FOI à boleia da bicicleta de Jude Bellingham que a Inglaterra descobriu, à última hora, o caminho rumo aos quartos-de-final deste EURO. Em desvantagem desde os 25’, a selecção dos “três leões” esteve entre a espada e a parede, apenas a espaços conseguiu perfurar a muralha eslovaca, mas continuava fora da prova até que a jovem estrela inventou um golaço. Um rude golpe para Eslováquia que ficou ainda mais sem reacção no primeiro minuto do prolongamento: Kane assinou a reviravolta e decretou o K.O. aos ferozes “Sokolis” (falcões). Na próxima etapa da competição, os homens de Southgate vão defrontar a surpreendente Suíça.
“Hey Jude” salva ingleses
Numa primeira parte bem rasgadinha, os eslovenos conseguiram impor-se ao teórico favoritismo inglês com um futebol intenso, dinâmico e super objectivo. Deixaram três avisos sérios até que aos 25’, Ivan Schranz aproveitou as hesitações da dupla de centrais contrários para abrir as hostilidades. Os comandados de Gareth Southgate voltaram a ser um espelho fiel daquilo que têm demonstrado na prova, um deserto de ideias.
No reatamento, houve mais vontade e velocidade na execução por parte da “velha albion”, Foden ainda marcou, mas estava em posição irregular, a Inglaterra apertava com Kane (77’) e Rice (80’, a Eslováquia aguentava e, na contagem decrescente para o derradeiro apito, a inspiração de Bellingham salvou a pele a Gareth Southgate. Os “leões” começaram o prolongamento como tinham acabado o período complementar. Kane desferiu um golpe de letal de cabeça que atirou os eslovacos ao tapete. A partir daí, os ingleses ficaram confortáveis e o opositor sem forças para esboçar uma reacção… Este foi o sétimo duelo entre ambas as selecções, com os ingleses a manterem a invencibilidade com seis triunfos e um empate.
[ Mais Inglaterra, mas sem ideias ]
O Jogo em 5 Factos
Prodígio Jude – Jude Bellingham foi o herói inglês. Numa partida em esforço, puxou da inspiração para apontar um grande golo. Saiu de cena com dois remates, nove acções com a bola na área contrária (recorde na partida), 13 duelos vencidos, 12 perdidos, seis acções defensivas e cinco recuperações de bola. Pecou nas 12 perdas da posse e nos três desarmes que sofreu.
Super Kane – Com o tento deste domingo chegou aos 65 ao serviço da selecção, sendo o maior artilheiro da equipa dos “três leões”. Igualou, ainda, Rooney com seis tiros certeiros na fase final de Europeus e ficou a um do histórico Alan Shearer. Nesta partida, foi o mais rematador com cinco tentativas.
Stones, o rei dos passes – O defensor não esteve brilhante – hesitou no lance do golo inaugural -, acumulou cinco passes de risco falhados, redimindo-se, em parte, no número de passes eficazes feitos, 121 em 131 tentados, um novo recorde na prova.
Ivan Schranz – O goleador chegou aos três golos e é um dos melhores marcadores da prova. Atingiu as 24 acções com a bola, venceu três duelos e perdeu oito.
“Tiros” no alvo – Ao 13.º remate, a Inglaterra acertou no alvo. O remate acrobático de Bellingham foi o primeiro enquadrado e levou o embate para prolongamento. No final das contas, os ingleses fizeram 16 remates e os dois que foram enquadrados resultaram em… golos.
MVP GoalPoint: Declan Rice
O médio foi uma das peças mais esclarecidas e regulares dos ingleses. Destacou-se com dois remates (um dos quais nos ferros), uma eficácia de 90% nos 78 passes que fez, acertou os seis passes longos que arriscou, carimbou seis passes progressivos, foram 109 as acções com a bola – quatro das quais na área contrária -, venceu nove duelos, perdeu quatro, chegou às nove acções defensivas e às dez recuperações da posse. Por tudo isto, Rice foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.9.