Após uma primeira parte em que dominou por completo e em que, sem grandes sobressaltos, marcou dois golos, o Benfica adormeceu no segundo tempo na visita ao Estoril e viu os “canarinhos” falharem uma grande penalidade antes de reduzirem mesmo a desvantagem e manterem a incerteza no resultado até final. Contudo, as “águias” seguraram mesmo os três pontos da Amoreira, com um triunfo por 2-1 mais suado do que os primeiros 45 minutos deixavam antever, antes do muito aguardado dérbi da próxima jornada com o Sporting.



Tudo mudou ao intervalo
O Benfica entrou forte e nos primeiros sete minutos criou duas ocasiões flagrantes. Aursnes desperdiçou a primeira, permitindo a defesa de Robles, mas não perdoou na segunda. O Estoril não conseguia contrariar a supremacia das “águias” e sofreu o segundo golo aos 35 minutos. Dahl bateu um livre para a área e Otamendi marcou de cabeça. Ao intervalo a vantagem era de dois golos para os “encarnados”, que concretizaram ambos os remates que fizeram na direcção do alvo nos primeiros 45 minutos, apesar de terem totalizado apenas seis acções na grande área estorilista. Quanto ao Estoril, foi praticamente inoperante no primeiro tempo, sem qualquer remate na direcção da baliza de Trubin e apenas uma acção defensiva no meio-campo contrário (contra dez do Benfica).
Na segunda parte, porém, à medida que os minutos foram passando, o Estoril começou a conseguir soltar-se, progredir no terreno e reagir. Ganhou uma grande penalidade, defendida por Trubin, e reduziu mesmo a desvantagem, num cabeceamento de Vinicius Zanocelo. O Benfica fez apenas um remate na direcção do alvo no segundo tempo, o Estoril até terminou o encontro com o mesmo número de remates das águias (10), teve mais bola no segundo tempo e equilibrou as acções na grande área adversária, mas não chegou para inverter o resultado.
[ No segundo tempo o Estoril equilibrou os posicionamentos médios ]

[ A análise de Bruno Francisco à vitória do Benfica ]
O Jogo em 5 Factos
1. Muitos passes falhados
Este foi o quarto jogo do campeonato com mais passes falhados até à data: 183, ao todo. O Estoril errou 93, batendo mesmo o seu máximo da época na prova, enquanto o Benfica falhou 90. Os “canarinhos” bateram também o seu recorde de passes de risco falhados (chegando aos 30).
2. Equilíbrio nos remates
Após uma primeira parte em que o Benfica totalizou cinco remates (dois no alvo) e o Estoril se ficou pelos dois (ambos para fora), os números finais revelam equilíbrio nesse capítulo: um total de dez para cada lado, com o Estoril a acertar dois no alvo e o Benfica três.
3. Benfica com mais acções defensivas
As “águias” somaram mais desarmes (22), mais alívios, mais intercepções (15) e mais passes/cruzamentos interceptados (12) do que o Estoril. Em acções defensivas, o único aspecto em que os “canarinhos” se superiorizaram foi nos remates bloqueados (3).
4. Benfica bem mais forte nos duelos
O Benfica também se superiorizou nos duelos, ganhando 73, contra 58 do Estoril. Essa superioridade também se evidenciou pelo ar na retaguarda, com o Benfica a ganhar uma percentagem superior quer de duelos aéreos defensivos (67%).
5. Poucas perdas de bola lá atrás para o Benfica
O Benfica perdeu apenas seis posses no seu terço defensivo, com o Estoril incapaz de pressionar a saída de bola do adversário (apenas sete acções defensivas no meio-campo contrário para os “canarinhos”).
MVP GoalPoint: Nicolás Otamendi 
O capitão das “águias” chegou aos seis golos no campeonato, marcando mais um tento de cabeça, e pelo ar esteve efectivamente imparável, ganhando todos os cinco duelos aéreos que travou. Foi ainda o jogador com mais acções defensivas no encontro (15), entre as quais quatro intercepções e oito alívios.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Estoril Praia
Vinicius Zanocelo 6.6
O médio brasileiro marcou o golo do Estoril e fez ainda dois passes para remate, somando um total de sete passes progressivos e ganhando nove duelos em 18. Somou ainda cinco desarmes.
Kévin Boma 6.2
Quatro duelos ganhos em seis e nove bolas recuperadas (máximo do jogo), para além de quatro alívios, mas cinco passes de risco falhados, num total de 13 passes errados.
Destaques do Benfica
Fredrik Aursnes 6.8
Marcou um golo já depois de ter desperdiçado uma oportunidade flagrante e a defender destacou-se com quatro desarmes. Foi ainda um dos jogadores que mais passes progressivos recebeu (quatro).
Florentino 6.6
Ganhou 17 duelos (em 25), o terceiro maior registo de duelos ganhos num jogo do campeonato até à data. Totalizou ainda 14 acções defensivas (seis no meio-campo contrário), entre elas seis intercepções, igualando o máximo da prova.
Tomás Araújo 6.3
Dois passes super progressivos, oito recuperações de bola e quatro desarmes, num jogo em que ganhou metade dos 12 duelos que travou.
Samuel Dahl 6.3
Desta feita a alinhar os 90 minutos como lateral-esquerdo, na ausência de Carreras, o sueco fez a assistência para o segundo golo das “águias” e só falhou cinco passes, mas só conseguiu ser bem-sucedido num dos quatro dribles que ensaiou.
Orkun Kökçü 6.1
Foi dele a assistência para o primeiro golo e foi também o jogador que mais rematou, mas nenhum dos seus três disparos levou a direção do alvo. Totalizou oito passes progressivos e acertou seis dos dez passes longos que tentou.
Kerem Aktürkoğlu 5.8
Jogador com mais acções na grande área contrária (seis), foi também o único a ter uma condução super progressiva no encontro.