O que aprendemos na jornada 23 da Liga 23/24

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A  23ª jornada da Liga reacendeu a discussão sobre os guarda-redes dos “grandes”, mostrou um Sporting algo “descontrolado”, provocou uma recaída no desperdício portista, confirmou a afirmação de Francisco Conceição e revelou um Benfica finalmente convincente e com três novos recordes na Primeira Liga.

1. Mãos de ferro… ou de manteiga, nos “grandes”

O empate do Sporting em Vila do Conde lançou novamente o debate sobre os guarda-redes dos três “grandes”. Antonio Adán teve uma noite para esquecer, com zero defesas, três golos encaixados, um penálti cometido e o pior GoalPoint Rating da Liga 23/24 até ao momento. Olhando para o homens das luvas dos três emblemas, notam-se fragilidades do espanhol, que travou apenas 60% dos disparos enquadrados que enfrentou, uma eficácia bem abaixo dos 75% que mostrou na época do título, 2020/21. O comparativo com os dois rivais, em especial com Trubin, não abona nada a favor do “leão”.

2. “Leão” menos controlado no passe

Em Vila do Conde o Sporting usou e abusou dos passes longos, progressivos e super progressivos, como que denotando impaciência e falta de soluções na construção, ante um Rio Ave que soube colocar intensidade e partiu o jogo. O Sporting terminou com 56 passes longos, bem acima da sua média de 39,7, e com o seu máximo de passes super progressivos (que aproximam a equipa 50% da baliza adversária), nada menos que 16, quando a média leonina era de 7,7. Terá estado aqui parte da incapacidade dos de Alvalade em controlar o jogo?

[ Passes longos (à esquerda) e passes super progressivos do Sporting em Vila do Conde ]

3. “Dragão” com recaída de desperdício

O Porto começou a época como uma equipa que desperdiçava muito na hora da finalização. Recuperou qualidade nesse momento aos poucos, mas em Barcelos parece ter tido uma recaída das grandes. Em 3,2 Golos Esperados (xG), os da Invicta marcaram somente um tento, com Evanilson a fazer o gosto ao pé, de penálti, mas a desperdiçar 1,5 só à sua conta. Após a 23ª jornada, os “dragões” são a segunda pior equipa da Liga, apenas atrás do Rio Ave, na relação entre xG (41,6) e golos marcados (38), com um saldo negativo de 3,6. Preocupante.

4. Francisco, bem mais do que o “filho do treinador” 

Por vezes o peso de um apelido famoso, ou o facto de um pai ser o treinador, tem reflexo negativo no desempenho de um futebolista, mas esse problema parece ter sido resolvido por Francisco Conceição. O extremo portista, filho de Sérgio, vai acumulando exibições de qualidade, umas atrás das outras, e em Barcelos voltou a estar bem acima dos colegas em termos de qualidade e capacidade de desequilíbrio. Destaque para quatro passes para finalização, um de ruptura e sete dribles eficazes em 12.

5. Uma “águia” finalmente convincente

Nem sempre o Benfica tem acompanhado os bons resultados com bons desempenhos colectivos, mas na goleada por 4-0 ao Portimonense, os “encarnados” foram sólidos e fixaram três novos máximos da Liga: mais passes certos (642, batendo os 633 do próprio Benfica), mais acções com bola (929, mais uma que o registo anterior, também dos lisboetas) e mais acções defensivas no meio-campo contrário (25, mais um que outro recorde que pertencia às “águias”). Sem espinhas.

[ Passes certos (à esquerda), acções com bola e acções defensivas no meio-campo contrário (à direita) do SLB ante o PSC ]

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