, perdeu seis, foi eficaz em quatro dos seis dribles tentados e sofreu três faltas.

 

Matheus Nunes 7.2

Encheu o campo com dois remates, um golo, apenas três passes falhados em 23 tentados (eficácia de 87%), três faltas sofridas, três acções com a bola na área contrária, quatro duelos ganhos, quatro perdidos e seis perdas de bola.

Gonçalo Ramos 7.1

Muito interventivo, apontou o oitavo golo em 11 internacionalizações, contabilizou ainda 15 acções com a bola, três na área sueca, cinco duelos ganhos, duas acções defensivas, duas faltas sofridas e quatro perdas de bola.

Nélson Semedo 7.1

A concorrência de Diogo Dalot e de João Cancelo é feroz, mas o lateral-direito do Wolves reivindicou a presença na Alemanha com uma bela exibição gizando duas assistências, dois passes progressivos, 47 acções com a bola, três na área contrária, seis duelos ganhos, três perdidos, três recuperações de bola, oito perdas e seis acções defensivas.

Bernardo Silva 6.5

O maestro pautou o jogo nacional com um remate travado pelos ferros e que esteve na génese do golo inaugural, uma assistência, uma eficácia de 91 nos 47 passes tentados, três variações de flanco, duas recuperações de bola, cinco perdas e três acções defensivas.

Bruma 6.4

Muito activo, destacou-se com três remates, um golo, apenas um passe falhado em 19, três passes progressivos recebidos, três perdas de bola e outras tantas acções defensivas.

Rúben Dias 6.3

Liderou a linha mais recuada com nove acções defensivas, três recuperações de bola, três perdas, 83 acções com a bola e foi eficaz em 63 dos 64 passes realizados.

João Palhinha 6.3

Foi o guarda-costas que libertou os criativos. Incansável, saiu de cena com seis recuperações de bola, sete perdas, 12 acções defensivas (máximo no duelo), duas faltas sofridas, ganhou 11 duelos (outro recorde), perdeu sete e foi eficaz em quatro dos cinco passes longos que arriscou.

Nuno Mendes 6.1

Muito acutilante, entendeu-se às mil maravilhas com Rafael Leão. Carimbou seis passes progressivos, conquistou cinco duelos, perdeu quatro, chegou às cinco recuperações de bola, oito perdas e cinco acções defensivas.

Jota Silva 4.7

 O estreante da noite entrou em campo aos 62′ e foi ainda a tempo de coleccionar dois remates, uma ocasião flagrante desperdiçada e dez acções com a bola.

Destaques da Suécia

Gustaf Nilsson 6.5

Foi a melhor unidade sueca com dois remates, um golo, nove acções com a bola, uma falta sofrida e duas cometidas.

Victor Lindelöf 5.0

Não foi feliz o regresso a Portugal do capitão sueco. O defensor acumulou quatro duelos perdidos, cinco recuperações de bola, quatro acções defensivas, dois passes de risco falhados e duas faltas cometidas.

Viktor Gyökeres 5.0

Subiu de producção nos 20′ minutos em que actuou na segunda parte e que “maquilharam” uma primeira parte difícil. O goleador do Sporting visou o alvo em duas ocasiões, apontou um golo, o sexto ao serviço da selecção, recebeu 11 passes progressivos, ganhou três duelos, perdeu seis, registou duas recuperações de bola, duas acções com a bola na área portuguesa, 15 perdas, consentiu três desarmes e sofreu duas faltas.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.